“Isso não é um teste”. No último sábado, 22, Oasis retornou ao Brasil após 16 anos, onde realizou a primeira de suas duas aguardadas apresentações em São Paulo, no Estádio Morumbis, que reuniu cerca de 70 mil pessoas.
O show fez parte da turnê Oasis: Live’25, marcando a reunião dos irmãos Liam e Noel Gallagher nos palcos após o hiato em 2009. Nesse intervalo, ambos se consolidaram em suas carreiras solo, mas em 27 de agosto de 2024, chocaram o mundo ao anunciarem que as “armas haviam silenciado” e iriam retornar em 2025.
Richard Ashcroft abre show do Oasis em São Paulo
Richard Ashcroft, a mente por trás do The Verve, acompanhou o grupo por toda a Europa e América do Sul. O cantor retornou ao Brasil pela segunda vez neste ano. Sua performance foi curta, mas o público reagiu melhor quando “Lucky Man” e “Bitter Sweet Symphony” foram tocadas. Essas faixas em questão são hinos do Britpop, estilo que consagrou tanto o artista quanto a atração principal da noite.
Para o show do Oasis havia uma estrutura grandiosa: um gigantesco palco, composto por um telão que ia de ponta a ponta do estádio. No teto, o icônico logotipo da banda reluzia e marcava presença. A introdução do show mostrava manchetes mundo afora sobre a reunião. Ao final do vídeo, os Gallaghers entraram de mãos dadas – este momento é certamente a imagem da turnê e umas das principais do ano.
Setlist marcado por hits atemporais
O setlist de 23 músicas fez um desfile de hits da discografia dos britânicos. O foco especial ficou para as faixas de Definitely Maybe (1994) e (What’s The Story) Morning Glory? (1995) – o disco de maior sucesso comercial da banda completou 30 anos em 2025. O repertório ainda contou com faixas de Here Be Now (1997), Heathen Chemistry (2002), e da coletânea The Masterplan (1998).
Apesar do tempo afastados, o entrosamento entre Liam e Noel ainda funciona muito bem. Destaca-se a dinâmica vocal entre os dois. Bonehead também merece destaque. O guitarrista, e um dos responsáveis pela fundação do grupo, voltou à banda após sua saída em 1998. Mais recentemente, ele precisou se ausentar durante os shows na Ásia e Oceania para realizar tratamento de um câncer. Os veteranos Andy Bell (baixo) e Gem Archer (guitarra), presentes desde 1999, também retornaram.
Os músicos de apoio são Joey Waronker (bateria), Christian Madden (teclados), Alastair White (trombone), Steve Hamilton (saxofone) e Joe Auckland (trompete). Todos eles acompanham Liam e Noel em suas respectivas carreiras solo.
“Live Forever” contou com homenagem especial
Ao longo da turnê, a banda homenageou diversas personalidades durante a música “Live Forever”. Diogo Jota, no País de Gales, Diego Maradona na Argentina, dentre outros. Para São Paulo, o escolhido foi Gary “Mani” Mounfield, o lendário baixista das bandas The Stone Roses e Primal Scream, que faleceu em 20 de novembro, aos 63 anos. Liam dedicou a faixa para ele, chamando-o de “herói”. Mounfield era uma inspiração para os Gallaghers e peça chave na consolidação do Britpop na década de 90.
Para o bis, a sequência composta por “Don’t Look Back in Anger”, “Wonderwall” e “Champagne Supernova” levou os fãs ao delírio. Uma queima de fogos com aproximadamente 4 minutos de duração marcou o fim de uma data histórica.
Show do Oasis em São Paulo marca encerramento da turnê
A segunda apresentação do Oasis em São Paulo, no domingo, marcou o fim da turnê. Até o momento, não se sabe o que será do grupo daqui pra frente. De qualquer forma, o retorno da banda britânica bateu recordes de público mundialmente, vendas de cervejas em Londres, produtos oficiais, etc.
Destaca-se também a comoção causada pela volta. A cada show – totalizando 42 na turnê – as cidades viviam na febre da “Oasismania”. Diversas ações, como, por exemplo, lojas pop-up, foram montadas para engajar os fãs.
O retorno do Oasis certamente figura como um dos shows mais marcantes, grandiosos e lucrativos da história não só do rock, mas da música no geral. Estima-se uma receita bruta de £ 400 milhões (cerca de R$3 bilhões) ao final.
Se fossemos voltar 10 anos no tempo, seria improvável dizer que veríamos Liam e Noel sob o mesmo palco novamente. Mas “a grande espera acabou”. Por mais que o futuro esteja indefinido, o legado do Oasis seguirá adiante pelas próximas gerações. Havia uma grande quantidade de jovens e crianças presentes. Todos puderam testemunhar a história diante de seus olhos num momento que ficará marcado pela eternidade e que vai “viver para sempre”.
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