Texto por Luis Fernando Ribeiro e Leandro Abrantes

A Signum Regis é uma banda eslovaca de metal melódico/neoclássico formada em 2007, na cidade de Senec, pelo baixista e compositor Ronnie König, que ao lado do guitarrista Filip Koluš e do tecladista Ján Tupý formam o trio de músicos remanescentes da formação original da banda, e que atualmente vem aumentando seu reconhecimento no Brasil e na América do Sul especialmente devido a presença do brasileiro Jota Fortinho como vocalista do grupo.

Com quase 15 anos de estrada, a Signum Regis possui em sua vasta discografia nada menos que 6 álbuns full-length e 3 EPs, além de vários singles e videoclipes lançados no decorrer de todos esses anos.

Conheça agora um pouco mais de cada um desses nove registros oficiais de estúdio da banda:

Signum Regis (2008)

Lançado em 2008, o álbum de estreia da Signum Regis, autointitulado, contou com o renomado vocalista Göran Edman (ex-Yngwie Malmsteen, John Norum), além de Ado Kaláber na segunda guitarra e Luděk Struhař na bateria, obtendo excelente repercussão em todo o mundo, inclusive no competitivo mercado japonês, onde foi lançado pela Avalon/Marquee Records. O disco já apresentava os elementos característicos que se tornariam os alicerces da banda ao longo de sua trajetória, como suas letras encorajadoras e poderosas, arranjos vibrantes e intensos e refrões sempre empolgantes. O álbum destaca-se pela solidez, pela maturidade de uma banda logo em seu primeiro registro e pela constância, por não apresentar nenhum momento abaixo da média, resultado que se consolidaria em uma carreira longeva e cheia de grandes momentos.

Destaques: “All Over The World” e “Bright Days Of Glory”

The Eyes of Power (2010)

Em 2010 a Signum Regis assinou com a Inner Wound Recordings e lançou o grandioso álbum conceitual The Eyes Of Power, que foi muito bem recebido pelo público e pela crítica, especialmente na Europa. A partir deste álbum ficou bastante evidente que Signum Regis havia encontrado sua proposta e alcançado sua maturidade dentro da cena do metal melódico/neoclássico. Afastando-se um pouco das características comuns à bandas como o Symphony X, bastante presentes no primeiro álbum, passando a criar uma personalidade bastante forte e evidente, dando menos complexidade e mais propósito à cada uma de suas composições, além de mais melodia e velocidade, resultando em canções ainda mais poderosas e explosivas, indo para uma direção mais melódica do que a tendência progressiva de outrora. Para este disco a única mudança promovida na formação da banda se deu com Adrián Ciel assumindo a bateria.

Destaques: “Dura Europos”, “One Fatal Enterprise” e “The Underground Temple”

Exodus (2013)

O terceiro álbum da Signum Regis, Exodus, foi lançado em 2013 e contou com muitos vocalistas diferentes, como o próprio Göran Edman, além de Lance King (ex-Pyramaze, Balance of Power), Matt Smith (Theocracy), Michael Vescera (Obsession), Daísa Munhoz (Vandroya, Soulspell), entre outros, mostrando uma banda bastante ousada, ainda que dentro de sua proposta original. Neste álbum os elementos de metal melódico ficam ainda mais evidentes do que nos álbuns anteriores, mas os elementos clássicos de Signum Regis se mantiveram, resultando em alguns dos maiores clássicos da já consolidada carreira da banda, tais como “The Ten Plagues” e “The Promised Land”. A falta de uma presença principal como vocalista da banda poderia fazer as faixas soarem desconexas e com grandes altos e baixos, mas isso não acontece especialmente devido a experiência e ao entrosamento dos três músicos principais da banda. O álbum apenas perde um pouco em soar menos orgânico, mas compensa na diversidade dos temas.

Destaques: “The Ten Plagues” e “Song of Deliverance”

Through The Storm (EP-2015)

No início de 2014, Mayo Petranin, que já havia gravado e realizado alguns shows com a banda na Eslováquia, Holanda, Alemanha e Suíça, tornou-se oficialmente o vocalista da Signum Regis em um processo absolutamente natural. Além dele, o baterista Jaro Jančula completou a formação da banda. Durante 2014 a Signum Regis começou a trabalhar em novo material, resultando no EP Through The Storm, lançado em maio de 2015 e até então o seu registro mais pesado. Mayo Petranin soa menos melodioso que os vocalistas que passaram anteriormente pela banda e isso reflete numa sonoridade mais direta e agressiva, mas que ainda consegue soar grandiosa e épica em suas devidas proporções, resultando em um álbum registro que poderia soar deslocado na discografia da banda, mas que acaba sendo tão agradável de se ouvir, que firma-se entre um dos álbuns mais agradáveis de se ouvir da banda. Vale destacar o quando a banda não se prende aos clichês do gênero, permitindo-se soar exatamente conforme a sua vontade, criando composições absolutamente honestas.

Destaques: “Living Well”, “My Guide In The Night” e “Through the Desert, Through the Storm”

Chapter IV: The Reckoning (2015)

Com sua formação estabilizada e com todas as arestas ajustadas a partir do lançamento de Through The Storm, ainda no outono de 2015, a Signum Regis lançou o seu disco mais definitivo, que a firmaria como uma banda absolutamente consolidada e com grande relevância, atingindo novos públicos. A banda chegara ao ápice de sua maturidade, solidificando sua sonoridade a partir de todos os elementos que havia explorado nos álbuns anteriores. Não existe nenhum grande expoente dentre as canções, mas o álbum soa absolutamente agradável do início ao fim, desde a belíssima arte da capa até o último suspiro da belíssima “Bells Are Tolling”. Chapter IV: The Reckoning pode não ser o melhor, mas é definitivamente o álbum mais equilibrado da carreira da banda.

Destaques: “The Voice in the Wilderness” e “When Freedom Fails”

Decennium Primum (2017)

Mantendo a formação dos dois registros anteriores, em 2015 a Signum Regis participou de um concurso de bandas, sagrando-se campeã entre outras 400 bandas participantes e a partir da premiação obtida pôde registrar seu álbum seguinte, Decennium Primum, lançado em 2017 e que carrega aquela que talvez seja a canção mais popular da banda, “Unfold the Mistery”. Neste álbum ficam evidentes alguns elementos de metal tradicional, pouco típicos na discografia da banda, mas que somam muito às composições, tornando-as ainda mais vibrantes e empolgantes, duas das principais características da música da Signum Regis. À esta altura vale destacar o quão respeitável é a carreira da Signum Regis, que se não apresenta grandes clássicos do heavy metal, não possui nenhuma canção em que se possa alegar falta de criatividade e esmero na composição.

Destaques: “Unfold the Mystery” e “Train To Neverland”

Addendum Primum (EP-2017)

O EP Addendum Primum marca o último registro de Mayo Petranin à frente da banda através de quatro canções, dentre as quais destaca-se “Tune of War”, que viria a ser regravada no EP mais recente da banda, “Flag of Hope”.

Destaque: “Tune of War”

The Seal of a New World (2019)

Em 2018, a Signum Regis se separou do vocalista Mayo Petranin de maneira totalmente amigável, chegando a concluir sua agenda de shows mesmo após a separação oficial. A partir de então, a banda passou a buscar um novo vocalista. O guitarrista Filip Koluš fez uma extensa pesquisa no YouTube e compilou uma lista de possíveis candidatos. No topo da lista estava o vocalista brasileiro Jota Fortinho, que cantava covers impressionantes de bandas famosas e possuía vasta experiência como vocalista de heavy metal. Jota demonstrou interesse imediato na banda e após um período relativamente curto de testes, quando Jota cantou algumas das canções importantes do catálogo da Signum Regis e logo se tornou o novo vocalista permanente da banda.

De certa forma, houve uma espécie de volta às raízes, uma vez que Jota tem um alcance tão amplo quanto Göran Edman e é capaz de cantar linhas vocais complexas e exigentes, mas por outro lado, a banda explorou novas sonoridades e novos elementos, em busca de um novo som. O resultado final desse processo foram as 12 músicas escolhidas e gravadas para o novo álbum da banda, The Seal of a New World, lançado em novembro de 2019 pela Beyond The Storm Productions. O álbum foi mixado por Ronnie König e masterizado pelo renomado Jacob Hansen, apresentando uma sonoridade bastante característica da banda, mas soando mais orgânica e dinâmica do que nunca. Logo após o lançamento, a Signum Regis fez algumas apresentações ao vivo e ao ficar impossibilitada de fazer shows devido a pandemia de coronavírus, a banda começou a se concentrar nas atividades de estúdio novamente.

Destaques: “Kings of the Underground” e “Prisoner’s Elegy”

Flag Of Hope (EP-2020)

Em 2020 o músico Majo Sucháň assumiu a segunda guitarra da banda e no inverno do mesmo ano, a Signum Regis lançou o EP Flag Of Hope, acompanhado de um grandioso videoclipe cheio de participações muito especiais. Para o videoclipe de “Flag of Hope” a banda contou com a participação ilustre de seus dois ex-vocalistas, Göran Edman (Yngwie Malmsteen) e Mayo Petranin (Castaway, Symphonity), além dos renomados músicos André “Zaza” Hernandes (Capella, ex-André Matos band, ex-Angra), Matt Smith (Theocracy), Samuel Nyman (Manimal) e David Åkesson (Qantice). Além do videoclipe, o EP possui outros excelentes registros como a releitura de “Given Up For Lost” e “Tune of War”, a inédita “Voyage to the Distant Shores”, além de uma belíssima versão para “Stand Away”, do Angra e uma versão instrumental de “Ave Maria”.

Destaques: “Given Up For Lost” e “Flag of Hope”

Você também pode conferir todos os videoclipes da Signum Regis disponíveis através do canal da banda no YouTube ou através do link abaixo:

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