Com a tarde nublada que fez em São Paulo neste sábado, 21, só um belo festival de rock para animar. Mais do que apenas um festival, porém, o Rockfest foi uma verdadeira festa repleta de apresentações de primeira e hits.

A cada banda que entrava no palco do Allianz Parque, que teve como abertura os brasileiros do Armored Dawn, parecia impossível que o próximo show conseguisse manter o nível. E todos conseguiram.

Ainda com o estádio meio vazio, o Europe mostrou que é mais do que apenas “The Final Countdown”. Com um hard rock meio Deep Purple, a banda aqueceu o público que ainda não sabia muito o que esperar do show. Claro que a faixa mais cantada foi mesmo o hit citado, mas “Carrie” também teve seu coro alto.

Logo depois veio o Helloween, os “novatos” do festival. Com mais de três décadas de carreira, a banda fez uma ótima compactação do set de mais de duas horas que vêm apresentando na Pumpkins United World Tour. Unindo todas as fases da banda, com a junção dos vocalistas Andi Deris, Michael Kiske e o guitarrista Kai Hansen, a apresentação é um verdadeiro espetáculo.

Os integrantes têm uma noção performática e presença de palco incríveis. Deris serve com um mestre de cerimônias, apresentando os integrantes, falando sobre as épocas e álbuns de cada música. Michael é a grande personalidade e mantém seus vocais altíssimos e bem executados. Quando os dois dividem a cantoria, como no caso de “Dr. Stein”, fica claro a intimidade que os dois criaram. Um apoia o outro e todos, claramente, divertem-se. Sem contar que os movimentos ensaiadinhos e a técnica dos integrantes também são impressionantes.

Logo depois, foi a vez de David Coverdale e companhia surpreenderem a plateia. O vocalista, que entrou com um figurino com a bandeira do Brasil, já não tem o mesmo poder vocal de antes, mas não deixa a desejar em nenhum momento, mostrando um trabalho sólido.

Ele esbanja energia, faz poses sexuais e sorri. Enquanto hit atrás de hit é entoado. O grande momento, porém, é protagonizado pelo baterista Tommy Aldridge, de 69 anos, que faz um solo enorme, tirando gritos e expressões impressionadas da plateia. Até que em determinado momento, larga as baquetas e continua a fazer o solo com as mãos, o que causa um misto de aflição e êxtase.

A partir daí, “Is This Love”, “Give Me All Your Love”, “Here I Go Again” e “Still of The Night” embalam a apresentação cantada à plenos pulmões. Encerrando de maneira estrondosa, “Burn”, originalmente do Deep Purple.

Fechando a noite vem o Scorpions, com uma superprodução com telões de led por todo o canto. A qualidade técnica de todos os integrantes é impressionante, ainda que o vocal de Klaus Meine não seja mais o de tempos passados.

Rudolf Schenker, sim, parece que ainda é um moleque. Corre, pula, faz graça e toca com energias impressionantes. Os cabelos descoloridos e óculos escuros enganando a verdadeira idade de 71 anos.

Quando o show diminui o ritmo para duas baladas acústicas, é quando a plateia entra de verdade na apresentação. Ver “Send Me an Angel” e “Wind Of Change” ao vivo é emocionante. Com o público totalmente envolvido, a banda emenda “Tease Me Please Me” com um solo impressionante do baterista Mikkey Dee, cuja plataforma onde fica na bateria é suspensa por correntes. Visualmente tão impressionante quanto a habilidade de Dee.

Seguindo com “Blackout” e “Big City Nights” e, no encore, “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane”, a banda tira todo mundo do chão e encerra a celebração da música. O Rockfest foi a verdadeira festa do rock, mostrando que não há idade que segure verdadeiros ídolos.

Confira a galeria de imagens com fotos de Marta Ayora

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