Na última terça-feira, 30, foi publicada uma carta aberta no site oficial da gravadora Universal Music Group (UMG) informando aos artistas e compositores sobre a relação atual contratual da UMG com a plataforma de vídeos curtos TikTok. O contrato venceu no último dia 31 de janeiro e, segundo a gravadora, negociações para a renovação estavam sendo feitas, mas não atenderam ao que foi proposto e ao que consideram justo para os seus artistas. 

Na carta divulgada, a UMG diz que, durante as conversas para a renovação de contrato, haviam pressionado os responsáveis pelo Tiktok em três questões críticas: “compensação adequada para os artistas e compositores, proteção de artistas humanos contra os efeitos nocivos de IA e segurança online para usuários do TikTok”. O que, segundo a gravadora, foi ignorado e até tratado com indiferença e, posteriormente, com intimidação. 

Segundo a Universal, “as táticas do TikTok são óbvias: usar o poder da sua plataforma para prejudicar artistas vulneráveis ​​e tentar intimidar-nos para que aceitemos um mau acordo que subvaloriza a música e engana artistas e compositores, bem como os seus fãs”. 

Em fevereiro de 2021 foi feito o último acordo entre a UMG e o Tiktok, segundo o site Reuters. Tal acordo permitiu que grandes artistas do pop, como Taylor Swift, Justin Bieber e Rihanna, pudessem ter suas músicas em vídeos da plataforma. Além desses, nomes importantes do rock também compõem o catálogo da gravadora, como Pearl Jam, Metallica, Queen, The Rolling Stones, The Offspring e Aerosmith, que vendeu seu catálogo em agosto de 2021 para a Universal.

Os responsáveis pela plataforma de vídeos curtos também responderam em uma nota em seu site oficial, alegando que a Universal colocou “seus próprios interesses acima dos interesses dos seus artistas e compositores”. Completaram a nota dizendo que “O TikTok conseguiu chegar a acordos de “artist-first” com todas as outras gravadoras e editoras. Claramente, as ações egoístas da Universal não atendem aos melhores interesses dos artistas, compositores e fãs”.

É importante ressaltar que artistas e grupos, como o Metallica, já possuem músicas com vídeos viralizados na plataforma. “Master Of Puppets” de 1986, por exemplo, virou febre após o lançamento da 4ª temporada da série da Netflix Stranger Things em 2022 e hoje, conta com aproximadamente 250 mil vídeos que usam a música como trilha. O Queen ainda consegue superar esse número, com mais de 375 mil vídeos fazendo uso da canção “Another One Bites The Dust”, de 1980. 

É fato que diferentes filtros e vídeos usando vozes e rostos de artistas, através das tecnologias de IA, já foram lançados no TikTok, trazendo a problemática das deepfakes que a UMG cita na carta publicada. Além disso, a plataforma não demonstra forte controle com relação a modificação de músicas originais em vídeos. Ainda sobre o acordo, a UMG termina a carta dizendo: “Mas temos uma responsabilidade primordial com os nossos artistas de lutar por um novo acordo do qual sejam adequadamente compensados ​​pelo seu trabalho, numa plataforma que respeite a criatividade humana, num ambiente que seja seguro para todos e eficazmente moderado.” Resta aguardar e saber se haverá um novo acordo entre as empresas.

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