Os anos 1980 marcaram o surgimento e explosão de muitas bandas – e também histórias alucinantes envolvendo os músicos, entre boatos e fatos. Uma delas conta que os caras do Manowar foram desafiados a uma briga com Twisted Sister, mas simplesmente não apareceram no local do confronto.
Em recente entrevista, Dee Snider confirmou o acontecimento, mas corrigiu alguns erros na versão que se popularizou entre o público. “Bem, isso é parcialmente verdade”, contou ao podcast Speak N’ Destroy (via Ultimate Guitar). “Na verdade, foi Manowar, Hanoi Rocks e Twisted Sister. Chamamos ambas as bandas para um confronto. Nós estávamos lá, nenhum deles apareceu”.
Ao pensar nesse episódio, o vocalista admitiu que passava por um “período sombrio” e não aguentou quando soube de comentários jocosos sobre o Twisted Sister vindos das outras bandas, que os chamaram de “bichinhas com maquiagem” na época. “Estávamos realmente passando por dificuldades: em casa, falidos, perdemos nosso contrato, não sabíamos para onde ir, eu tive um filho”, narrou. “Então escrevi uma carta para uma revista e os convoquei para uma briga – as duas bandas”.
LEIA TAMBÉM: Dee Snider está “100% empenhado” em não reunir Twisted Sister: “Não importa o que ofereçam”
Manowar respondeu, mas não tinham a intenção de uma luta corporal. A proposta foi de fazer uma batalha musical para definir “a melhor banda”, mas Snider insistiu em uma briga propriamente dita. “Então, ninguém se desculpou e anunciamos que iríamos nos encontrar com eles”, continuou o cantor. “A mídia veio e muitos fãs vieram, e isso foi antes do [álbum] Come Out and Play. Eu tinha um megafone e saí falando ‘Hanol Rocks, saia e venha brincar!’. E olhava para latas de lixo e dizia, ‘Manowar, saia e venha brincar!’”.
Um nome ilustre estava na audiência do pequeno espetáculo montado pelo Twisted Sister e apoiava a banda na vendeta: Lemmy Kilmister, do Motörhead, anunciou o Manowar como “Manowhimp”, trocando a palavra “war” (guerra) por “whimp” (covarde).
Mesmo com essa presença ilustre, a imprensa parecia desapontada com a falta de um confronto, então Snider fez novas ameaças aos rivais. “Nós vamos ao show deles e vamos empurrá-los para fora do palco. Eu quero subir no palco na frente do maldito público deles, vou derrubá-los e socá-los, p**ra, bem na frente do seu próprio povo! Isso não acabou!”, disse na época.
Ross The Boss, guitarrista do Manowar, conhecia Mark Mendoza, baixista do Sister, pelo trabalho conjunto na banda The Dictators e tentou resolver a questão com diplomacia, por meio de uma carta. “Cara, não podemos nos desculpar porque somos o Manowar. Vocês poderiam parar com isso, por favor, e nós paramos [também]?”, escreveu Ross. Segundo Snider, a trégua foi aceita sob a condição do Manowar não voltar a falar mal da banda publicamente. Caso contrário, Mendonza enviaria a carta à revista Kerrang! e tornaria aquele acordo público.
Ao revisitar toda essa história, Snider tem uma outra visão sobre o acontecimento. “Olha, pensando nisso agora, eu era um grande babaca. Eu estava passando por muitas coisas, cara”, concluiu o músico.
LEIA TAMBÉM: O dia em que Tony Iommi caiu em pegadinha maldosa de Dio e Vinny Appice