Resenha por: Renan Facciolo e Juliana Helena de Lima Alves

Muitos me conhecem como fotógrafo, e desta vez, de forma inédita, resolvi me arriscar em um novo território ao lado da Juliana Alves para uma resenha com todos os detalhes de como é a verdadeira experiência de ir a um festival em um outro país – e não qualquer festival, mas o considerado maior festival de Rock dos Estados Unidos! 

O Welcome To Rockville foi realizado dentro de um dos mais renomados circuitos de corrida do mundo, o Daytona International Speedway, localizado na cidade de Daytona Beach, na Flórida. Durante quatro dias intensos (19 a 22 de maio de 2022), fomos contemplados com muitos shows, ótimas opções gastronômicas e uma receptividade acolhedora do público ao nosso lado e dos organizadores.  Esse é o nosso diário com um resumo de todas as nossas emoções. 

Uma semana antes do início do festival, estávamos passeando em Orlando nos parques da Disney. Saímos de lá na quarta-feira de manhã e chegamos no local de credenciamento após 1h15 de viagem. 

A entrega das credenciais foi feita em um museu da Nascar (maior competição americana de automobilismo), e neste dia já estava rolando a chamada Rockville Party, um evento pré festival que foi realizado durante à noite, com as bandas Crooked Teeth, Cold Kingdom, Moon Tooth e Steel Panther. 

Como a viagem foi um pouco cansativa, optamos por descansar para os quatro dias intensos que estavam por vir, com os mais de 90 artistas e bandas que tocariam nos quatro palcos do festival. 

Primeiro dia, quinta-feira (19/05)

Com muita ansiedade, saímos cedo do hotel e fomos até o Festival, realizado no circuito internacional de Daytona, considerado um marco dos circuitos de corrida mundialmente. Devido ao tamanho do circuito, nos perdemos e tivemos o privilégio de darmos voltas na pista oval.

Chegamos ao Media Tent, local onde ficamos alocados e que servia como um ponto de apoio para a Imprensa realizar entrevistas, postagens e recarregar. O espaço do festival neste ano estava bem amplo, tendo dois palcos principais, chamados Octane e o Space Zebra, e dois menores, o Rockvillian Stage e o DWPresents. 

Em sol escaldante, no calor de 35ºC, caminhamos cerca de 2 km até o outro lado do circuito e chegamos ao palco Octane, onde estava tocando a banda Widow 7, que também foi formada na mesma cidade do Slipknot, em Des Moines, Iowa. Com um set bem curto, o grupo entregou um show redondo e com muita interação do público. Destaque para a música “Therapy”, a nossa favorita do set. 

Widow 7 no Welcome to Rockville 2022
Widow 7 no Welcome to Rockville 2022. Crédito: Steve Thrasher

Estávamos indo em direção ao show da Plush, mas ali próximo, no palco Rockvillian Stage, outro artista estava se apresentando no mesmo horário: eram os caras do Oxymorrons. Essa é uma banda que nunca ouvimos falar, mas que nos chamou atenção e ficamos pra ver toda aquela energia ao vivo. Com pitadas de rock, metal e hip-hop, assistimos quatro músicas e recomendamos pra vocês a faixa “Think Big”. 

Com o horário apertado, corremos e assistimos ao final do show da Plush, no palco Space Zebra. Quando chegamos, as quatro jovens talentosas estavam em sua quinta música do dia, com um excelente cover de “Barracuda”, do Heart. E ainda rolou “Will Not Win” e a ótima “Hate”, que é um dos singles da banda. 

Plush no Welcome to Rockville 2022
Plush no Welcome to Rockville 2022. Crédito: Steve Thrasher

O próximo show que vimos foi do Fuel. Com diversos clássicos, como “Shimmer”, “Bittersweet” e “Last Time”, a experiente banda atraiu um ótimo público, mesmo num horário mais cedo e com seu novo vocalista, John Corsale. O show foi finalizado com a ótima “Hemorrhage (In My Hands)”. 

Nas pausas entre os shows, aproveitamos para comer e ficamos surpresos com o tanto de opção gastronômica, desde culinária grega até churrasco coreano. Sem deixar de lado também clássicos da cozinha americana e o nosso verdadeiro açaí, tudo disponível em barracas e food trucks. 

Chegou a vez de Mammoth WVH, uma banda que está sendo destaque nos Estados Unidos e no mundo. Liderada por Wolfgang Van Halen (filho do lendário guitarrista Eddie Van Halen), a banda entregou um show impecável! As músicas que se destacaram foram: “You’re To Blame”, “Epiphany”, “Mr Ed” e “Feel”. Wolf mostrou que a música realmente está em seu DNA, e além dos ótimos vocais, tocou guitarra e teclado em algumas músicas, e declarou antes de finalizar o show: “Eu não gosto de coisas fakes”, pra reforçar a importância da sua música sem efeitos, com tudo sendo tocado ao vivo. O show foi finalizado com a ótima “Don’t Back Down”. 

Mammoth WVH no Welcome to Rockville 2022
Mammoth WVH no Welcome to Rockville 2022. Crédito: Steve Carlos

Após o final do show, partimos para o palco Octane e assistimos algumas músicas do Clutch. Dentre o público presente no show, foi muito legal ver os fãs fiéis da banda, vestindo camisetas e cantando com a alma. Com poucas pausas, o vocalista Neil Fallon chegou a citar em um breve momento que realmente estava se sentindo na Florida, por todo calor da tarde quente. O set foi curto, mas contou com alguns hits da banda, e tivemos a chance de ver ao vivo as clássicas “X-Ray Visions” e “The Regulator”. 

Já ao cair da tarde, ficamos com a maior dúvida do dia: Black Label Society ou Ill Niño? Como vocês poderão notar, este foi um drama que passamos durante todo o festival, visto que muitos artistas que queríamos ver tocaram de forma simultânea em palcos distintos e, infelizmente, precisamos optar por ver apenas um.  Neste caso, não conseguimos decidir e acabamos vendo um pouco dos dois shows. 

Black Label Society começou o show com a ótima “Bleed For Me”, e pudemos ver ainda “Demise of Sanity” e um trecho de “Destroy & Conquer”. Mesmo de longe, era possível ouvir os riffs pesados do guitarrista e líder da banda, Zakk Wylde. Fomos correndo para o palco do Ill Niño, um dos pilares do new metal nos anos 2000, e conseguimos ver o final do show, com dois clássicos do álbum Confession: “How Can I Live” e “Te Amo… I Hate You”. 

Logo após, no palco Octane, com uma legião de fãs, começou o show do In This Moment. A banda de metal liderada por Maria Brink, entregou um show pesado e muito performático. Com diversos elementos pirotécnicos e teatrais, assistir a esse show era como estar em um espetáculo da Broadway versão metal. O setlist foi curto, com apenas 7 músicas, incluindo “Burn”, “Sick Like Me”, “Adrenalize” e finalizado com “Whore”. 

Atravessamos o circuito para o palco Space Zebra para assistir um dos shows mais esperados: Papa Roach. Com um setlist avassalador, misturando clássicos e algumas novas, a banda entregou um dos melhores shows do dia. Antes de tocar “Between Angels and Insects”, o vocalista Jacoby Shaddix disse que era uma música para nos levar aos tempos de colegial e realmente ativou o modo nostalgia em todos nós. Algumas outras que rolaram no show: “Last Resort”, “Blood Brothers”, “Getting Away With Murder”, “… To Be Loved” com intro de “Blitzkrieg Bop” do Ramones e finalizaram com “Born for Greatness”. 

Papa Roach no Welcome to Rockville 2022
Papa Roach no Welcome to Rockville 2022. Crédito: Cameron Nunez

Chegou o momento do co-headliner do dia, os gigantes do Five Finger Death Punch. Com 14 músicas em seu setlist, a banda que não tocava há seis meses, fez um ótimo show com Ivan Moody intercalando os vocais com o baixista Chris Kael. O FFDP teve um grande destaque pelo uso de figurino temático e também muitos efeitos visuais. Foi tanto efeito, que um dos lasers utilizados na apresentação chegou a atingir um dos olhos do vocalista, que precisou de auxílio médico pós-show. Além da música “Welcome to the Circus” sendo tocada ao vivo pela primeira vez, os outros destaques do show foram: “Wash It All Away”, “Lift Me Up”, “Under and Over It” e “The Bleeding”.

Five Finger Death Punch no Welcome to Rockville 2022
Five Finger Death Punch no Welcome to Rockville 2022. Crédito: Steve Carlono Welcome to Rockville 2022

Com mais de 15 km andados entre os palcos, estávamos exaustos e decidimos ficar sentados na arquibancada para assistir ao headliner do dia: KISS. Essa acabou sendo uma ótima escolha, pois antes do começo do show, pudemos ouvir conversas de alguns fãs das antigas com diversas histórias curiosas que vivenciaram durante o começo da carreira da banda. 

O show também fez parte da tour End of The Road World Tour, que passou recente pelo Brasil, mas com um setlist um pouco menor em relação aos shows em terras brasileiras, com 19 músicas. 

No começo do show, logo após a intro e “Detroit Rock City” recheada de pirotecnia, Paul Stanley falou ao público sobre a polêmica do Rock & Roll Hall of Fame antes de tocar “Shout It Out Loud”, esta que teve uma versão ao vivo de 1996 lançada na semana do festival. O show seguiu com mais clássicos de toda a carreira da banda, entre elas: “Deuce”, “I Love It Loud”, “Lick It Up” e “God Of Thunder” com uma intro sanguinária do Gene Simmons

Perto do final do show, Stanley voou sobre nós na ótima “Love Gun”, seguido por “I Was Made for Lovin’ You” e “Black Diamond”. Tivemos tempo para um bis com as músicas “Beth” e o hino da banda, “Rock and Roll All Nite”.

KISS no Welcome to Rockville 2022
KISS no Welcome to Rockville 2022. Crédito: Steve Thrasher

Segundo dia, sexta-feira (20/05)

Conseguimos descansar bem e, com a ansiedade controlada, fomos mais uma vez até o circuito de Daytona para o dia que era mais aguardado por nós. Ao chegarmos no festival, assistimos ao show da excelente Diamante, uma cantora que está em grande ascensão nos Estados Unidos, e que já possui em sua carreira participação com outras bandas, como Breaking Benjamin e Bad Wolves. O show seguiu com as principais músicas do disco “American Dream” de 2021, e também rolou um cover da clássica “Iris” do Goo Goo Dolls, que a cantora afirmou ser a sua música preferida no mundo. 

Com mais tempo neste dia, aproveitamos para ir ao merchandising oficial do evento, onde é possível comprar itens do festival e de todas as principais bandas: Camisetas, posters, bonés, etc. A dica que podemos dar é para você chegar lá o mais cedo possível e ir já no primeiro dia, pois muitos itens vão se esgotando rapidamente. 

Ali pertinho, no palco Rockvillian Stage, vimos um pedaço do show do Stick To Your Guns. A energia foi tão grande, que várias rodinhas foram formadas e a galera do moshpit aproveitou muito. Durante o set, a banda apresentou a inédita “Weapon” que faz parte do novo disco que será lançado agora em Junho. 

Seguimos para o palco Octane, mas ficamos apreensivos devido às nuvens pesadas que estavam se formando acima de nós. Atravessamos a multidão para ver a banda que mais esperávamos assistir em todo festival: Sevendust. O show deveria ser um especial de 20 anos do disco Animosity, mas devido ao tempo curto do seu setlist, eles tocaram apenas seis músicas clássicas de toda a carreira. A banda começou tocando “Pieces”, “Praise” e “Rumble Fish”. Logo após, o vocalista Lajon dedicou a música “Shine” para o seu falecido irmão e disse que gostaria que ele estivesse ali pra ver aquela plateia lotada. 

A performance seguiu com “Denial” e foi finalizado com “Face to Face”, com uma energia que nunca vimos igual na vida! Muito crowd surfing e rodinhas punk surgiram no meio da música.

Sevendust no Welcome to Rockville 2022
Sevendust no Welcome to Rockville 2022. Crédito: Steve Thrasher6

Minutos após o show, sirenes foram tocadas e avisos sonoros alertavam quanto a chegada de uma tempestade com muitos raios. Fomos direcionados a buscar abrigo em um local seguro, e todos os shows foram interrompidos. 

Passamos algumas horas dentro do carro, acompanhando pelo app e redes sociais do festival que indicavam quando poderíamos sair.  Ao voltarmos, soubemos que os seguintes shows foram cancelados: Baroness, Skillet, Tyler Bryant And The Shakedown, Whitechapel w Red. 

Seguimos para o show do Seether, que fez uma excelente apresentação e conseguiu reviver a alma do festival no pós tempestade. Apesar de interagir pouco com o público, o vocalista Shawn Morgan nos surpreendeu com um alcance vocal que nunca tínhamos ouvido igual em nossas vidas. Com um setlist de 11 músicas, conseguimos ver alguns clássicos da banda: “Fine Again”, “Fake It”, “Remedy” e claro, a mundialmente famosa da década de 2000: “Broken”. 

Quando estávamos indo em direção ao palco Space Zebra, a organização informou que o Megadeth não chegou a tempo por conta da chuva forte. Por isso, o Ministry assumiu o horário e começou o seu show tocando o hino da Ucrânia. 

A banda liderada por Al Jourgensen conseguiu tocar apenas algumas músicas, e durante a faixa “N.W.O.”, o som foi interrompido pelo festival devido às fortes chuvas que estavam voltando à região e preocupando os organizadores. 

Ministry no Welcome to Rockville 2022
Ministry no Welcome to Rockville 2022. Crédito: Steve Thrasher6

Fomos alertados novamente a procurar abrigo, e assim seguimos ao nosso carro e ficamos em segurança. Ainda dentro do carro, para a nossa tristeza e frustração, nos informaram sobre o cancelamento do festival no restante do dia, incluindo as apresentações do Korn, Breaking Benjamin e Underoath.

Terceiro dia, sábado (21/05)

Neste dia, a organização havia avisado sobre as condições previstas do clima, então já fomos preparados para possíveis novas tempestades e cancelamentos. 

Chegamos ao festival e assistimos a apresentação do Against The Current, uma ótima banda que possui um single na trilha sonora de “League of Legends”. A vocalista Chrissy Constanza perguntou ao público quem dali conhecia a banda e ficou muito surpresa ao ver que metade já tinham escutado o som dos caras. 

Partimos em direção ao outro lado do circuito, no palco Octane, onde começava o show do The Violent, um power trio que deixou todos em êxtase. A banda, que foi formada por integrantes do Red Sun Rising, informou que aquele era apenas o quinto show deles. Tocaram sem pausas e o vocalista Mike Protich disse que falou pouco com o público devido ao medo da chuva chegar. Destaque para as músicas: “Fly on the Wall” e “Impression”. 

As nuvens começaram a dominar o festival, mas seguimos firmes e fortes e fomos assistir o Saint Asonia no palco Space Zebra. O supergrupo criado pelo vocalista Adam Gontier (ex-Three Days Grace) e o guitarrista Mike Mushok (Staind) conseguiram tocar apenas duas músicas: “Better Place” e a ótima “Blind”. No começo da sua terceira música, Adam deixou a guitarra de lado e informou a todos que deveriam parar o show por conta da chuva que estava por vir e fomos para o abrigo.

Após quase três horas, voltamos ao festival e pra nossa alegria, fomos direto ao show do Nothing More. Mais um show incrível e conseguimos ficar na grade! O vocalista Jonny Hawkins dominou a plateia e não deixou ninguém parado. Perdemos a conta de quantos crowd surfing vimos. A banda tocou duas novas músicas que estarão no próximo disco: “Tired of Winning” e “Turn It Up Like (Stand in the Fire)” e muitas outras que fazem parte do sucesso meteórico dessa banda, entre elas: “Let ‘em Burn”, “Don’t Stop”, “Go to War” e “This is the Time (Ballast)”. 

Seguimos pro show do Jerry Cantrell, que infelizmente foi impactado novamente pelo tempo ruim. O lendário guitarrista do Alice In Chains começou o seu show com “Brighten” e “Cut You In”. Logo após, veio uma trinca de AIC: “Check My Brain”, “No Excuses” e a clássica “Man In The Box”, que lamentavelmente foi cortada no meio da música.

Jerry Cantrell no Welcome to Rockville
Jerry Cantrell no Welcome to Rockville. Crédito: Steve Thrasher5

Por fim, vimos a última banda do dia que pra nós foi a melhor: Shinedown. Os caras começaram o show com um excelente vídeo de Intro, apresentando o novo disco e relembrando como foi o tempo de pandemia para eles.

Infelizmente, puderam tocar apenas quatro músicas: “Devil” com lança chamas espalhados no palco, o novo single “Planet Zero”, seguido por “Get Up”, na qual o vocalista Brent Smith conversou com o público para todos abraçarem quem estava ao seu redor em um momento muito emocionante e “Enemies”, que precisou ser interrompida e finalizou o show. A banda fez um discurso com pedidos de desculpas, reforçando que a pausa era para a nossa segurança e que precisamos respeitar a Mãe Natureza. 

Devido a tempestade, Guns ‘n Roses, Rise Against, Bush, In Flames, Crown The Empire, John 5, Dirty Honey, Alexisonfire e muitos outros tiveram os seus shows cancelados. 

Quarto dia, domingo (22/05)

Saímos de casa mais tranquilos, já que a previsão era de sol e muito calor como foi no primeiro dia.  Ao chegarmos no festival, assistimos a apresentação da promissora Lilith Czar. A artista entregou um show redondíssimo ao lado de uma ótima banda. A cantora falou ao público que é da Flórida e que seu sonho sempre foi tocar nesse festival. Destaque para a música “Anarchy”. 

Fomos então para o próximo show: os canadenses do Spiritbox. Uma banda que está sendo sensação, com pitadas de djent e metal. O alcance vocal somado aos berros de Courtney LaPlant nos surpreendeu positivamente. A vocalista avisou ao público que este seria o último show antes da aguardada tour na Europa. Com um setlist bem pequeno, destacamos aqui as músicas: “Circle With Me”, “Eternal Blue” e “Yellowjacket” que foi tocada ao vivo pela primeira vez.

Após uma pausa, esse foi um momento de curtirmos o ambiente do festival. Com um dia extremamente ensolarado, andamos entre os painéis instagramaveis com as capas clássicas dos discos dos principais artistas que fizeram parte do lineup do festival. 

Com o destino a nosso favor, estávamos próximos do palco Rockvillian Stage e conseguimos pegar um pedaço do ótimo show do supergrupo Motor Sister, formado pelo guitarrista Scott Ian (Anthrax) e sua esposa, a vocalista Pearl Aday, além do baixista Joey Vera (Amored Saint)

Chegou a vez da Taylor Momsem liderando o The Pretty Reckless com muito Rock ‘n Roll e pitadas de metal. Sem enrolação, e com pouca interação com o público, a banda tocou sucessos como: “Since You’re Gone”, “Death by Rock and Roll” e “Make Me Wanna Die”. Um dos poucos momentos que Taylor interagiu, foi pra dizer: “Neste mundo doido, uma coisa todos podemos concordar, vamos todos pro inferno”, e seguiu o show com a ótima “Going to Hell”. Ainda deu tempo de “Heaven Knows” e “Take me Down”. 

The Pretty Reckless no Welcome to Rockville
The Pretty Reckless no Welcome to Rockville. Crédito: Steve Thrasher

Pra finalizar essa sequência incrível de mulheres no vocal, Halestorm entrou e trouxe os principais os sucessos da banda, com músicas mais antigas como “I Miss the Misery” e mais recentes como “Back from the Dead” do novo disco. Lzzy Hale e seu vocal impecável, enfatizou o fato de que há pouco tempo faltavam mulheres no palco como ela em festivais e que estava feliz em ver o lineup do dia cheio de mulheres fod*s, frase que foi gancho para a música “Strange Girl”. 

Outro destaque foi o solo do baterista, Arejay Hale que estava usando uma camisa com a foto do Taylor Hawkins, do Foo Fighters, em sua homenagem. No total 11 músicas foram tocadas, o que animou bastante os fãs presentes.

O co-headliner e uma das bandas mais esperadas pelo público neste dia, The Smashing Pumpkins entregou diversos hits, com um setlist de 12 músicas e agradou muito aos fãs. Em um palco sombrio, a banda abriu o show com “The Colour Of Love”, seguido por dois clássicos: “Bullet With Butterfly Wings” e “Today”. Billy Corgan interagiu pouco com o público e a banda tocou praticamente sem pausas. Deu tempo ainda de “Drown”, “Quiet”, “Solara” e finalizaram o show com a ótima “Zero”. Aqui vale uma ressalva que sentimos falta de “Tonight, Tonight” e o hino da banda, “1979”. Apesar disso, fomos recompensados com uma vibe de festival de verão dos anos 70s, com boa parte do público deitada no gramado curtindo o som.

Para finalizar o festival, Nine Inch Nails tomou conta do palco Space Zebra. O vocalista Trent Reznor disse ao começar o show: “Estamos muito felizes por tocar no Festival, mas tristes pelas circunstâncias que nos colocaram aqui. Nós amamos o Foo Fighters”, devido a precoce morte do baterista Taylor Hawkins e cancelamento da tour da banda Foo Fights, que seria o headliner deste dia. 

O show do NIN teve muitos efeitos de iluminação e teve início com “Mr. Self Destruct” e “Wish”, um de seus clássicos. Logo após, a banda enfrentou um problema técnico no palco e o show foi pausado por cerca de 20 minutes, o que afetou o setlist, mas não tirou o ânimo do show e do público, que mesmo após um longo dia, pulou e cantou sem parar. A apresentação teve um total de 18 músicas, incluindo hits como “Reptile”, “March Of The Pigs”, “The Hand That Feeds” e foi finalizada com a incrível “Hurt”. 

Assim finalizamos as nossas impressões sobre o Welcome To Rockville 2022, que mesmo com muitas inconstâncias climáticas e cancelamentos, esse festival incrível mostrou que o Rock ‘n Roll está mais vivo do que nunca.

Sentimos que mesmo com todos os obstáculos, nunca estávamos sós, visto o constante incentivo de diversas bandas para que as pessoas se conhecessem e tivessem um cuidado com o próximo. Por isso, mesmo em outro país com uma cultura diferente da nossa, nos sentimos em casa e esperamos voltar em breve!

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