Ao longo da história, o VIPER teve o raro privilégio de contar com dois dos mais carismáticos artistas do heavy metal brasileiro: A triste e prematura perda de Andre Matos, maior vocalista da história do país, e de Pit Passarell, o gênio compositor da maior parte do acervo do VIPER (que também assumiria os vocais da banda depois de Andre) seria motivo para afetar a performance e até mesmo uma eventual continuidade da banda.

Mas o que se viu neste domingo, 3 de agosto, no Tokio Marine Hall em São Paulo é uma mensagem clara e direta da banda: Apesar do golpe duríssimo, o VIPER segue mais vivo do que nunca. E segue com uma banda extremamente ensaiada, energética e coesa.

Foi reconfortante ver a energia da banda, a qualidade dos integrantes e o repertório imbatível que a banda paulistana apresentou.

VIPER abre show com música que já virou um novo clássico

Para abrir um show que celebra os 40 anos de carreira, não é qualquer banda que consegue empolgar com uma música “nova” como “Under The Sun”, o primeiro single do disco mais recente Timeless. Pela vibração, já deu pra sentir que o público iria embarcar com o VIPER durante toda a apresentação.

Na sequência, “To Live Again” deixou claro algo que se repetiria ao longo do show inteiro: a qualidade dos backing vocals que foram elevados a um novo patamar após a entrada dos mais recentes integrantes, o guitarrista Kiko Shred e o baixista Dani Matos.

Por sinal, o baixista, irmão de Andre Matos, mostrou sua qualidade não apenas em “Dead Light” mas no show inteiro. Perfeitamente entrosado com a banda, tem feito jus à posição de baixista de Pit e ao sobrenome que carrega.

Banda empilha clássicos atrás de clássicos

“A Cry From The Edge” é o clássico que veio na sequência, mantendo a energia lá em cima e trazendo o único membro fundador, o guitarrista Felipe Machado, como principal comunicador com o público, falando entre as músicas, apresentando a banda e pedindo a interação do público.

“Soldiers of Sunrise” foi um dos pontos altos do show com o baterista Guilherme Martin, apelidado de “máquina” por Felipe Machado durante a apresentação dos integrantes, mostrando sua qualidade e sua atual forma exuberante.

Ao tocar “Coma Rage” a música mais hardcore do repertório, o VIPER mostrou a força de sua discografia: As 6 primeiras músicas do show pertencem a 5 álbuns diferentes. Algo que somente bandas icônicas podem se dar ao luxo de fazer.

Em “The Spreading Soul”, o momento mais emocionante do show: O telão foi preenchido com uma bela foto preto e branco de Andre e Pit. A linda música foi cantada por todo o público. O baterista Guilherme Martin se mostrou visivelmente emocionado.

A qualidade dos vocais de Leandro Caçoilo é evidente durante todo o show. Porém em “Timeless” é onde Leandro mostra o incrível vocalista que é. A música tem tons altíssimos e é interpretada com a mesma qualidade apresentada em estúdio. O brilhante solo de Kiko Shred nessa música é outro ponto que vale destaque.

Reta final coloca o Tokio Marine Hall abaixo

A reta final do show começa com o clássico “Prelude To Oblivion” que dentre vários destaques temos o solo de Felipe Machado com a guitarra nas costas. A qualidade do vocal de Leandro nessa música, já mais para o fim do show, é impressionante.

O maior sucesso do VIPER, “Living For The Night”, teve Rafael Bittencourt do Angra como convidado especial, além da tradicional participação do público que cantou do começo ao fim.

O Tokio Marine Hall veio abaixo com a explosiva “Rebel Maniac” que encerrou uma das melhores apresentações do VIPER dos últimos anos.

Do começo ao fim, a mensagem passada pelo VIPER foi claríssima. Uma das bandas mas importante do metal nacional está viva, está em forma e está revistalizada. E o mais importante: Está fazendo jus ao legado deixado por Andre e Pit que certamente estariam felizes em ver a banda deles encantando o público de forma tão intensa.

Confira as fotos do show do VIPER:

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Apaixonado por música, em particular por rock e heavy metal, co-fundou o Wikimetal em 2011. Foi roadie do VIPER desde a fundação da banda até o final da tour do álbum 'Theatre of Fate'. Sempre teve o desejo de ajudar a difundir o heavy metal que foi alvo de tanto preconceito ao longo dos anos. O Wikimetal é uma forma de defender, propagar e perpetuar o metal no Brasil - [email protected]