Em uma participação recente no podcast Podcast Of The Wicked, o guitarrista Jon Schaffer falou sobre o futuro do Iced Earth. A banda entrou em hiato após o envolvimento de Jon na invasão ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021. Schaffer revelou que, apesar de ter recebido “ótimas ofertas financeiras” para reunir o grupo, “a hora não é agora”.
“Olha, a resposta curta é não, não tão cedo”, disse ele (conforme transcrito pelo Blabbermouth.net). “Se fosse por dinheiro, eu aceitaria. Mas seria uma jogada de damas. Não seria bom para mim, para a banda, para a equipe ou para os fãs, porque eu preciso fazer isso porque amo, e o que quer que aconteça precisa ser verdadeiramente inspirado, não um disco ‘bom’ do Iced Earth ou um show ‘bom’; tem que ser ouro. E isso vai levar algum tempo.”
Schaffer explicou que está em um processo de recuperação pessoal e que suas prioridades mudaram. “Tenho muita recuperação a fazer de tudo isso e estou trabalhando nisso. Sair daquela roda de hamster de ‘álbum, turnê, álbum, turnê’ tem sido bom para mim. Minhas energias agora estão focadas em algo que não é egoísta, que faz parte de algo que está realmente tentando fazer uma mudança significativa e empurrar nossa sociedade para uma sociedade mais livre.”
Ele continuou, reforçando o peso do legado da banda: “É um legado sólido. Comecei esta banda há 40 anos. Trabalhei duro por ela. Então não tenho nada a provar a ninguém. O que entregarmos no futuro terá que ser nada menos que incrível, ou eu não farei, porque não quero fazer se for esse o caso. Simplesmente não é uma jogada inteligente.”
Relação com ex-colegas de banda
Schaffer também pediu aos fãs que parem de atacar seus ex-colegas, o vocalista Stu Block e Hansi Kürsch (do Blind Guardian e Demons & Wizards). Ambos se distanciaram publicamente de Schaffer após os eventos no Capitólio, com Block anunciando sua saída oficial da banda e Kürsch encerrando o projeto Demons & Wizards.
“Meu desejo é que eles parem de odiar o Stu e o Hansi… Os caras foram pressionados”, afirmou. Sobre Stu Block, ele comentou: “Ele fez um post [em 6 de janeiro de 2021] comemorando e depois mudou, e isso parece uma atitude totalmente poser. Sabe de uma coisa? É uma atitude totalmente poser, mas tudo bem. Perdoem-no. Tive alguns dos melhores momentos da minha vida com o Stu… Por favor, apenas perdoem-no.”
Sobre Hansi Kürsch, a relação permanece forte. “Hansi e eu ainda somos próximos e sempre seremos. Nós conversamos várias vezes antes de eu me entregar, e eu sabia o que estava por vir por causa da pressão que ele estava sofrendo. Foi uma caça às bruxas”, explicou. “Eu valorizo as memórias que tive com o Hansi, e teremos mais — provavelmente não musicalmente; duvido que isso aconteça. Mas como irmãos, nada vai mudar isso.”
Em entrevistas passadas, Stu Block havia afirmado que Jon “errou muito feio”, mas acrescentou: “No fim das contas, eu não o odeio. Sinto-me triste que tudo aconteceu da maneira que aconteceu. E talvez um dia a gente converse.” Hansi Kürsch, por sua vez, declarou recentemente que Schaffer “certamente merece uma segunda chance”.
A situação legal de Schaffer foi um dos casos de maior repercussão envolvendo um artista no motim de 6 de janeiro. Após ser fotografado na invasão ao Capitólio e listado em um cartaz de ‘procurados’ do FBI, o guitarrista se entregou às autoridades em 17 de janeiro de 2021. Ele foi acusado de seis crimes federais, incluindo obstrução de processo oficial e entrada em prédio restrito com arma perigosa (spray de pimenta). Em abril de 2021, Schaffer se tornou o primeiro participante do motim a se declarar culpado como parte de um acordo de cooperação com os promotores. Após sua confissão, ele foi solto sob condições específicas e permaneceu em liberdade aguardando a sentença final, que foi proferida em outubro de 2023: 36 meses de liberdade condicional, 120 horas de serviço comunitário e o pagamento de multas de restituição.
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