A faixa desafiadora Machine Messiah é onde Andreas espalha seus principais estilos. Uma introdução limpa e mortal de Derrick Green flui de forma natural e funciona como uma grande introdução”

Por Rogerio Souza

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Considerar o Sepultura como uma das maiores bandas do cenário mundial, afinal são 32 anos de estrada, é chover no molhado. Mas o fato é que “Machine Messiah”, o 14o. álbum da banda, vai agradar aos Headbangers – especialmente os que curtem e apoiam a banda a tanto tempo.

O disco tem um conceito que envolve a robotização da sociedade moderna, e a arte do álbum, ilustração de Camille Dela Rosa de 2011, diz muito sobre isso: “A principal inspiração em torno de “Machine Messiah” é a robotização da sociedade hoje em dia. O conceito de uma ‘Máquina Divina’ que criou a humanidade e agora parece que este ciclo está se fechando, retornando ao ponto de partida. Nós viemos de máquinas e estamos indo de volta para de onde viemos. O Messias, quando ele voltar, vai ser um robô, ou um humanóide, nosso salvador biomecânico” (Andreas Kisser).

Machine Messiah é desafiadora e é onde Andreas espalha seus principais estilos. Uma introdução limpa e mortal de Derrick Green flui de forma natural adequando-se ao tema do álbum e funcionando como uma grande introdução. I Am the Enemy, um Thrash feroz com riffs e solos vertiginosos é a cara do Sepultura. Percussão e sintetizadores abrem Phantom Self no melhor estilo maracatu, seguindo em frente com os vocais vigorosos e as palhetadas mortais estilo ‘Roots’. Alethea surge como uma das composições mais ferozes de Andreas dentro da modernidade do Sepultura e trata da exploração desenfreada dos consumidores desencadeando uma dependência eletrônica nunca vista. Vale lembrar que o título da música já foi utilizado para nomear uma das operações da Polícia Federal nas investigações de corrupção do governo atual.

Iceberg Dances é uma ótima faixa instrumental com progressões magníficas e dá muita vida ao álbum. A emocionante e às vezes brutal Sworn Oath é o ápice que Andreas atinge em suas composições. A atmosfera sinfônica fornece toda a deixa para fazer da música um grande épico. O som do baixo de Paulo Jr. domina todas as partes de Resistant Parasites e a guitarra rasgada junto com as partes orquestradas deixam a música bem pomposa. Silent Violence, com um Thrash super poderoso e Vandals Nest, bem ao estilo Kreator de abertura e recheado com algumas das mais rápidas passagens que a banda produziu, fecham o setor de pancadaria do álbum para dar vez a cadenciada e não tão leve Cyber Gods que serve para refletir sobre a loucura de depender das máquinas.

Vale destacar a formação da banda como sendo uma das mais poderosas em toda discografia; Eloy Casagrande grava seu 2º play e sentindo-se muito confortável. Na gravação do “Mediator” ele se mostra muito seguro e competente, mas agora ele já está prestes a mandar na banda. Paulo Jr. mostra uma evolução mortal a cada álbum e a cada show.

Derrick Green está com 20 anos de banda e por isso não tem nem o que falar e o Andreas Kisser, o Steve Harris do Sepultura, que deve treinar e tocar guitarra quase todos os dias, não deve faltar em nenhum ensaio, tem ainda mais 2 projetos paralelos, toca com Deus e o mundo, comprometido até o último fio de cabelo com tudo relacionado a banda, um monstro das 6 cordas disparado internacionalmente.

Machine Messiah:

01) Machine Messiah
02) I Am The Enemy
03) Phantom Self
04) Alethea
05) Iceberg Dances
06) Sworn Oath
07) Resistant Parasites
08) Silent Violence
09) Vandals Nest
10) Cyber God

Sepultura:

Derrick Green = Vocal
Andreas Kisser = Guitarra
Paulo Jr. = Baixo
Eloy Casagrande = Bateria

Produção: Sepultura + Jens Bogren
Estúdio: Fascination Street Studios, Örebro/SUE
Gravadora: Nuclear Blast

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