É música para pessoas que não querem se conformar e buscam almas gêmeas que anseiam por compartilhar a mesma experiência visceral.”

 

HEAVY METAL PODE SER UMA COISA BOA PRA VOCÊ

Por Daniel Dystyler

Se um texto com um título desses é publicado no Portal do Wikimetal, certamente não tem nada demais. É algo totalmente esperado.

Mas se isso é publicado no Portal de um dos jornais mais tradicionais do mundo, o famoso “The Wall Street Journal”, aí a coisa muda de figura e imediatamente chama a atenção.

Que nós estamos em todos os lugares, isso já sabemos (clique aqui para ler meu último texto e constatar isso). Mas se estamos no Wall Street Journal, então não restam dúvidas:

Estamos mesmo em ABSOLUTAMENTE TODOS OS LUGARES!!!

O texto que leva esse título foi publicado no último dia 26 e é de autoria de Jon Wiederhorn.

Ele começa descrevendo o Festival “Rockstar Energy Mayhem” que segundo ele, zigue-zagueia pelos Estados Unidos, aonde “é possível ver fãs de Metal no estacionamento, sem camisa, já bêbados no meio da tarde”.

Ao contrário de qualquer outra forma de rock, do punk ao new wave, o Heavy Metal nunca caiu na escuridão.”

 

Ele segue a descrição do Festival dizendo que “do lado de dentro há uma horda de garotos de preto enfeitados com imagens macabras e de ocultismo” e completa o cenário descrevendo os 3 palcos aonde “uma variedade de bandas como Five Finger Death Punch, Mastodon, Machine Head e Amon Amarth, tocam com guitarras barulhentas, baterias que soam como armas e vocalistas que gritam com a intensidade de prisioneiros que foram torturados e clamam por socorro”.

Ok… Ao ler esse primeiro parágrafo pensei: “Lá vem outra análise superficial de alguém que não tem a menor idéia do que é o mundo do Heavy Metal”.

Mas então Jon Wiederhorn continua sua análise e surpreendentemente, dá uma guinada no teor do texto.

Ele diz que para aqueles que são de fora, o mundo do Metal pode parecer “uma cena feia, habitada por desajustados que desafiam a autoridade a cada oportunidade. Entretanto, mesmo com sua hostilidade o Metal é a única forma de dar sentido a uma sociedade caótica aonde esses fãs não se encaixam”.

Nos fãs de Metal, você encontrará um grupo de pessoas afável, quase sempre conhecedor de música que escuta Heavy Metal pela catarse, pela energia e pelo sentimento de intensidade.”

 

Wiederhorn continua: “Desconsidere incidentes esporádicos aonde pessoas com problemas mentais que por acaso gostavam de Metal fizeram algo terrível e você se surpreenderá porque por mais negativa que a música pareça, o Metal é no fim das contas, uma força muito positiva para aqueles que o abraçam. Ao contrário da música pop, que prega uma mentalidade de rebanho, com todos pensando e agindo da mesma forma, o Metal fala com aqueles que lutam para encontrar seu próprio caminho. É música para pessoas que não querem se conformar e buscam almas gêmeas que anseiam por compartilhar a mesma experiência visceral”.

Uau !!! Desde o “Headbanger’s Journey” do genial Sam Dunn que entrevistamos aqui, eu não via alguém descrever tão bem o que é, no fundo, no fundo, o Heavy Metal!!!

Empolgado, resolvi continuar lendo… Ele prossegue:

“Olhe dentro da cena Metal de qualquer cidade do mundo e você encontrará uma comunidade de indivíduos que se unem e se conectam através do tipo de música que curtem. Se você passar pela armadura composta por tatuagens monstruosas, piercings tribais e camisetas de bandas que normalmente definem a imagem generalizada dos fãs de Metal, você encontrará um grupo de pessoas afável, quase sempre conhecedor de música que escuta Heavy Metal pela catarse, pela energia e pelo sentimento de intensidade”.

No texto, Jon Wiederhorn explica o funcionamento de um mosh pit, seu código de conduta, o efeito terapêutico que isso traz e o procedimento protetor dos Headbangers caso alguém caia no chão. E como isso é incompreendido pelas pessoas de fora do mundo do Metal.

Ele ainda diz que em um show do Justin Bieber é fácil ver milhares de jovens nesse modelo de “rebanho” e alguns pais que levaram seus filhos, visivelmente irritados. Enquanto em um show de Metal, jovens que ainda estão na escola balançam a cabeça lado-a-lado com profissionais bem-sucedidos que nunca abandonaram o amor pelo Metal.

Em um show de Metal, jovens que ainda estão na escola balançam a cabeça lado-a-lado com profissionais bem-sucedidos que nunca abandonaram o amor pelo Metal.”

 

Para terminar o texto, Jon Wiederhorn cita a principal razão do porquê, na opinião dele, o Metal permanece vivo por mais de 40 anos:

“Aqueles que não entendem a cultura do Heavy Metal argumentam que a música encoraja a violência, uso de drogas e Satanismo. E se você considerar algumas letras de bandas como Slayer, Marilyn Manson e Behemoth, isso é basicamente verdade. Mas o Metal, assim como filmes de terror, é uma forma de entretenimento baseada no extremo. Foi criado para incomodar e agitar e é esse desejo de provocar que manteve o Metal vivo por mais de 40 anos. É a diversidade do Heavy Metal que permitiu que o Metal prospere e mantenha os fãs unidos como que em família. Ao contrário de qualquer outra forma de rock, do punk ao new wave, o Heavy Metal nunca caiu na escuridão”.

É muito bom ser fã de Metal e ver pessoas de todos os lugares do mundo, de todos os segmentos, de todas as classes, em todos os veículos, até mesmo em um Wall Street Journal, reconhecendo o valor deste movimento cultural que segue avançando.

E que sim, sem dúvida nenhuma, estamos em todos os lugares.

Clique aqui para ler o texto completo de Jon Wiederhorn.

Clique aqui para ver os outros textos escritos por Daniel Dystyler

Ouça as novidades e dicas de Daniel Dystyler:

>

Categorias: Opinião