Kirk Hammett, do Metallica, disse durante uma entrevista à revista Classic Rock que o grupo tentou avisar a todos o que aconteceria com a indústria musical após o surgimento do Napster.

Em 2000, a banda processou o Napster, programa que permitia a troca gratuita de arquivos MP3 de forma gratuita entre usuários da Internet. Segundo o guitarrista, eles estavam tentando alertar o público do que estava por vir.

“Avisamos a todos que isso ia acontecer. Avisamos a todos que a indústria da música perderia oitenta por cento de seu patrimônio líquido, poder e influência (…) Definitivamente, há uma nova maneira de divulgar a música, mas não é tão eficaz quanto a indústria da música pré-Napster. Mas estamos presos a isso. É preciso haver algum tipo de ponto intermediário em que os dois se unam, ou outro modelo completamente novo apareça”, afirmou Kirk.

Na época do Napster, o grupo julgou errado o que a plataforma entregava. O caso foi resolvido em um acordo e 300 mil usuários foram banidos do Napster, gerando uma polêmica, inclusive entre os fãs. A imagem do Metallica sofreu suas consequências, porém há aqueles que concordaram com os músicos.

Em uma entrevista de 2020, Hammett disse que o Metallica “não fez a menor diferença” na briga contra a Napster, diferente do que muitos dizem. “Não conseguimos dar um basta naquilo. Era maior que todos nós.”

O processo, apesar de ser baseado na ética e na falta de processo no Napster em compartilhar canções, começou quando o Metallica descobriu que a demo de “I Disappear” estava circulando na plataforma. Em maio de 2000, o baterista Lars Ulrich entregou um caminhão de papelada para a Napster Inc., listando todas as milhares de pessoas que utilizavam a plataforma para compartilhar MP3 de músicas da banda de forma não autorizada.

Os representantes do Metallica compilaram uma lista de mais de 60 mil páginas com 335.435 IDs de usuários em resposta à promessa da Napster de identificar quem estava compartilhando as faixas da banda em permissão. A lista apenas incluía IDs, não nomes e identificações específicas dos usuários.

Nos últimos anos, a banda tem aceitado as plataformas de streaming, tendo vários materiais disponíveis nelas, inclusive no Spotify, que hoje recebe acusações de pagar pouco aos artistas.

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