A data extra do P.O.D. no dia 05 de dezembro serviu como um aquecimento explosivo para o show principal do dia 13 e foi um verdadeiro presente para os fãs de metal e rock cristão.
Com um line-up de peso, o Carioca Club recebeu o Living Sacrifice em sua tão aguardada estreia no Brasil, o Demon Hunter com sua energia contagiante e, como atração principal, os veteranos do P.O.D., que entregaram uma performance memorável. A expectativa era alta, e o que se viu foi uma celebração da música pesada que transcendeu gêneros e gerações.
Abrindo a noite com uma performance que marcou sua estreia em solo brasileiro, o Living Sacrifice mostrou por que é uma lenda do metal extremo cristão. Conhecidos por serem pioneiros no death/thrash metal com letras de fé, a banda de Little Rock, Arkansas, entregou um som brutal e implacável. O vocalista e guitarrista Bruce Fitzhugh, com seus gritos característicos e riffs pesados, liderou a banda através de um setlist que não deu trégua.
Faixas como “Flatline” e “Symbiotic” abriram caminho para a agressividade de “Hand of the Dead” e “Local Vengeance Killing”, enquanto “Bloodwork” e “The Reaping” quebraram tudo. O público, que aguardava ansiosamente por essa apresentação histórica, respondeu com fervor, culminando com a poderosa “Reborn Empowered” e “Reject”, solidificando a primeira apresentação da banda no país como a mais pesada da noite.
Na sequência, o Demon Hunter subiu ao palco, trazendo sua mistura única de metalcore melódico e pesado. A banda, que tem como característica a fusão de riffs potentes com melodias marcantes e letras profundas, foi recebida com grande entusiasmo. O carismático vocalista Ryan Clark, membro essencial com sua impressionante versatilidade vocal que transita entre guturais furiosos e vocais limpos e melódicos, comandou a plateia com maestria. Eles iniciaram com a intensidade de “Sorrow Light the Way” e “Heaven Don’t Cry”, rapidamente engajando os fãs. A performance foi um equilíbrio perfeito entre a brutalidade de “Collapsing” e a emoção de “The Heart of a Graveyard”, mostrando a profundidade de seu catálogo e a habilidade da banda em criar uma atmosfera envolvente e poderosa.
A energia do Demon Hunter continuou a crescer com cada música, solidificando sua conexão com o público brasileiro. Faixas como “I Will Fail You” e “Infected” chegaram com a intensidade característica da banda, enquanto “Cut to Fit” e “Peace” trouxeram momentos intensos e melancólicos. A banda demonstrou uma presença de palco coesa e impactante, com cada membro contribuindo para a muralha sonora que preenchia o Carioca Club. O setlist foi uma jornada através de sua discografia, culminando em um final apoteótico com “Dead Flowers”, “Cold Winter Sun”, “I’m Done”, “The Last One Alive” e a explosiva “Storm the Gates of Hell”, deixando a plateia aquecida e pronta para a atração principal.
Quando as luzes se apagaram e a introdução do P.O.D. começou, o clima mudou. Os pioneiros do nu metal e alternative metal, conhecidos por sua fusão de rock, reggae, hip-hop e uma mensagem positiva, subiram ao palco com uma energia contagiante. O vocalista Sonny Sandoval, frontman essencial com sua presença de palco carismática e habilidade de transitar entre o rap e o canto melódico, imediatamente tomou conta do público.
A banda abriu com a clássica “Southtown”, seguida por “Rock the Party (Off the Hook)” e “Boom”, transformando o Carioca Club em uma festa em meio a pulos, gritos e cantorias, mostrando que, mesmo após décadas, a força de seu som e a relevância de suas músicas permanecem intactas.
O P.O.D. seguiu com uma performance dinâmica, entregando hits e faixas mais recentes do álbum Verita (2024). “I Got That” e o surpreendente cover dos Beatles, “Don’t Let Me Down”, mostraram a versatilidade da banda, enquanto “Breaking” e “Murdered Love” mantiveram a intensidade. Durante “Murdered Love”, um pequeno problema técnico com a guitarra fez com que o último verso fosse tocado novamente depois que a música acabou, momento que a banda contornou com profissionalismo e bom humor, interagindo com o público e mostrando que a paixão pela música é o que importa. A banda continuou a cativar a todos com a melodia de “Lost in Forever” e a introspectiva “Sleeping Awake”, criando um ambiente de união e celebração.
O clímax da noite veio com uma sequência de hinos que fizeram o Carioca Club vibrar. “Youth of the Nation” foi um dos pontos altos, com a plateia cantando cada palavra em uníssono, uma mensagem poderosa que ecoa até hoje. A banda estava tão à vontade que foi mudando o setlist na hora, experimentando sem medo de ousar. Então vieram “Afraid to Die” e “Soundboy Killa”, que prepararam o terreno para o grand finale.
A banda encerrou a noite com a emocionante “Will You” e a icônica “Alive”, que fez o público explodir, pulando e cantando com toda a força. O P.O.D. provou mais uma vez por que é uma das bandas mais respeitadas de sua geração, entregando um show cheio de energia, emoção e uma mensagem inspiradora, deixando todos os presentes ansiosos pela próxima apresentação no dia 13. A noite foi, sem dúvida, um aquecimento perfeito, e Sonny prometeu novidades para o próximo show em São Paulo.
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