Ontem, 22, o vocalista da banda de rock suíça Horisont, Axel Söderberg, foi entrevistado por Nando Machado, um dos co-fundadores do Wikimetal.

Na entrevista, Nando e Axel começaram pelo tópico inevitável do momento: o COVID-19. O vocalista, que está fazendo a entrevista em um local que parece ser externo a sua casa, na capital da Suíça, Gotemburgo, diz que não tem muitas pessoas na rua, mas que isso é normal aonde ele mora, pois o bairro mais próximo é cerca de 1km de distância da onde ele está.

Ao ser questionado por Nando sobre o que possivelmente tem na água suíça, pois o país tem ótimas bandas de rock como, é claro, o próprio Horisont, e também o The Hellacopters, Axel ri e diz que acredita que é por conta do incentivo do governo as artes e a música, de modo geral, desde a infância. Ele explica que você pode ter aulas de música de graça quando se é criança, e se quiser ter uma banda, alugar um estúdio e treinar bastante para conseguir dinheiro, tudo isso sendo apoiado pelo governo. Quem nos dera, né?

Nando diz que nunca esteve na Suíça, mas ouve falar bastante da cena eletrônica do país, no entanto, sente que o rock é muito popular lá, e indaga o cantor sobre a comparação da popularidade do rock com países como os Estados Unidos ou o Reino Unido. Söderberg é honesto, e diz que, na visão dele, o rock parece ter se tornado uma espécie de subgênero nos últimos anos, e lamenta que grandes bandas de rock não tem oportunidade de tocar nas rádios, que tocam canções feitas para agradar pessoas que não se importam de fato com música.

Mas então não existem muitas rádios de rock na Suíça? Nando pergunta, e Axel responde que até que existem, mas só tocam Bon Jovi… provocando risadas de ambos os lados da conversa.

No dia 15 de maio, o novo álbum do Horisont, Sudden Death, será lançado. No entanto, Nando já teve o privilégio de ouvir o disco (que levou três anos para ser feito) em primeira mão, e não poupa elogios sinceros para Axel. E afirma que se trata de um álbum muito bem feito e uma verdadeira viagem aos anos 70, na época que as bandas de rock começaram a fazer shows em estádios, como o Queen e Led Zeppelin.

O vocalista diz que bandas do final dos anos 70, tal como o Kansas, são as que mais o inspiram, e definitivamente foram grandes referências para o novo disco, no entanto, procura ouvir todo tipo de música.

Sobre o modo de gravação e composição do Sudden Death, Axel diz que geralmente só escreve e toca guitarra, mas dessa vez só escreveu as canções tocando piano, o que deixa o processo mais diferente do que dos outros discos, mas também quis que os outros membros estivessem envolvidos no processo. O disco, inclusive, foi gravado no estúdio próprio do HORISONT, o que, segundo o vocalista, é uma das razões pelo qual ele levou tanto tempo para ser finalizado.

Nando questiona o músico sobre uma das faixas do novo disco, cantada em suíço, perguntando se causa algum estranhamento, pois eles estão cantando só em inglês por toda sua carreira. Axel admite que é um pouco estranho, mas não é díficil, o que é mais complicado é o processo de composição, pois escrever canções em suíço parece um processo pouco, em suas palavras, “pelado”.

Em uma brincadeira, Nando o questiona sobre o que o vocalista faria sem os três itens: guitarras gêmeas, teclados e backing vocals? Söderberg diz, em meio a risadas, que provavelmente estaria tocando música country.

Para finalizar a conversa, Axel diz sobre a quarentena que até começou a ver algumas lives, como da banda Cadaver, mas acha que não é assim que o rock deve ser experenciado.

No entanto, o cantor acredita que vai fazer uma live com o Hotisont na época que o álbum será lançado, no meio de maio.

Confira abaixo a faixa “Pushin’ The Line”, do HORISONT: