Na noite de domingo, 15, o Caverna Rock Pub, localizado na região central de Belo Horizonte, recebeu o lendário Tim “Ripper” Owens.

Além do ex-vocalista do Judas Priest, foram escaladas as bandas Odisséia e Hellway Train para abrir o evento. A Odisséia foi a primeira a subir ao palco e apresentou um potente repertório, consolidando-se como uma das principais referências do heavy metal mineiro. Com seu primeiro álbum, For Waters Force… Winds of Power (2010), e os singles “Enemy” (2016) e “Prisoner of Mind” (2025), o grupo demonstrou por que é uma das melhores bandas do gênero no estado, entregando um show energético e impecável.

A noite ganhou um toque de classic metal quando a Hellway Train, banda de Belo Horizonte, subiu ao palco com seu som potente e riffs marcantes, remetendo à era de ouro do heavy metal. O show começou em alto estilo com “Midnight Subway Train” e “Stryke by Lightning”, duas faixas que capturam a essência do metal old-school, preparando o público para o que viria a seguir. Destaques para o baixo de Chris Maia, que não poupa na presença de palco e a energia de Filipe Stress comandando as baquetas.

Em seguida, “Calling All the Shots” e “Pride Is a Riot” elevaram a energia do público, com solos e riffs impecáveis executados por Vinícius Thram, que roubou a cena com sua técnica afiada e presença de palco.

A banda provou que o metal de BH está mais vivo do que nunca com performances brutais de “Soulless” e “Jawbreaker” (um cover magistral do Judas Priest). Destaque para os vocais poderosos de Marc “Hellway”, que deu um show à parte com sua interpretação carregada de atitude.

Para fechar com chave de ouro, “Metal Widow / Loverdroid” encerrou o setlist com uma explosão de energia, deixando claro que a Hellway Train é uma banda que não só vale a pena ouvir, mas precisa ser vista ao vivo. Quem estava lá saiu com a certeza: o heavy metal tradicional está em boas mãos.

Por volta das 21h40, chegava o momento mais aguardado da noite. Juntamente com Fabio Carito (baixo), Marcus Dotta (bateria), Bruno Luiz (guitarra), e Wander Cunha (guitarra), subia ao palco o lendário Tim “Ripper” Owens (ex-Judas Priest, Beyond Fear, Iced Earth), atual vocalista do KK’s Priest – projeto do ex-guitarrista do Judas Priest, K.K. Downing.

A primeira canção do setlist foi”Jugulator”, faixa-título do álbum de 1997 do Judas Priest – o primeiro com Owens nos vocais. Uma escolha pesada e impactante, que logo colocou o público em êxtase.

Em seguida, “The Green Manalishi” (cover do Fleetwood Mac, popularizada pelo Judas Priest na voz de Rob Halford) permitiu que Ripper exibisse seus agudos potentes, enquanto a plateia respondia em coro aos refrões.

Uma homenagem emocionante veio com “Beyond the Realms of Death” (do álbum Stained Class), dedicada ao ex-baterista do Judas Priest, Les Binks, que também foi co-compositor da música em questão, falecido no último 15 de abril. A performance, marcada por notas altíssimas e participação do público, arrepiou os presentes.

O ritmo acelerado retornou com “Scream Machine” (Beyond Fear), levando a plateia à loucura, seguida por um solo de guitarra executado por Bruno Luiz e Wander Cunha. O setlist seguiu com mais duas pedradas: “Blood Stained” (do álbum Jugulator) e “One More Shot at Glory” (KK’s Priest, do álbum The Sinner Rides Again), ambas com intensa interação do público.

O setlist diversificado incluiu ainda “When the Eagle Cries” (Iced Earth, The Glorious Burden) e uma homenagem a Paul Di’Anno, ex-vocalista do Iron Maiden, com “Wrathchild” (Iron Maiden). A pesadíssima “Hell is Home” (do álbum Demolition) fez a plateia cantar em uníssono, enquanto Owens se mostrou bastante feliz ao notar a reação entusiasmada.

“Electric Eye” – um dos maiores clássicos do Judas Priest, originalmente gravada com Halford, mas também interpretada por Owens em sua passagem pela banda – foi executada com maestria. O encerramento épico ficou por conta de “One on One” (também de Demolition), coroando uma noite de agudos potentes e riffs devastadores.

Tim “Ripper” Owens provou, mais uma vez, por que é considerado um dos maiores vocalistas do metal. Com técnica impecável, projeção poderosa e agudos que desafiam o tempo, ele mantém sua voz em excelente forma, deixando claro que sua legião de fãs só tem a celebrar.

LEIA TAMBÉM: Virada Metal 2025: Uma noite de puro extremo e resistência do metal nacional

Categorias: Notícias Resenhas

Desde a infância, sempre fui um grande amante da música. Aos 13 anos, tive meu primeiro contato com o Rock! Desde então, não importa onde morei — seja no interior ou na capital —, sempre me envolvi ativamente com a cena musical. Estou presente em shows e festivais sempre que possível, em uma busca constante por novas experiências sonoras que ampliem meu repertório e minha paixão pela música.