A segunda e, provavelmente, última despedida do KISS em São Paulo aconteceu no Monsters of Rock no último sábado, 22. E depois de um dia com shows de altíssimo nível, passando por Deep Purple e Scorpions, a banda fez mais uma performance que explica o motivo dessa demora no adeus.

“Estamos inundados por pessoas querendo nos onde quer que a gente vá”, disse Gene Simmons recentemente em entrevista sobre a possibilidade de uma residência em Las Vegas. E qualquer uma das 60 mil pessoas presentes no Allianz Parque para ver o espetáculo do KISS mais uma vez sabe que essa afirmação não é apenas vaidade do baixista e vocalista. 

A apresentação é a mesma que passou pelo país menos de um ano atrás, sem mudanças no setlist ou nos elementos coreografados e cronometrados do show grandioso e barulhento. 

São raros os momentos em que o planejamento minucioso do show tira a força do repertório. Talvez o tão esperado cuspir de sangue em “God of Thunder” seja um dos poucos momentos em que a necessidade de um espetáculo perfeito deixa a música menos potente, com os telões invadidos por um clipe pré-gravado de Simmons, elevado em uma plataforma no centro do palco.

Entre “Detroit Rock City” e “Rock And Roll All Nite”, o quarteto desfila por hits de diferentes épocas, esbanjando vitalidade de cima dos saltos de plataforma e roupas complexas. E nem mesmo saber o que vem na sequência pode tornar a experiência menos incrível, seja no voo de Paul Stanley em “Love Gun” ou o drama de Eric Singer em “Beth”. 

Independentemente da contagem regressiva inevitável, seja pela decisão da banda ou pelo fato de que a jornada agora é mais curta do que já foi até aqui, o KISS fez mais uma performance incrível e cheia de energia. Com tanta eletricidade em cena, fica fácil esquecer o adeus, ainda que por menos de duas horas, para aproveitar uma noite inesquecível.

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