Exodus, lendária e pioneira banda de thrash metal, realizou na noite de quinta-feira, 9, seu aguardado show em São Paulo. A apresentação fez parte da turnê 40 Years of Blood, e aconteceu no Carioca Club. Foi a única data da turnê no Brasil.

Às 19h50, o Throw Me To The Wolves realizou sua apresentação de abertura. O grupo paulista de death metal melódico teve árdua missão de aquecer o público para o que viria depois. O setlist contou com faixas de Days of Retribution, disco de estreia da banda, lançado em maio deste ano. Em questão de sonoridade, o Throw Me To The Wolves traz bastante influências de grandes nomes dentro de seu estilo como, por exemplo, Arch Enemy, Dark Tranquility, In Flames e Soilwork. O set foi curto, porém pesado.

Mosh pits apareceram antes do show iniciar

Após uma rápida troca de equipamentos no palco, tudo estava pronto para uma “lição de violência”. Conforme o show se aproximava, a casa já estava completamente lotada, algo que aconteceu mais próximo ao horário em que o Exodus subiria ao palco, às 21h. O fato da apresentação ter acontecido em uma quinta feira é uma das razões.

Pontualmente, as luzes se apagaram e um áudio dos membros da banda conversando entre si começou a ecoar no sistema de som. O diálogo relembrava momentos da carreira, onde decidiam se era hora de subir ao palco. Só isso já deu motivo suficiente para que os primeiros mosh pits surgissem na pista.

Tom Hunting, baterista e único integrante remanescente da formação original, foi o primeiro a subir ao palco. O músico segue com técnica afiada, especialmente ao fazer viradas e blast beats. Ele segue firme após vencer um câncer de estomago em 2021. Na época, Hunting foi submetido a uma gastrectomia para retirada da parte afetada de seu orgão.

Na sequência, o restante da banda entrou e o público enlouqueceu com “Bonded By Blood” abrindo o setlist. Não havia forma melhor de começar o show. Bonded By Blood, um dos discos mais importantes da história do metal, na íntegra naquela noite.

Gary Holt entregou solos magistrais. O guitarrista impressiona por sua precisão, técnica e habilidade. Ele ainda é um showman nato, pois ensandecia o público toda vez que erguia sua guitarra durante os solos, principalmente quando a colocava em suas costas.

Em um de seus discursos, Holt também realizou uma homenagem para Paul Baloff, vocalista original do álbum, mas que faleceu em 2002. O guitarrista relembrou que a estreia da banda no Brasil em 1998 teve Baloff nos vocais.

Exodus convidou baixista de tributo oficial durante show em São Paulo

Às vésperas do início da turnê, iniciada na Cidade do México, em 7 de outubro, o grupo anunciou que o baixista Jack Gibson retornou aos Estados Unidos para resolver “emergências familiares”. Sendo assim, eles optaram por uma dinâmica muito interessante para os shows: fazer um revezamento entre o roadie da banda Steve Brogden e músicos locais durante o setlist.

Holt ainda citou que o baixista do Exodus, por mais que não estivesse no show em São Paulo, sempre demonstrou seu carinho pela cidade. O guitarrista também citou que seu colega é “muito fã de churrasco e caipirinhas”.

Para São Paulo, o escolhido foi Gerson Polo. Polo é baixista da Funeral Blood, que é o tributo oficial da banda no Brasil. O músico fez um excelente trabalho. Fábio Seterval, vocalista do tributo, também chamado e dividiu os vocais com Rob Dukes em “Piranha”.

Rob Dukes é um dos melhores frontmans do estilo

O retorno de Rob Dukes ao posto de vocalista foi uma escolha certeira. O músico tem uma presença extremamente enérgica em cima do palco. Ele interage a todo momento, além de conseguir controlar o público como poucos. Toda vez que pedia por mosh pits, era correspondido. Sua volta deu um novo gás para todos os integrantes, e retomando uma das formações mais longevas que o Exodus já teve.

O repertório ainda seguiu com mais faixas do álbum antes que sua execução fosse pausada, permitindo que, músicas de outras eras da banda também marcassem presença, como o caso do hit “Blacklist”, “Iconoclasm”, “Fabulous Disaster”, “Impaler” e “The Toxic Waltz” – que teve trechos de “Raining Blood”, do Slayer e “Motorbreath”, do Metallica. A qualidade do som foi ajustada ao longo da apresentação.

Durante toda a duração do show, o público gritou o nome da banda a plenos pulmões. O grupo ainda improvisou o tradicional coro de “olê, olê, olê” antes de encerrar com “Strike of the Beast”, clássico absoluto da banda e que contou com o maior mosh pit da noite. Antes de deixarem o palco, os integrantes jogaram palhetas, setlists e baquetas para os fãs.

Com quatro décadas de existência, o Exodus segue mostrando todo seu peso e honrando seu legado no metal em cada apresentação realizada. Quem esteve presente no show testemunhou uma noite histórica e celebrou um álbum pioneiro e essencial. Muitos dizem que o thrash metal não consiste em um “Big Four”, composto por Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax, mas que deveria ser um”Big Five” com o Exodus sendo membro, o que de fato é verídico. O grupo segue sua turnê pela América Latina e, em breve, deverá lançar seu novo álbum.

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Estudante de Jornalismo e fã de Rock e principalmente Heavy Metal, gosta de nomes como Judas Priest, Black Sabbath e em especial Iron Maiden, banda que já viu 3 vezes, acompanha desde os 12 anos e sonha assistir um show em Londres. Seu primeiro contato com a música pesada veio ao jogar Guitar Hero e de lá nunca mais parou. Sempre gostou de escrever e tem a música como uma de suas paixões. Dentro do meio, tem Steve Harris, Bruce Dickinson, Rob Halford e Ozzy Osbourne como seus ídolos.