Linkin Park fez seu retorno muito bem-vindo a São Paulo com a From Zero World Tour na noite de sábado, 08. 

Há quase exatamente um ano, no dia 15 de novembro, a banda iniciava sua nova fase com o show de lançamento do álbum From Zero (2024), realizado no Allianz Parque. Eles completam o ciclo agora se apresentando no Estádio MorumBIS, de maior capacidade, e com mais dois shows em estádios nas cidades de Curitiba (05/11) e Brasília (11/11).

A chegada da nova vocalista, Emily Armstrong, e o lançamento do primeiro disco desde a morte de Chester Bennington marcaram um verdadeiro renascimento para o Linkin Park. O último ano foi sabiamente aproveitado para apresentar as novas músicas, retomar uma conexão mais próxima com os fãs e cementar a nova formação no imaginário do público. Indiscutivelmente uma das bandas mais amadas por sua fã-base, eles fizeram um grande acerto ao focar os esforços em uma grande turnê – tanto para matar a saudade dos fãs, que estavam sem shows há cerca de 8 anos, quanto para apresentá-los à nova cara da banda e prepará-los para os projetos futuros.

O entrosamento do Linkin Park em São Paulo

No show em São Paulo, a banda se mostrou mais entrosada do que nunca. Emily, que inicialmente demonstrou dificuldade em equiparar seus vocais aos de seu antecessor (uma tarefa que seria praticamente impossível para qualquer um), agora parece ter encontrado um lugar de absoluto conforto e familiaridade com as músicas antigas. As faixas escritas para ela, entretanto, ainda são o lugar onde ela brilha com muito mais naturalidade e onde consegue mostrar sua própria assinatura e sua personalidade autêntica enquanto frontwoman. Destacam-se a força e técnica aprimorada de seus screamos em músicas como “Heavy Is The Crown”, “Two Faced” e “IGYEIH”.

Em relação ao ano passado, o repertório perdeu alguns clássicos como “Crawling” e “Breaking The Habit” para acomodar faixas do novo disco. A temperatura do show como um todo também caiu um pouco, com adição de músicas mais lentas que mostram a evolução clara dos vocais melódicos de Emily. A plateia só ferveu mesmo mais para o final, com o combo de “In The End”, “Faint”, “Papercut” e “Heavy Is The Crown”. Alguns lugares da pista tiveram mosh pits e sinalizadores.

Mike Shinoda domina o público

Impossível não falar de Mike Shinoda e seu carisma imbatível. Na estrada há mais de 20 anos, o vocalista domina a plateia na palma da mão e parece sempre estar se divertindo, tanto em músicas do repertório do Linkin Park quanto em seu momento solo, onde ele tira um tempo para descer para a plateia e se conectar com os fãs.

Com o show em Brasília na terça-feira, 11, o Linkin Park encerra sua passagem pela América Latina e faz uma pausa antes de continuar a turnê pela Europa, que tem datas marcadas até junho. Com show de 2h, eles se mostram atualmente uma banda um pouco mais domesticada e ligeiramente mais morna que no início da turnê. Não no sentido de qualidade e entrega, mas sim pela mudança no ritmo do show, que agora é um pouco menos fervoroso e com mais espaço para músicas que se constroem e se entrelaçam com calma e técnica admiráveis.

É um espetáculo que te força a parar, assistir e absorver o que os músicos estão fazendo no palco. Sem pressa, sem pressão. Do zero.

Confira as fotos da nossa fotógrafa, Marcela Lorenzetti:

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Atual editora-chefe do Wikimetal. Jornalista musical há 4 anos, entusiasta de metalcore, nu metal e post-hardcore. Fã de cultura pop e cinéfila de Twitter e Letterboxd. Contato: [email protected]