A banda britânica de Sullfolk, Ghosts of Atlantis falou com o Wikimetal recentemente sobre seu álbum de estreia 3.6.2.4, que será lançado pela gravadora Black Lion Records, em março do ano que vem.

O grupo está ansioso para poder mostrar ao público seu novo trabalho e já revelou também a lista das faixas do novo álbum. As letras terão uma narrativa única baseada em fatos históricos e fantasia, que levarão os ouvintes a uma viagem lúdica e imaginária.

Ghosts Of Atlantis foi formado há um pouco mais de um ano por Colin Parks, Phil Primmer, Dex Jezjerski, Al Todd and Rod Garner. Colin Parks, que também toca na banda Devilment, e o vocalista Phil Primmer falaram com exclusividade ao Wikimetal:

Wikimetal: O que podemos esperar do álbum 3.6.2.4?

Colin Parks: Vocês podem esperar algo um pouco diferente do normal. Queríamos criar a banda e todo o seu conceito realmente sombrio e imaginário e que todos os conceitos visuais e musicais se encaixassem nessa tradição que criamos. 

WM: Qual o significado to título do álbum 3.6.2.4? E como podemos lê-lo? 3.6.2.4 ou 36 e 24? 

CP: Lê-se 3.6.2.4 e quanto ao seu significado, queremos que seja como uma experiência de abrir um ovo de páscoa (uma supresa), para que os fãs experimentem e descubram por si próprios. 

WM: Por que vocês decidiram lançar o álbum no dia 26 de março de 2021?

Phil Primmer: A gravadora Black Lion Records definiu um cronograma de lançamentos para o próximo ano e trabalhou as datas em colaboração com seus artistas. Quando assinamos o contrato, eles nos fizeram sentir muito bem-vindos e em conjunto decidimos lançar o álbum nessa período, que era também o que estávamos almejando. 

WM: Nós amamos a música “Halls of Lemuria”, vocês poderiam nos explicar por que escolheram esta música para lançar como primeiro single do álbum? 

PP: Quando estávamos escolhendo as ordens das faixas, todos nós opinamos sobre qual música gostaríamos de fazer como o primeiro vídeo lyric, mas Colin tinha uma história anterior com Drake Mefestta (também responsável pela arte gráfica do álbum) na The Red Opera Productions, com sua outra banda Devilment. Para nós, fazia todo o sentido manter a equipe que Colin tinha para que todas as coisas se encaixassem. Então, essa foi uma decisão conjunta de todos nós. 

WM: Vocês poderiam nos contar algo curioso sobre “Halls Of Lemuria”? 

CP: Halls Of Lemuria introduz o primeiro baterista da banda Gavin Chinnery e a música fala sobre o povo de Atlântida tentando convocar os ecos do tempo (Ghosts Of Atlantis) chegando aos corredores da Lemúria (Halls Of Lemuria).

WM: Halls of Lemuria traz um som poderoso e um visual bem forte. Como você descreve as influências para essas criações e as composições das músicas?

CP: Uma das coisas que eu realmente queria alcançar, era fazer com que a banda fosse única, não seguir uma tendência, mas incorporar estilos diferentes e os mais possíveis timbres étnicos dentro de uma sonoridade. Queremos que o nosso som leve o ouvinte a uma jornada, para permitir que o olhar da mente crie imagens que ele quiser e não para restringí-lo a uma dada narrativa. Drake Mefestta é como um sexto membro silencioso dessa banda. Somos muito próximos e pensamos da mesma forma, nossas visões são muitas vezes imagens espelhadas e isso ajuda a manter alta qualidade visual da nossa produção.

WM: Percebemos que as letras das suas músicas nos fazem criar histórias em nossas imaginações. Elas são umas das ferramentas mais importantes da banda? O que podemos esperar das outras músicas? 

CP: Sempre tive um grande interesse por poesia, desde pequeno sempre escrevi histórias e sonhei acordado com muitas coisas. As letras são de fato, um papel fundamental na criação da espinha dorsal do som, isso junto com a orquestração e sem ter medo de misturar todos os gêneros e sons diferentes para manter tudo mais interessante. Não pretendemos que a banda seja apenas uma banda, mas uma experiência também, e isso ficará mais claro quando todos verem a capa do álbum e os vídeos que estão por vir! 

WM: Como a pandemia de coronavírus influenciou este novo álbum? Como foi o processo nesse período?

PP: A pandemia tem sido uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. Eu fui o último membro a entrar na banda quando estávamos no primeiro lockdown aqui no Reino Unido. Tivemos que adaptar rapidamente a forma de como trabalhamos e era diferente dos projetos anteriores.

Antes da pandemia, as ideias eram colocadas durante os ensaios, agora é tudo feito remotamente, por video chamadas. Mas conseguimos produzir as músicas de forma completa. Na verdade, achei essa forma mais fácil de trabalhar e mais organizada.

WM: Como vocês descreveriam o ano de 2020 e como a pandemia afetou o trabalho de vocês? 

PP: Isso me fez apreciar o que eu tenho. Quando fui convidado a participar da banda, eu estava longe de fazer qualquer coisa por um bom tempo. Isso me deu a chance de trabalhar com os caras que eu amo. Recentemente, eu estava lembrando com o Colin, que nós nos conhecemos há quase vinte anos. Isso significa que nós nos reconectamos, crescemos juntos e fomos capazes de apoiar uns aos outros nesta fase. Acho que o principal, não só para mim, é que gostamos disso e foi uma válvula de escape incrível para todos nós. 

WM: Como vocês definiriam o metal britânico para o público brasileiro? 

PP: Hoje em dia é tão variado, pois muitas bandas são influenciadas por artistas de todo o mundo. Quarenta anos atrás, a gente tinha o NWOBHM que influenciou artistas ao redor do mundo e de várias formas e, ao mesmo tempo, outras bandas fora do Reino Unido influenciaram a nossa música também. Como por exemplo, estamos na região de Suffolk na Inglaterra, e Colin, que também toca na banda Devilment, mostrou como trabalhar com Dani Filth mudou sua forma de escrever e como o som de “Witch County” influenciou GOA também.

WM: Como vocês descreveriam o som de “Ghost of Atlantis” para o público brasileiro?

CP:  É um som místico, encantador, brutal, calmo, emotivo, épico e único. 

WM: Colin Parks, você também toca no Devilment, como é trabalhar nessas duas bandas?

CP:  As duas bandas são muito importantes para mim. Devilment está um pouco parado no momento, devido ao Dani estar muito ocupado com o Cradle Of Filth. Então, eu tive mais tempo para repensar sobre minha carreira: se eu deveria ficar sentado esperando ou aprender novas habilidades e criar algo que realmente deixasse uma marca.

A duas bandas têm algumas semelhanças, no que diz respeito ao fato de que escrevo uma grande quantidade de músicas para o Devilment, portanto, naturalmente o som do GOA terá algumas dessas influências. 

WM: Qual o recado que vocês poderiam deixar para os fãs brasileiros?

PP: Gostaria de agradecer a todos por dedicarem seu tempo para nos apoiar em algo que amamos. Tenho certeza de que toda a banda adoraria agradecer vocês também. Com 2021 se aproximando, desejamos a todos um ótimo ano pela frente, que se protejam e estejam seguros. 

CP: Esperamos muito poder conhecê-los tocar para vocês, GOA é uma banda que vai tocar para um público muito diversificado e queremos fazer as coisas de uma maneira diferente. Adoraríamos passar um tempo no lindo Brasil, conhecer todos vocês e aprender sobre a cultura, além de assistir futebol de liga amadora, bem raiz!

Assista abaixo o trailer do álbum Ghosts Of Atlantis – 3.6.2.4  e em seguida o lyric video “The Lost Compass” lançado recentemente.

Confira a lista das faixas do álbum 3.6.2.4:
1. The Third Pillar
2. Halls Of Lemuria
3. False Prophet
4. The Curse Of Man
5 When Tridents Fail
6. Poseidon’s Bow
7. Gardens of Athena
8 The Lost Compass