O Metal nunca vai morrer, porque ele evolui o tempo todo”

Wikimetal (Nando Machado): Olá, Niclas, aqui é o Nando, do Wikimetal, como você está?

Niclas Engelin: Oi. Eu estou bem, obrigado.

W (NM): Isso é ótimo. Então em primeiro lugar, me fale, como você se sente sendo parte de uma banda que é uma influência tão grande pra outras bandas, grandes bandas como Trivium, Killswitch Engage e outras bandas americanas de sucesso?

NE: É muito, muito bom ser parte de algo que é tão importante e inspirados para os outros, claro. É lisonjeante. Mas ao mesmo tempo, não é algo que eu penso o tempo todo. Sabe, você faz o que você sabe, você faz as suas coisas, e as pessoas apreciam tanto assim, eu fico mais do que orgulhoso. Essas bandas são ótimas: Trivium e Killswitch Engage, e eu fico lisonjeado e honrado que eles se inspiram em nós.

W (NM): Hoje em dia nós vemos muitas bandas e estilos diferentes de Metal vindo da América, e tendo muito sucesso comercial. Existe um movimento de verdade, ou uma camaradagem entre essas bandas, e quão importante é esse movimento para a cena do Metal?

NE: Eu acho que é importante que a cena seja saudável, então você vê muitos gêneros diferentes dentro da cena… No Metal em geral. E eu acho que é saudável que ver que é um movimento, e inspirador para as outras bandas pegarem as guitarras e se tornarem bandas de fato. Isso significa que o Metal nunca vai morrer, porque ele evolui o tempo todo, e é como uma onda, o que o torna muito interessante, porque ele está sempre quebrando limites.

W (NM): Ótimo. A primeira vez que você tocou com o In Flames, foi no meio dos anos 90, se eu não me engano… Fim dos anos 90.

NE: Certo.

W (NM): Como você acha que essa banda conseguiu começar em um período tão difícil para o Metal em geral?

NE: Você diz, o meio dos anos 90?

W (NM): Sim, os anos 90 foram um período em que era difícil fazer Metal, não é?

NE: Sim, por causa de toda a cena grunge e tudo isso. Mas o legal é que nós surgimos entre outras bandas que eram muito fortes… Underground. Eram bandas que se formaram no início dos anos 90, e se tornaram um movimento, e criaram uma base de fãs muito forte. E a partir disso você consegue realmente ver que a banda ia se tonar cada vez maior.

W (NM): Isso é ótimo. E qual você acha que é o segredo para adentrar o mercado dos Estados Unidos sendo uma banda de Metal da Europa?

NE: Turnê, turnê e turnê. Um bom tempo no ar não dói nada, mas em geral é só fazer turnês e criar uma grande base de fãs, com a qual você possa contar. Eu acho que fazer turnês é a chave.

Hoje em dia nós somos mais do que simplesmente Death Metal melódico, é Metal e outros ingredientes misturados.”

W (NM): Ótimo. Nós temos uma pergunta clássica no nosso programa, que nós fazemos a todas as pessoas que nós entrevistamos. Não é muito justa, mas nós vamos ouvir música em breve. Imagine que você está ouvindo seu mp3, ou celular, ou o seu toca-fitas, ou uma estação de rádio, ou o que seja, e uma música começa a tocar que faz você perder a cabeça completamente, e você começa a headbangear onde quer que você esteja. Que música seria essa, uma clássica, para que nós possamos ouvi-la no nosso programa agora?

NE: Essa seria “Don’t break the Oath”, do Mercyful Faith.

W (NM): Então falando sobre o In Flames novamente, Niclas, você acha que seria possível rotular o som do In Flames? O que você acha do termo death metal melódico? Essa rotulação pode limitar a criatividade de um artista, por exemplo?

NE: Sim, eu acho que sim, acho que sim. Porque o que é Death Metal melódico? Hoje em dia nós somos mais do que simplesmente Death Metal melódico, é Metal e outros ingredientes misturados. Em geral, é só Metal, e tocar o que você realmente gosta de tocar… Não é?

W (NM): Você costuma frequentas o restaurante do Björn e do Peter na Suécia, 2112?

NE: Sim, hambúrgueres muito, muito bons, e cerveja muito boa e diversificada. Eu recomendo. 2112… Vão para lá agora!

W (NM): OK. Se você tivesse que escolher entre cerveja Anders, e a do restaurante do Björn e do Peter, qual você escolheria?

NE: Ah… Isso é um beco sem saída! Eu não sei. Não posso escolher as duas?

W (NM): Você vai se encrencar por causa disso!

NE: Acho que sim.

W (NM): Então agora vamos ouvir uma das suas bandas, In Flames, você poderia escolher uma música do In Flames da qual você tem muito orgulho?

NE: “Pinball Map” é uma música muito boa. Eu amo essa música.

W (NM): Temos uma pergunta de outro fã do In Flames, chamado Guilherme Barros: está claro que o som da banda mudou muito no último álbum, o que mudou em termos de composição de músicas?

NE: Eu não acho que mudou tanto assim. Eu acho que está mais focado na guitarra nesse álbum do que em qualquer outro. Você tem as músicas lentas, assustadoras, tem as músicas frias, duras, você tem tudo nesse álbum. E é muito diverso, é um álbum muito dinâmico, o que o torna muito interessante de ouvir de cabo a rabo, várias vezes. Então eu acho que é um álbum maravilhoso.

Nós somos muito ativos nos canais digitais por causa do nosso amor por nossos fãs, nós queremos saber como eles estão e o que eles estão fazendo.”

W (NM): O In Flames é muito ativo no Facebook, YouTube e todas as mídias digitais. Qual é a importância desse tipo de promoção para artistas não comerciais, como bandas de Metal, por exemplo, que não têm o apoio do rádio e da TV?

NE: Essas são ferramentas maravilhosas, porque você se aproxima dos fãs, e você pode falar com eles e ver onde seus fãs estão. Você pode conversar com ele diretamente, ao invés de adivinhar o que os fãs querem ouvir, então acho que é perfeito. Nós somos muito ativos nesses canais por causa deles, por causa do nosso amor por nossos fãs, nós queremos saber como eles estão e o que eles estão fazendo.

W (NM): Você toca em uma banda que toca em todos os lugares do mundo basicamente, como não Japão, na Austrália, nos Estados Unidos, em todos os lugares da Europa, na América do Sul também. Você acha que existe alguma dificuldade para uma banda vinda da Suécia ter essa carreira global? Ou o fato de que a Suécia tem um mercado de Metal importante torna as coisas mais fáceis?

NE: Eu acho que é um pouco dos dois, porque há muitas bandas na Suécia que não conseguem essas coisas. Mas eu acho que nós temos um pouco mais de sorte, como, por exemplo, nos anos 90, quando a cena de Estocolmo explodiu… Você tem que ser bom, há um padrão alto… Eu não sei.

W (NM): Então nós estamos quase encerrando a nossa entrevista, Niclas. Eu gostaria que você deixasse uma última mensagem para todos os fãs brasileiros, e nós podemos realmente esperar um novo álbum essa ano? Vocês estão gravando o álbum agora?

NE: Não, nós estamos em turnê de novo por mais quatro semanas. Nós vamos para a Rússia, e depois disso nós vamos tocar em alguns festivais, então nós vamos gravar em algum momento em setembro, eu acho.

W (NM): Excelente. Então nós gostaríamos que você soubesse que pode contar com o Wikimetal a qualquer hora para ajudar a promover o seu novo álbum no final desse ano, ou no ano que vem. Eu desejo o melhor para você, muito obrigado pelo seu tempo.

NE: Obrigado por essa entrevista. Muito obrigado, Wikimetal.

W (NM): Isso é ótimo, Niclas, eu espero que nós possamos nos encontrar aqui no Brasil em breve! Assim que possível!

NE: Sim, isso seria muito, muito bom! Se cuide!

W (NM): Se cuide, Niclas, muito obrigado. Tchau!

Ouça aqui o episódio completo:

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Categorias: Entrevistas

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