Texto escrito por Luiz Pimentel

Hoje, 8 de junho, é o Dia Municipal do Heavy Metal, em São Paulo. A data foi instituída pelo então prefeito Bruno Covas, pouco depois do falecimento de Andre Matos, há exatos dois anos. Ambos não estão mais entre nós, ambos tão jovens e cheios do clichê “com tanto futuro pela frente”.

Não entrarei aqui no mérito de lamentar as mortes, mas de celebrar a vida. No caso, daquele que era meu amigo, o André.

Ao saber do falecimento e ainda sob o choque da notícia, busquei com os amigos Nando e Felipe Machado (Wikimetal e Viper, respectivamente) informações sobre a despedida. Respeitando a reserva do Andre, a família não realizou cerimônia para amigos. Foi quando nós três resolvemos fazer uma missa de despedida.

Uma amiga nossa tinha contato com o Bruno Covas e o convidou. Ele respondeu um dia depois, lamentando não poder ir à cerimônia, perguntando de outra homenagem e compareceu ao show que Angra e amigos fizeram na Praça da República para celebrar a vida do maestro. Lá, ele anunciou a data como Dia do Metal.

Para encerrar a parte política da história, preciso deixar registrado que o prefeito não foi marqueteiro nem fez uso político da história – acompanhei de perto todos os passos e garanto que foi totalmente sincera a homenagem. Lembrei disso um ano depois, quando ele iniciou a campanha à reeleição e apareceu na propaganda com uma camiseta do Alice in Chains. E ao nos encontrarmos pouco depois, falou comigo sobre isso.

Mas desvio do assunto e do que importa aqui, que foi a homenagem prestada na missa.

A Igreja da Consolação nunca viu celebração igual, posso garantir.

Um dos responsáveis pelo grupo de jovens da igreja era fã do Andre e brifou o padre sobre a importância dele previamente.

Convidamos público e fãs e o local lotou de camisetas pretas – parecia a Woodstock nas manhãs de sábado conforme nos dirigíamos semanalmente à loja. O Walcir até fechou a loja pela primeira vez num sábado para ir.

Quando a manifestação é tão genuína como essa, fica difícil traduzir em texto a energia do local. Ou pior: corre o risco de ficar cafona. Então me limito a dizer que teve discurso do Felipe, teve uma apresentação do Rafael Bittencourt, do Angra, tocando músicas que fizeram o Andre famoso no Viper, Shaman e na banda que dividiam. E teve uma salva de palmas e o padre pedindo para todos fazerem barulho em louvor ao André que prefiro que você acompanhe no vídeo.

Toda vez que assisto, fico arrepiado e lacrimejo.

Feliz Dia do Metal. 

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