Cinco dias após um membro do Conselho de Bournemouth, Christchurch e Poole (BCP), no Reino Unido, pedir o cancelamento de um show do Marilyn Manson em Bournemouth, devido às alegações de agressão sexual, outra autoridade eleita está pedindo que um segundo show seja cancelado.
De acordo com o portal The Argus, Siân Berry, deputada do Partido Verde, emitiu uma carta aberta à vereadora Bella Sankey, da Câmara Municipal de Brighton e Hove. Na carata, ela expressa sua preocupação com o show de Marilyn Manson marcado para acontecer dia 29 de outubro no Brighton Centre, Reino Unido.
Além disso, a deputada argumentou que permitir um show do artista mostraria aos eleitores que eles não estavam preocupados com as acusações de má conduta sexual feitas contra o artista. Leia a carta na íntegra:
“Muitos sobreviventes em Brighton e Hove, e organizações que os apoiam, terão preocupações muito sérias sobre esta reserva e seu impacto sobre outras pessoas que visitam o centro da cidade, moradores locais e a comunidade em geral.
A liberdade de expressão é um princípio importante que deve ser defendido, inclusive em relação aos artistas, mas há um risco óbvio para a coesão da comunidade e o conselho tem obrigações distintas de igualdade para promover boas relações entre pessoas que compartilham características protegidas e pessoas que não as compartilham.
O conselho tem a responsabilidade de tomar medidas quando houver riscos de discriminação, assédio e vitimização.
O nível e a natureza das acusações contra Warner já são preocupantes por si só, mas também o é a mensagem transmitida ao fornecer uma plataforma para esse indivíduo, no maior local público da nossa cidade, e o que isso significará para os sobreviventes.”
A primeira manifestação de cancelamento
Segundo o site BBC, Millie Earl, do Conselho de Bournemouth, Christchurch e Poole (BCP), afirmou que deveriam cancelar o show na cidade de Bournemouth para “reforçar a mensagem de que a violência contra mulheres e meninas não é algo aceitável em nossa comunidade”.
O Liberal Democrata informou que o conselho é dono do Bournemouth International Centre, um espaço da BH Live onde o show está programado para acontecer. Devido ao contrato de locação, o conselho não tem poder de decisão sobre quais eventos acontecem lá. Entretanto, Millie Earl escreveu à empresa para “expressar [sua] preocupação”.
“Não acho que Marilyn Manson reflita os valores que temos no BCP. E temos trabalhado muito em coisas como o programa de credenciamento White Ribbon, que ajuda homens e meninos a mudar comportamentos negativos e prejudiciais. Então, pedi que a BH Live reconsidere receber Marilyn Manson ainda este ano.”
Até o momento, os shows seguem confirmados para os dias 29 em Brighton Centre e 31 de outubro no Windsor Hall do Bournemouth International Centre.
Acusações de abuso sexual contra Marilyn Manson
Nos últimos quatro anos, Manson se envolveu em uma série de batalhas judiciais. Várias mulheres o acusaram, incluindo a atriz Evan Rachel Woodd, de abuso sexual, emocional e físico. Com o depoimento da atriz, outras mulheres vieram à público para denunciar inúmeros atos de violência por parte de Manson. Entre elas, a também atriz Esmé Bianco e a ex-assistente do cantor, Ashley Walters.
Marilyn Manson realizou seu retorno aos palcos em agosto de 2024, sendo o primeiro show do cantor desde as acusações. Em novembro do mesmo ano, lançou o álbum Assassination Under God – Chapter 1 pela Nuclear Blast Records. Logo após a gravadora de longa data Loma Vista Recordings e a agência CAA dispensarem-no devido às acusações.
O cantor negou todas as acusações e processou diversas de suas supostas vítimas, sendo absolvido em janeiro de 2025 por falta de provas.
LEIA TAMBÉM: Falling in Reverse e Marilyn Manson lançam single “God Is a Weapon”