Como já dissemos anteriormente, as turnês da Shadowside não são nada monótonas. Todos os dias temos novidades, sejam elas boas ou ruins. Infelizmente, o travel day de Brezno para Cracóvia não foi dos melhores. A vida de uma banda na estrada é extremamente perigosa e você está sujeito as mais diversas adversidades. Acredito que a história mais famosa do Heavy Metal, em termos de tragédia, é sobre a morte do baixista Cliff Burton durante a passagem do Metallica pela Suécia. E a Shadowside, por pouco, quase teve esse dia…

Muita gente pensa que sair em turnê é apenas colocar os equipamentos dentro de qualquer automóvel e comer poeira de cidade em cidade. Não é bem assim que o negócio funciona. É preciso uma logística operacional muito grande ainda mais no caso da Hellish Rock tour, que são dois meses ininterruptos de shows por diversos países.

Cada localidade tem um tipo de pista, que nem sempre é satisfatória ou tem espaço para dividir carros e caminhões ao mesmo tempo. Se começar a nevar então, é pior ainda… Às vezes, a sinalização é precária também e confiar no GPS não tem sido uma opção muito válida pra nós. Portanto, é preciso ter atenção redobrada. Isso sem contar o limite de velocidade que é monitorado até mesmo dentro daquelas cidadezinhas fantasmas que não duram nem a passagem da segunda marcha. E se vacilar, a policia vem atrás de ti e é multa na certa. Pelo menos, a policia dos países pelos quais passamos não são nenhum pouco corruptas e até pelo fato de sermos brasileiros, eles dão algumas regalias.

A verdade é que o dia 25 de março de 2013 poderia ser trágico na carreira da Shadowside. Em 228 Km, quase sofremos três acidentes que poderiam custar a vida de toda a banda e equipe.

Primeiro, nosso GPS deu uma rota diferente do que os ônibus do Helloween e Gamma Ray seguiam. Nós cruzamos com eles em uma dessas estradinhas, só que nós íamos sentido norte e eles ao sul da Eslováquia. Como, às vezes, não confiamos no nosso estimado GPS logo pensamos que estávamos no sentido errado. Paramos tudo, demos meia volta e corremos atrás deles tentando alcança-los. Porém, como estávamos em alta velocidade, não conseguimos desviar de uma enorme cratera. O impacto foi tão forte que o carro acionou o sistema de proteção do motor como se houvéssemos batido. Não conseguimos ligar o motor, porque o dispositivo que manda gasolina para o motor tinha sido bloqueado. Por sorte, andamos com um modem 3G e conseguimos encontrar o manual na internet para resolver este problema com rapidez. Depois desse baque, a única alternativa era parar em algum estacionamento para descansar e mais tarde, seguir viagem.

O segundo susto, aconteceu pouco depois de acordarmos. Em uma dessas estradinhas de mão dupla, um caminhão invadiu parcialmente a nossa pista e por pouco, não nos atingiu de frente… porém levou nosso retrovisor esquerdo. O barulho do vidro explodindo foi assustador. Seguir em frente com mais este trauma foi necessário um trabalho psicológico em conjunto.

O terceiro e último susto aconteceu em mais uma estrada de mão dupla praticamente nas proximidades de Cracóvia. Mais uma vez, pela imprudência de um caminhoneiro. Se você pensa que este tipo de coisa acontece apenas nas estradas brasileiras, ledo engano. Nós vemos cada atitude absurda, que dá até dá pra lançar um livro das barbeiragens. (risos)

Este último quase acidente foi o mais perigoso. O caminhoneiro tentou fazer uma ultrapassagem em um ponto proibido justamente quando estávamos cruzando a estrada. A carroceria tomou toda a nossa pista e, se não estivéssemos em uma distancia segura, o tour report passado seria o último. Foi por pouco, por muuuuuito pouco mesmo!

Depois de alguns minutos, chegamos em Cracóvia, sã, salvos e prontos para novas aventuras!

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