Mitchel “Mickey” Hyman, irmão de Joey Ramone, está processando a viúva de Johnny Ramone, Linda Cummings-Ramone, sob acusação de explorar o legado da banda para promover seus interesses pessoais.

Consagrada como uma das maiores influências de punk-rock da história, Ramones foi uma banda norte-americana formada no distrito de Queens, em Nova York, em 1974, onde viviam todos os membros fundadores: Jeffrey Hyman, John Cummings e Douglas Glen Colvin

Com 14 álbuns de estúdio e 4 gravações de álbuns ao vivo, a história da banda punk foi marcada não só por uma inigualável qualidade musical, que a levou ao título de precursora de um dos gêneros mais famosos do rock, mas também por diversos problemas que envolviam o uso de drogas e desentendimentos entre os membros da banda.

Dentre os atritos mais conhecidos, destaca-se a briga protagonizada por Linda Cummings-Ramone e Mickey Hyman, até então dupla de proprietários da Ramones Productions. Com um histórico público de que ambos não se entendiam bem, em agosto de 2023, o irmão de Joey Ramone processou a viúva de Johnny Ramone, perante o Tribunal Federal de Manhattan, por acusação de que ela estaria se beneficiando da imagem e legado da banda.

Intitulada de “groupie profissional”, os advogados de Leigh acusam Cummings-Ramone de violar a Lei Federal ao buscar se associar à imagem dos Ramones em um “desejo pessoal e insaciável de chamar atenção para si mesma” (via Billboard).

Em trecho extraído, o advogado de Leigh declara que a “Sra. Cummings-Ramone fez e continua a fazer tentativas de explorar e se beneficiar do nome, boa vontade e legado dos Ramones para tentar empurrar a falsa narrativa de que é a herdeira”. Continua: “Ela certamente não é. Ela nada mais é do que uma aproveitadora e infratora”. Segundo a acusação do irmão de Joey Ramone, Linda estaria buscando ser retratada como a viúva de Johnny Ramone e “membro integrante” da banda.

O processo trata também do uso indevido do sobrenome “Ramone”, utilizado por Linda, por não se tratar de um sobrenome formal do falecido marido, mas sim de um nome artístico que supostamente a viúva estaria se utilizando para promover eventos anuais e reproduzir músicas e produtos sem a licença de seu então sócio, assim excedendo as limitações impostas em antiga briga judicial. 

Cumming-Ramone já havia processado Leigh

A última briga começou em janeiro de 2024, quando Cummings-Ramone processou Leigh no tribunal estadual de Nova York, alegando que ele havia desenvolvido “discretamente” uma cinebiografia “não autorizada”. No processo, Cummings-Ramone disse que qualquer “história oficial dos Ramones” exigiria a sua prévia aprovação: “Permitir que apenas os réus contem a história oficial dos Ramones seria uma injustiça para a banda e seu legado” (via Billboard).

Apenas oito meses separam um processo do outro, onde Leigh processou Cummings-Ramone com semelhante acusação: utilizar da marca sem a autorização em busca de benefício próprio. 

O caso foi julgado por um árbitro chamado Bob Donnelly, que declarou que: “Leigh e Ramone têm a missão quase sagrada de cuidar do trabalho criativo da banda, de proteger sua marca icônica e de educar novos fãs para fazer crescer seu legado” (via Page Six). Na mesma decisão, Donnelly limitou o uso exclusivo do sobrenome “Ramone”, utilizado por Linda, permitindo o seu uso apenas em conjunto com o seu sobrenome de casada “Cummings”.

Após o processo, o irmão de Joey Ramone declarou: “acredito que é minha responsabilidade proteger o nome Ramones para uso dos membros da banda; e fazer o que é do interesse deles, não do meu”.

Também acusada por alguns fãs de ter sido a causa de diversas brigas entre os integrantes e ter estimulado o fim da banda em 1996, Linda nega não só as acusações como também afirma que o seu antigo relacionamento com Joey não influenciou em sua ruptura ou afetou seu posterior casamento com Johnny (via RollingStone).

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