Gary Holt, guitarrista do Exodus, falou sobre a realidade financeira das bandas de metal, especialmente das veteranas, em uma recente entrevista concedida ao Metal.de e transcrita (via Blabbermouth). Nela, o guitarrista mencionou os desafios de se manter ativo no cenário musical e revelou que a venda de merchandising é essencial para a sobrevivência da banda.

A dura realidade financeira das bandas de metal

Holt desmistificou a ideia do músico milionário. “As pessoas acham que somos ricos, que vivemos como estrelas do rock. Na verdade, vendemos camisetas do meu próprio armário para ajudar a pagar as contas.” Além disso, durante a pandemia, o merchandising foi fundamental para manter a banda de pé.

“Somos vendedores ambulantes de camisetas”

Além disso, Jack Gibson, baixista do Exodus, reforçou a declaração de Holt, dizendo que a maior parte da renda da banda vem da venda de camisetas nas turnês. “Se a gente não vender as camisetas, não ganha dinheiro. É assim que a banda sobrevive.”

Ele destacou ainda que a indústria da música mudou bastante. Hoje, não existe mais o modelo tradicional, e muitas bandas lutam para se manter.

O futuro da música e a crise do mercado

Gibson refletiu sobre o mercado atual: “Não há mais negócio de música como antes. A gente não vende discos, e se não vender merchandising, não tem renda. Além disso, a tecnologia e a inteligência artificial podem acabar com os empregos de músicos.”

Apesar de todos os desafios financeiros e físicos, Holt e Gibson continuam firmes, movidos pela paixão. “Amamos tocar, mesmo sabendo que o cenário é duro. Continuamos porque a música é a nossa vida.”

Quando questionado sobre aposentadoria, Holt foi direto: “Não, não estou cheio de energia, estou cansado. Porém, vamos fazer isso enquanto aguentarmos.” Ele contou que já sofre com problemas físicos, como dores no cotovelo, mão e ombro, que podem limitar sua carreira no futuro.

“Bonded By Blood” e a importância da paixão pelo metal

Por fim, Holt reafirmou que o álbum clássico de estreia do Exodus, Bonded By Blood (1985), continua sendo seu favorito e a base da identidade da banda. Para ele, aquele disco é a essência do Exodus e da sua juventude. Mesmo com a mudança de vocalistas ao longo dos anos, a voz original de Paul Baloff ainda é o símbolo da banda.

LEIA TAMBÉM: Gary Holt revela que ficou “surpreso” com a volta do Slayer

Tags:
Categorias: Notícias

Músico desde criança, tendo estudado piano, violão erudito e guitarra, tocou em bandas como o Final Disaster. Colaborou com sites e revistas de metal no Brasil e exterior como hobby. Formado em Direito, graduando em análise e desenvolvimento de sistemas e estudante de Contabilidade, sua paixão pelo rock e metal iniciou-se cedo, tendo as bandas Iron Maiden, Megadeth, Children Of Bodom, Angra, Mr. Big, Supertramp e Oasis como suas preferidas.