Por Luis Fernando Ribeiro e Leandro Abrantes

Vindos de um país que tornou-se uma fonte inesgotável e referência máxima em bandas de melodic death metal, os suecos da Hellbound dirigem na contramão desta vertente que ganhou o mundo, e nos mostram que a competência dos artistas do seu país transcendem a barreira desses rótulos.

Fundada em 2011 e já tendo um registro de estúdio lançado em 2013, o excelente “Through Hell And Muddy Waters”, a Hellbound começou a ganhar grande notoriedade internacional a partir do lançamento do seu álbum mais recente, Overlords, de 2020, com destaque especial para a América do Sul, que tem recebido absolutamente bem a sua música, estando entre as principais audiências da banda segundo as estatísticas das plataformas de streaming.

Não intimidados pelo frio extremo do norte da Suécia, a Hellbound, da cidade de Umeå, situada na província de Västerbotten, nos brinda com sua música calorosa, vibrante e cheia de uma energia contagiante e convidativa, forjada a partir de uma improvável combinação que passa por Rob Zombie, Lordi, Motörhead, Black Label Society, southern music e horror movies, mas que nas mãos talentosas desses cinco músicos funciona como se esses elementos tivessem sido originalmente criados para trabalharem juntos, resultando em algo entre o heavy, o groove e o metal industrial.

Tendo passado por algumas trocas de integrantes em seus quase dez anos de história, a banda conta em sua formação atual com o vocalista Michael Rudin, Henrik Mikaelsson e Mathias Nylén nas guitarras, Nicklas Bäckström no baixo e o baterista David Ekevärn. Além deste time experiente, participaram do lançamento mais recente da banda os já consagrados vocalistas Ralf Scheepers (Primal Fear) e Anders Engberg (Sorcerer).

Overlords possui dois videoclipes, um para a faixa-título e outro para a empolgante “Too Fast to Die”, que funcionam perfeitamente como uma introdução ao som praticado pela banda, mas que não resumem a totalidade do que encontramos no disco, que apesar de ter uma sonoridade bastante direta, é cheio de nuances e elementos que merecem uma atenção especial. Mesmo as canções mais pesadas são carregadas de partes mais elaboradas de uma construção artística e um trabalho de composição competentíssimo – observe a grandiosidade do solo de teclado ao final de “Out of Time” ou as partes mais lentas de “Seven Seas of Pain” -, com melodias cheias de feeling construídas lentamente e solos memoráveis, arranjos grandiosos e com uma cozinha poderosa que não se faz coadjuvante mesmo quando do protagonismo das guitarras e do vocal, mostrando uma banda completamente preparada para ganhar o mundo, tal qual já fizeram muitos dos seus conterrâneos.

Você pode conferir o trabalho da Hellbound através das principais plataformas de streaming e do Bandcamp da banda, além de assistir aos excelentes videoclipes de “Overlords” e “Too Fast to Die” logo abaixo.

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