Anthem of the Peaceful Army será lançado no dia 19 de outubro
O futuro do rock soa bastante como seu passado e isso é evidente em Anthem of the Peaceful Army, novo disco do Greta Van Fleet, um quarteto de Michigan, que tem chamado a atenção de centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo – inclusive a de Robert Plant. As semelhanças dos novatos com o Led Zeppelin são claras desde o EP From the Fires e elas se fortalecem no novo trabalho.
Nos primeiros segundos do álbum, é possível voltar no tempo e, se você fechar os olhos, pode imaginar Plant cantando ao lado de seus colegas, da mesma forma que o vocalista Josh Kiszka acompanha seu irmão gêmeo e guitarrista Jacob Kiszka, enquanto o irmão mais novo, Sam Kiszka, apresenta bases de baixo pesadas que se entrelaçam com riffs, se contrapondo com a bateria de Danny Wagner.
Pela primeira vez em muito tempo, uma banda de rock recebeu a chance de se provar antes mesmo de lançar um disco completo e os americanos aproveitaram a oportunidade. Apesar das críticas sobre as semelhanças com o Led Zeppelin, o grupo conseguiu explorar a situação da melhor forma possível, se aproximando dos adultos que sentem falta de um novo som remetendo aos anos dourados, enquanto conquista novos fãs que não estão familiarizados com o rock bluseiro e psicodélico dos anos 70.
Mas Greta Van Fleet não lembra apenas o lendário Led Zeppelin. Na faixa de abertura, “Age Of Man”, é possível ouvir traços de Traffic, Rush e Yes, comparação que dura pouco, pois logo na segunda canção, “Cold Wind”, é possível ouvir algo como Jimmy Page nos riffs de Kiszka, que dão ânimo ao disco, contrastando com a abertura.
Em “When the Curtain Falls”, primeiro single do disco, o Greta Van Fleet une todos os elementos mais fortes do rock setentista e entrega um belo hit. “Watching Over” e “Lover, Leaver (Taker, Believer)”, os singles seguintes, compõe um sequência forte que se consolida com a segunda. A canção explora a qualidade de cada integrante da banda – o ritmo de Sam e Danny, os riffs de Jake e o alcance de Josh.
“You’re the One”, recentemente divulgada, é uma balada que utiliza do violão e do vocal gentil e leve para entregar uma letra romântica: “Você é a pessoa que eu quero / Você é quem eu preciso / Você é quem eu tinha / Então volte para mim” – diferente das próximas “The New Day” e “Moutain of the Sun” que carregam uma energia mais leve, porém não se destacam.
“Brave New World” chega para quebrar a indiferença das anteriores. Apesar de calma, a canção é pesada e misteriosa, e prende a atenção até chegar em “Anthem”, última faixa do disco, que carrega expectativas, pelo título, que não são superadas.
Anthem of the Peaceful Army é um ótimo disco de estreia e traz de volta elementos que transformaram o rock décadas atrás, porém não traz possibilidades de tumulto e animação dos fãs.
