Em uma entrevista recente ao podcast Fail Better With David Duchovny, o baixista e vocalista do KISS, Gene Simmons, abriu o coração sobre a perda da lenda do BLACK SABBATH, Ozzy Osbourne. Na conversa, Simmons compartilhou lições valiosas que aprendeu com o ícone do metal.

“Foi uma notícia devastadora, pois eu o conhecia há décadas”, iniciou Gene [transcrição via Blabbermouth]. “Ele era um ser humano único, um gigante que tratava a todos da mesma forma, desde um astro do rock até o vizinho do lado. Simplesmente dizia: ‘Ei, como vai? Prazer em vê-lo’. Ele não tinha arrogância alguma. Consequentemente, essa é uma grande lição para idiotas como eu que, admito, às vezes se deixam levar pelo ego. Perto de Ozzy, você se comportava melhor, porque ele era autêntico e não estava interessado em impressionar. Apenas perguntava: ‘E aí, como estão as crianças?’. Sem dúvida, isso me ensinou muito sobre humildade, especialmente para alguém como eu, que baseou a vida em criar uma armadura.”

Além disso, Simmons refletiu sobre sua própria imagem pública: “As pessoas pensam que sou muito mais rico do que realmente sou. Quer dizer, eu me saí bem, mas elas imaginam bilhões. Na verdade, é apenas uma imagem que gosto de manter, pois ela te protege. No entanto, a humildade é fundamental, por isso conhecer alguém como Ozzy era tão importante. Ele era simplesmente ele mesmo. Curiosamente, o verdadeiro Ozzy, o suposto Príncipe das Trevas, mandava beijos para os fãs e dizia ‘eu amo vocês’. Ele era um cara do bem. Um gigante.”

O Primeiro encontro e a simplicidade de uma lenda

Em outra ocasião, Gene relembrou o primeiro encontro entre as bandas. “Eu estava lendo a revista Rolling Stone quando vi um anúncio que dizia: ‘BLACK SABBATH, mais barulhento que LED ZEPPELIN’. Eu pensei: ‘Meu Deus, preciso conferir essa banda’. E assim, em 1974, fizemos alguns shows juntos. Lembro que, quando estávamos saindo do palco, cruzamos com Ozzy. Eu estava totalmente no meu personagem, mas ele simplesmente se aproximou, estendeu a mão e disse: ‘Olá, sou Ozzy. Prazer em conhecê-lo’. Fui pego totalmente de surpresa por sua simplicidade.”

“Que gigante”, continuou Gene, visivelmente emocionado. “Recebi ligações de pessoas da indústria e de fãs que eu conhecia. Eles estavam ao telefone e não conseguiam falar, apenas soluçavam. De fato, ele era um gigante. Que perda terrível.”

A autenticidade e o talento único

Quando questionado sobre a qualidade vocal de Ozzy, Simmons foi enfático: “Ele nunca recebeu o devido crédito. Afinal, Ozzy nunca tentou modificar sua voz. Quando eu canto no KISS, ou quando o Hetfield canta no Metallica, nós adicionamos um tom mais áspero. Ozzy, por outro lado, sempre foi Ozzy; ele cantava melodias.”

“É engraçado”, ele acrescentou. “Uma vez, encontrei Ozzy e ele me disse que amava os BEATLES e o ABBA. Enquanto o resto de nós tenta escolher as palavras certas para manter a imagem, Ozzy não se importava. Ele era simplesmente ele mesmo. Talvez os gregos estivessem certos: ‘Conhece a ti mesmo’. Ozzy sempre foi fiel a si mesmo e se entregava por completo no palco. Por isso, o amor e a admiração que ele recebia são incomparáveis.”

Tributos finais e o legado eterno

Posteriormente, no dia da morte de Ozzy, Gene também falou à NBC News. “As pessoas o viam como o Príncipe das Trevas, mas, ao mesmo tempo, ele era um pai amoroso e um marido dedicado. Ele era uma singularidade, uma anomalia. Simplesmente nasceu Ozzy e assim permaneceu até o fim.”

Da mesma forma, Paul Stanley, cofundador do KISS, prestou sua homenagem no X (antigo Twitter): “Perdemos uma lenda. Do SABBATH ao ‘Blizzard’ e além, Ozzy influenciou inúmeras bandas. O KISS teve a honra de abrir para o SABBATH nos anos 70. Ao longo das décadas, sempre conheci Ozzy como uma alma gentil e muito divertida. Voe alto agora.”

Finalmente, a certidão de óbito revelou que Ozzy faleceu em 22 de julho, aos 76 anos, vítima de um ataque cardíaco. O documento também mencionou que o músico sofria de doença arterial coronariana e Mal de Parkinson.

Confira a entrevista na íntegra:

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