O fenomenal sucesso global de The Black Album corroeu a muito valorizada “intimidade” entre o Metallica e alguns de seus fãs de longa data, admitiu Kirk Hammett.
Olhando para trás, para a produção do álbum de 1991 e suas consequências, em uma conversa com o escritor Paul Travers da Kerrang!, o guitarrista reconhece que, ao ascender ao topo da música, o Metallica inevitavelmente se afastou de alguns de seus apoiadores de longa data. E ele diz que entende por que seu grande salto em frente deixou alguns seguidores do Metallica se sentindo abandonados e traídos.
“De repente, fomos jogados em uma liga diferente, onde tocamos com Guns N’ Roses e U2, e foi muito estranho”, lembra Hammett. “Foi ótimo, porque estávamos hasteando a bandeira do heavy metal, estávamos levando nosso tipo de música para muitas pessoas que não tinham ouvido em todo o mundo”, disse.
“Mas, ao mesmo tempo, muitos de nossos principais fãs underground pensaram que estavam nos perdendo. E eu posso entender isso. Quando uma banda deixa de vender um milhão de álbuns e, de repente, vende 12 milhões de álbuns, o sentimento de intimidade com a banda começa a se desgastar. Esse sentimento de intimidade com a nossa base principal meio que corroeu”, explicou.
Ele ainda ressalta que ao mesmo tempo, na época, descobriram outro tipo de público que adorava o que eles estavam fazendo. Dessa forma, o Metallica entendeu que esses novos fãs estavam preparados para ouvir e absorver o resto do catálogo musical deles.
Hammett também falou sobre as reações dos fãs ao quinto álbum do Metallica, que está tendo uma grande reedição pelo selo Blackened Recordings, pertencente a banda, em 10 de setembro, na nova edição da revista Classic Rock, que já está à venda.
“Nós tivemos uma reação negativa”, ele admite. “’Eles não são tão pesados quanto antes, eles são amigáveis para o rádio, crianças pequenas estão ouvindo Metallica. O que está acontecendo? Onde está minha banda de thrash metal?’. Para nós, fizemos um ótimo álbum com ótimas músicas, por que você não gosta?”, disse. “Nós nos importamos? Nós nos importamos por talvez cinco minutos”.