Lobão compartilhou sua visão sobre o Heavy Metal durante entrevista ao programa Benja Me Mucho, na noite da última terça-feira, 7. O músico comparou o gênero ao sertanejo.

Na conversa de quase 2 horas o músico brasileiro e o jornalista Benjamin Back falaram sobre o cenário da música atual, anos 80, carreira do cantor e também abordaram o estilo Heavy Metal, momento em que Lobão diz que “o metal só existiu após o Uriah Heep“, então, Benjamin Back questiona se ele gosta do gênero.

Em uma polêmica declaração, o músico disse [transcrição via Wikimetal]: “Heavy Metal é como se fosse Sertanejo para mim. O metal é uma degenerescência porque, quando ele vem, ele perde toda a essência negra. Ele vira uma coisa nórdica. O primeiro eflúvio disso foi ‘Immigrant Song’, do Led Zeppelin, que fez a música para o pessoal lá da Suécia ou Noruega, não sei. O que eu acho ótimo”.

O músico continuou: “Agora, todo o caldo do Hard Rock tem Blues. O Blues negro está no Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin, Free, Cactus, Mountain e Ten Years After. Você tem essa negritude, mas o metal se torna um som muito branco, nórdico, absolutamente desprovido de suíngue e negritude. Ele tem também uma fixação olímpica em ser rápido e ‘p*udurescente’. Esse som é: ‘Tenho p*u enorme”.

A opinião de Lobão sobre o Sepultura

O jornalista questiona se Lobão gosta de algumas bandas de heavy metal, como o Sepultura. Lobão disse:

“Gosto pra caramba. Mas o Sepultura é uma perversão do metal, porque quando eles fizeram ‘Roots, Bloody Roots’, aí eles misturaram o índio com o Carlinhos Brown, eles puseram a negritude de volta. Sem música negra, o rock and roll não é rock and roll. Então você pega aqueles caras que parecem que estão com um p*u na bunda, não é possível. Parece sertanejo. Aquele falsetinho, aquele cara gritando e o cara tocando, fritando a guitarra. Você parece um datilógrafo desesperado. Que histeria é essa?”

“Porque perde o feeling, né? Porque o rock, quando você pega o Steve Marriott cantando, o Terry Reid, ou você pega o Robert Plant, ou você pega o Ian Gillan, ou você pega o David Byron do Uriah Heap… Eles têm um feeling nessa, eles têm uma coisa ainda da negritude. Esses caras aí… Parece um show de malabarismo, porque pra quê? Aí botam o robô lá, os bonecos. Parece que eu estou vendo o show do Thievonie Park, um circo”.

Vale lembrar que o músico foi vaiado durante a segunda edição do Rock in Rio, no dia 23 de janeiro de 1991, no qual foi escalado para o dia do metal, abrindo para Sepultura e o Megadeth. Na ocasião, o músico xingou e abandonou o palco:

“Parou, parou. Escuta aqui: eu sei que tem gente aplaudindo, mas a gente não é palhaço, não, pra ficarem jogando lata nessa p, nessa m aqui! E queria dizer outra coisa pra vocês: vão tratar mal a p* que os pariu, ‘morô’? Vão todos tomar no c, exceto quem não tá tomando no c. Vão tomar no c*, seus babacas!” [via Uol]

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Repórter e Fotógrafa em cobertura de shows, resenhas, matérias, hard news e entrevistas. Experiência em shows, grandes festivais e eventos (mais de mil shows pelo mundo). Portfólio com matérias e entrevistas na Metal Hammer Portugal, Metal Hammer Espanha, The Metal Circus (Espanha) Metal Injection (EUA), Wikimetal e outros sites brasileiros de cultura e entretenimento. Também conhecida como A Menina que Colecionava Discos - [email protected]