Um juiz de Los Angeles anulou novamente, na última terça-feira, 16, o processo civil de agressão sexual movido contra o músico Marilyn Manson pela sua ex-assistente, Ashley Walters. A decisão ocorreu poucos dias antes de um julgamento que estava agendado para começar em janeiro de 2026.
A ação, iniciada em 2021, alegava que Walters teria sido sujeita a abuso verbal, físico e sexual durante o período em que trabalhou para o artista em 2010 e 2011, mas o juiz decidiu que as alegações estavam fora do prazo legal e não puderam avançar ao tribunal.
Conforme noticiado pela Rolling Stone, o juiz Steve Cochran afirmou que o processo foi apresentado quase dez anos após os eventos alegados, ultrapassando o prazo máximo para abertura de ação previsto na lei da Califórnia. Além disso, rejeitou a aplicação da chamada delayed discovery rule, que poderia permitir uma extensão do prazo caso a suposta vítima tivesse apresentado trauma que retardasse a revelação dos fatos. A advogada de Walters declarou que pretende recorrer da decisão, argumentando que o sistema legal precisa acompanhar o entendimento sobre como traumas podem afetar o momento em que vítimas se sentem capazes de buscar justiça.
O arquivamento marca mais um capítulo controverso na longa série de disputas legais que acompanharam a carreira de Manson após diversas acusações públicas de abuso nos últimos anos. Em 2025, uma investigação do Departamento do Xerife do Condado de Los Angeles concluiu que não havia evidências suficientes para apresentar acusações criminais contra o músico em outros casos.
Ashley Walters era oferecida a amigos do cantor para que pudesse “agradá-los”
Documentos judiciais apresentados em 2021 pela ex-assistente Ashley Walters afirmam que, durante o período em que trabalhou para o artista Marilyn Manson, ela teria sido sexualmente explorada e até “oferecida” a amigos e conhecidos do músico sem seu consentimento. De acordo com as alegações, Walters diz que Manson incentivava que terceiros a beijassem, tocassem ou a “tivessem” como bem entendessem. Comportamento que alega ter ocorrido repetidamente enquanto estava sob sua supervisão profissional e pessoal.
Os relatórios também descrevem outros episódios graves. Como exigência de ficar acordada por longos períodos sob a influência de drogas, abuso físico e coerção psicológica, além de comentários inapropriados e comportamentos predatórios atribuídos ao cantor. Manson também chantageava a vítima por meio de uma série de fotos que ele a teria forçado a tirar usando artefatos nazistas. Esse comportamento ele repetiu durante seu relacionamento com a atriz Evan Rachel Wood, que teria testemunhado comportamentos racistas e nazistas do cantor, que gostava de chamá-la de “judia” de modo pejorativo. Essas acusações surgiram em meio a um conjunto mais amplo de relatos de várias mulheres que mencionaram situações de abuso envolvendo Manson ao longo dos últimos anos.
Acusações de abuso sexual contra Marilyn Manson
Nos últimos quatro anos, Manson se envolveu em uma série de batalhas judiciais e foi acusado por várias mulheres, incluindo a atriz Evan Rachel Woodd, de abuso sexual, emocional e físico. Com o depoimento da atriz, outras mulheres vieram à público para denunciar inúmeros atos de violência por parte de Manson; entre elas, a também atriz Esmé Bianco e a ex-assistente, Ashley Walters.
Marilyn Manson realizou seu retorno aos palcos em agosto de 2024, sendo o primeiro show do cantor desde as acusações. Em novembro do mesmo ano, lançou o álbum Assassination Under God – Chapter 1 pela Nuclear Blast Records após ter sido dispensado por sua gravadora de longa data Loma Vista Recordings e pela agência CAA após as acusações.
O cantor negou todas as acusações e processou diversas de suas supostas vítimas, sendo absolvido em janeiro de 2025 por falta de provas.
LEIA TAMBÉM: Aparição de Marilyn Manson no último show do Black Sabbath gera revolta
