Dois nomes de peso do rock estadunidense marcaram presença nas manifestações do movimento “No Kings” (“Sem Reis”), que tomou as ruas dos Estados Unidos no último sábado, 14, contra a concentração de poder e a favor da democracia. Tom Morello, guitarrista do Rage Against the Machine, e Amy Lee, vocalista do Evanescence, estiveram entre os artistas que protestaram contra o governo de Donald Trump em ações espalhadas por diversas cidades do país.
Manifestantes contaram nas mídias sociais que Tom Morello foi visto em Los Angeles, na California, passando em frente a um prédio federal em um caminhão tocando músicas em alto volume, com os manifestantes dançando enquanto fuzileiros navais assistiam à cena. Imagens publicadas no Instagram mostram o guitarrista com um cartaz que dizia em letras maiúsculas: “DEPORTEM RACISTAS”.
Segundo apuração da NBC News, o músico também fez discurso em cima de um caminhão de lixo cercado por ativistas do grupo “First Nations”. Em sua fala, Morello chamou por resistência e destacou a importância da mobilização popular em seu discurso. “Quando os bilionários, os oligarcas e os racistas decidiram que iam tomar conta deste país e começariam por Los Angeles, escolheram a cidade errada”, disse. “Ninguém vai vir nos salvar. Somos nós que vamos nos salvar.”
Um manifestante publicou em sua conta no Instagram o vídeo do discurso de Tom Morello seguido de um texto em que relata a experiência de ter reunido a família para ir ao protesto: “Dançamos ao som de Ozomatli. Ouvimos algumas palavras inspiradoras de Tom Morello. Conheci o maravilhoso artista Lauren YS. Todas essas coisas maravilhosas aconteceram no meio das ruas do centro de Los Angeles. Foi realmente lindo estar cercado pelo meu povo, unido para se manifestar contra o tirano. [Donald Trump]”.
Já Amy Lee participou de uma manifestação em Nashville, no estado do Tennessee, ao lado do marido, Josh Hartzler. Em fotos publicadas pela própria cantora em sua conta oficial no Instagram, ela aparece com uma camiseta e uma placa com o slogan “No Kings”. Já em uma foto com seu marido, ela aparece segurando um cartaz com os dizeres “Justiça para todos. Parem de sequestrar pessoas”.

O que é o movimento “No Kings”?
Em seu site oficial, o movimento explica que o nome “No Kings” reflete a luta contra a concentração de poder e a favor da democracia. Entre os pilares da campanha estão o combate às ações do ICE (órgão de imigração dos EUA), a resistência contra o uso político das Forças Armadas e o incentivo à mobilização da população.
As manifestações do “Flag Day” (Dia da Bandeira) no dia 14 de junho foram organizadas como resposta direta à parada militar organizada pelo governo estadunidense em comemoração aos 250 anos do Exército dos Estados Unidos. Coincidentemente, neste dia também foi comemorado o aniversário de 79 anos do atual presidente Donald Trump.
Ao todo, cerca de 2 mil eventos foram programados em todos os 50 estados americanos, incluindo cidades como Nova York, Filadélfia, Chicago, Houston e Los Angeles. O objetivo central do “No Kings” é denunciar o que os organizadores descrevem como práticas autoritárias do governo Trump, como as políticas de imigração consideradas contrárias aos direitos humanos e os cortes de gastos federais voltados à políticas públicas, pesquisa e ciência.
“Eles desafiaram nossos tribunais, deportaram americanos, fizeram pessoas desaparecerem das ruas, atacaram nossos direitos civis e cortaram nossos serviços. A corrupção foi longe demais. Sem tronos. Sem coroas. Sem reis”, diz o texto publicado no site oficial do movimento.
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