A tecladista do Cradle of Filth, Zoe Marie, fez uma publicação no Instagram na última terça-feira, 26, explicando os motivos de sua saída da banda. Em um texto contundente, a musicista acusou a gestão do grupo de ser “desonesta, manipuladora” e de tentar “roubar dinheiro”.
Zoe afirma que ela e o guitarrista Ashok, que também é seu marido, planejaram a saída do grupo há meses devido ao ambiente “tóxico e ameaçador”. Ela revela que a banda recebia salários “muito baixos” e que eles sequer conseguiam cobrir o custo de vida, sendo ainda impedidos de fazer turnês com outros grupos para complementar a renda.
A musicista conta que a gota d’água foi a tentativa da gestão de reter o adiantamento do álbum Screaming of the Valkyries, chamando-a de “câncer” e “cavalo-morto” quando foi confrontada. A situação abusiva, segundo ela, culminou em um aborto espontâneo durante uma turnê.
Zöe comentou [transcrição via Loudwire]: “Nós planejamos essa transição para fora do Cradle of Filth meses atrás. O management é desonesto, manipulador e tenta pegar dinheiro que pertence a nós sem nenhum contrato entre nós, músicos contratados, e eles. Quando eu os chamei para falar dessa tentativa de roubo do dinheiro adiantado do (álbum) ‘The Screaming of the Valkyries’ (2025), eles me chamaram de ‘câncer’ e ‘peso morto’, e ameaçaram me demitir. O frontman não faz nada para pará-los e se esconde atrás deles enquanto eles menosprezam e roubam. Nós consideramos o frontman responsável por contratar esses empresários e nunca advogar por sua equipe, apenas por si próprio. Outros ex-membros tentam ser cuidadosos sobre isso e só culpam os empresários – os empresários trabalham para o frontman.”
Zoe responsabiliza o vocalista Dani Filth
Além das acusações contra a gestão, Zoe responsabiliza o vocalista Dani Filth por contratar a equipe e “nunca defender sua equipe, apenas a si”. Ela anexou ao post um contrato que, segundo ela, foi oferecido para um aumento de 25% (o primeiro em 7 anos) e que o advogado do casal classificou como “o contrato mais psicopata que um músico de sessão poderia receber”. Eles se recusaram a assinar e decidiram sair da banda.
“Ele [Dani Filth] pode não sujar as mãos, mas no final, ele os dirige. A atmosfera que ele cria é ameaçadora e abusiva, e constantemente nos explora por salários muito baixos e ainda demanda exclusividade para a agenda do Cradle. Nós não estamos conseguindo cobrir nem o custo de vida, e ainda assim falam para não fazermos turnês com outras bandas para completar renda. É loucura manter as pessoas trancadas na pobreza pelo ego de uma pessoa.
Nós anexamos (no post) o contrato no qual eles tentaram prender todos os membros contratados por um aumento de 25% (o primeiro aumento em 7 anos). Nosso advogado chamou de o contrato mais psicopata que poderia ser oferecido a um músico de sessão. Nós não assinamos e tomamos a decisão de sair neste ano ao invés disso.”
Motivo da saída e alerta aos futuros músicos
Zoe continuou: “Então, nós saímos porque estávamos sendo usados e recebendo menos do que o custo de vida, o ambiente é tóxico e ameaçador, e o preço que isso estava tendo em nossas vidas e em nosso casamento ficou grande demais. O impacto em nossa saúde me levou a ter um aborto de nossa primeira gravidez em turnê. Escolhemos sair para nos salvar e criar um futuro melhor para nossa família. Agora que estamos fora, o sol está brilhando, nossa família tem esperança, e esperamos que todos os músicos de sessão que pensarem em se juntar ao Cradle leiam esse contrato e falem com um advogado.
A tecladista finaliza a nota com uma mensagem de alerta aos futuros músicos que considerem ingressar no Cradle of Filth. Ela orienta que leiam o contrato e procurem um advogado.
“Boa sorte a quem quer que tente fazer isso funcionar depois. E lembre-se, todos nós conhecemos o cara que diz que ‘todas’ as suas ex são loucas – tem certeza que TODAS elas são? Ou o problema pode ser você, mais de 40 pessoas depois? Adeus aos fãs e nossos colegas músicos contratados e à equipe. Eles são as únicas partes disso que permanecem como boas memórias.”
A saída de Zoë Marie Federoff e Ashok
A saída de Marek “Ashok” Smerda e da tecladista Zoë Marie Federoff do Cradle of Filth ocorreu de forma inesperada durante a turnê latino-americana da banda, gerando especulações entre os fãs. A decisão de Federoff de deixar o grupo precedeu repentinamente o anúncio de Ashok, de que ele também sairia ao final da turnê.
O casal explicou que a saída se deu por motivos profissionais e pessoais. Eles alegaram que a banda não estava priorizando seus membros. Além de o trabalho ser exaustivo para um salário relativamente baixo e de o ambiente ser estressante e “antiprofissional”.
Além disso, Federoff revelou em uma publicação que a turbulência na banda cobrou um preço em sua vida e casamento, levando até mesmo a um aborto espontâneo durante a turnê. Essa saída em conjunto, com as acusações de dificuldades financeiras e ambientais, marca um momento de transição significativa para o Cradle of Filth.
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