Texto por Patricia Camara

O renomado palco do Opinião em Porto Alegre recebeu as bandas gaúchas Marenna e Rosa Tattooada na última quinta-feira, 05, bem como um público fiel às duas bandas gaúchas. 

O Marenna abriu a noite com sua clara mistura de metal melódico com o hard e glam rock oitentista. A pista estava vazia até o início do show, mas logo que a banda tocou seus primeiros acordes, as pessoas até então espalhadas pela casa foram se juntando em frente ao palco. 

Quem ouviu a banda por plataformas digitais até agora, não deve ter se impressionado, afinal não podemos dizer que o Marenna é uma banda inovadora e que seu som se destaca. As músicas são “mais do mesmo”, e as letras têm vários clichês conhecidos do universo do rock. É ao vivo mesmo que a banda mostra o que tem de fato a entregar.

O vocalista, Rod Marenna, explorou seus vocais mais agudos com alguns drivers ousados, enquanto a guitarra e o teclado adicionam melodias características de bandas como Whitesnake e Rainbow no auge dos anos 80. O guitarrista Edu Larsch animou com riffs empolgantes e solos virtuosos. Além dos traços precisos e exatos dentro do estilo, a banda cativou com sua energia e carisma no palco. 

Apesar de ser relativamente nova no cenário brasileiro, o Marenna já tem sua base de fãs e, dentro de um setlist de apenas músicas aceleradas, “Pieces of Tomorrow”, “Need to Believe” e “Breaking the Chain” foram apenas algumas faixas que contaram com a participação animada do público, muitos cantando os refrões e batendo palmas. 

Já com a casa mais cheia, todos aguardaram ansiosamente o Rosa Tattooada e a banda chegou com tudo com “Rock and Roll Até Morrer” e não teve melhor maneira de descrever o propósito destes fãs leais que a banda tem. 

Os veteranos do rock gaúcho logo prometeram um show sem convidados e sem covers, ou seja, puramente o DNA do Rosa e, poucos minutos setlist adentro, já era evidente que a identidade do trio não sofreu com o passar do tempo e nem com as mudanças de formação, e a voz do único membro original, Jacques Maciel, segue sendo marca registrada do Rosa Tattooada. 

Não faltaram canções românticas: “Um Milhão de Flores”, “Tardes de Outono” e “Diamante Interestelar” foram muito apreciadas e cantadas em coro. O bom e velho espírito do rock and roll também se fez presente com “Hard Rocker, Old School” e “Na Estrada”. 

Conforme o próprio Jacques mencionou, “O Inferno Vai Ter Que Esperar” é um clássico do rock gaúcho. Faço questão de acrescentar que é a música mais dramática e intensa que temos não só da banda, mas também provavelmente do rock brasileiro. A canção que conta os pensamentos de um rapaz que foi traído por sua amada e chega a considerar o pior mas encontra a redenção por fim, embalou intensamente os fãs que, a pedidos, ligaram as luzes de seus celulares para acompanhar a balada. 

Com “Carburador”, música que foi muito pedida desde a metade do show por alguns fãs, o Rosa Tattooada encerrou seu show comemorativo para um público animado e bastante orgulhoso que não poupou energia para saudar a banda a noite inteira. Uma bandeira do Rio Grande do Sul levada ao palco também mostrou o orgulho dos membros em representar tão fielmente essa vertente sulista do rock brasileiro.

Durante a noite, o vocalista Rod Marenna chegou a comentar: “É uma noite de celebração ao hard rock, à amizade, à música pesada e autoral” e, de fato, todos esses elementos estiveram presentes em peso com as duas bandas e o público prestigiou com gosto os artistas locais. 

Categorias: Notícias Resenhas