O Grave Digger é uma das bandas mais emblemáticas e duradouras da cena do heavy metal alemão. Formada em 1980, a banda liderada pelo carismático vocalista Chris Boltendahl rapidamente se estabeleceu como uma força a ser reconhecida, com seu som característico que mescla o peso do heavy metal tradicional com a velocidade do speed metal e melodias épicas do power metal. Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, o Grave Digger lançou álbuns icônicos que se tornaram verdadeiros clássicos do gênero, como”Heavy Metal Breakdown (1984), Witch Hunter (1985) e a aclamada “Trilogia da Idade Média”, composta por Tunes of War (1996), Knights of the Cross (1998) e Excalibur (1999). 

Esse ano a banda lançou Bone Collector em 17 de janeiro, marcando a celebração dos 45 anos de carreira da banda. Bone Collector é o  vigésimo segundo trabalho de estúdio do Grave Digger, e representa um retorno às raízes, com um som mais direto e fiel ao heavy metal tradicional, conforme descrito pelo próprio Chris Boltendahl como um trabalho “Grave Digger Old School”, é também o primeiro álbum com o novo guitarrista, Tobias “Tobi” Kersting, que se juntou à banda no final de 2023.

A relação do Grave Digger com o Brasil é longa e marcada por uma base de fãs extremamente leal e apaixonada. Desde sua primeira visita ao país em 1997, a banda já realizou treze turnês em palcos brasileiros, consolidando uma conexão especial com o público local. Essas vindas constantes demonstram o carinho e a importância que o Brasil tem para a banda, que sempre é recebida com entusiasmo e casas de show lotadas. A cada nova turnê, a legião de fãs brasileiros têm a oportunidade de reviver clássicos atemporais e conferir as novas composições da banda, fortalecendo ainda mais os laços entre o Grave Digger e o país do metal.

Para a alegria dos fãs, a espera por um novo encontro já tem data para acabar. No próximo mês, em novembro de 2025, o Grave Digger desembarca no Brasil para uma série de quatro shows que prometem ser inesquecíveis. O Wikimetal teve uma conversa com Chris Boltendahl sobre os shows no Brasil, e também sobre o atual álbum da banda, Bone Collector. Confira:

Wikimetal: O Grave Digger está celebrando 45 anos de uma carreira notável. Ao olhar para trás, qual o sentimento de trazer uma turnê comemorativa de volta ao Brasil, um país que vocês visitam desde 1997 e onde construíram uma base de fãs tão sólida?

Chris Boltendah: Muito feliz. O Brasil é praticamente minha segunda casa e é a primeira vez que nosso novo guitarrista irá para a América do Sul. Então é muito legal, não vejo a hora de tocar aí.

WM: A arte de Bone Collector foi criada pelo ilustrador brasileiro Wanderley Perna. Como surgiu essa colaboração e qual foi a importância de ter um artista brasileiro capturando visualmente a essência do novo trabalho?

CB: Já sou amigo do Wanderley há muito tempo e tínhamos um esboço feito em IA, aí pedi pra ele dar um aperfeiçoada. Ele é um ótimo artista e quero trabalhar com ele novamente no futuro. Como já somos amigos, ficou tudo mais fácil. Tínhamos esse esboço e ele fez um trabalho muito bom, ficou realmente bom.

WM: Depois de 13 passagens pelo Brasil, há alguma memória ou show específico no país que tenha marcado você de forma especial ao longo dessas décadas?

CB: Na turnê do The Clans Are Still Marching, aquilo foi uma loucura, tinha muita gente no local do show, não estávamos acreditando, era realmente muita gente.

WM: O Grave Digger é uma das bandas mais consistentes em termos de lançamentos. Vocês já estão pensando no próximo álbum ou o foco total no momento é a celebração dos 45 anos e a turnê de Bone Collector?

CB: Já estamos compondo. Em alguns meses já começaremos as gravações, talvez ano que vem teremos um novo álbum do Grave Digger. Os membros da banda já têm muito material para gravarmos e vai ser realmente “feito à mão”, não terá nada de IA [risos].

WM: Completar 45 anos de carreira é para poucos. Olhando o cenário musical de hoje, qual banda ou artista você acredita que terá a longevidade e a relevância para alcançar essa marca e se tornar um futuro clássico?

CB: Eu tenho muito orgulho disso, sabe? Poder ver bandas como Ozzy, Black Sabbath, UFO, fazer parte disso é muito legal. Também não fico muito apegado ao passado, temos muito a fazer ainda, e não sei te falar quem pode carregar essa tocha, mas é muito bom saber que faço parte de tudo isso.

WM: Ao longo de mais de 20 álbuns de estúdio, o Grave Digger manteve uma identidade sonora muito forte. Qual você acredita ser o segredo para se manter relevante e autêntico por 45 anos em uma cena que mudou tanto?

CB: Bem, é o que eu disse, somos uma banda de Heavy Metal, não tem muito segredo, é chegar e fazer o melhor que sabemos, que é heavy metal.

WM: Para os fãs que irão ao show em São Paulo no dia 14 de novembro, que mensagem você deixaria? O que eles podem esperar desta celebração de 45 anos do mais puro heavy metal alemão?

CB: Vão ao show, vai ser excelente, vão, divirtam-se, pois tenho certeza que nós iremos nos divertir.

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Desde a infância, sempre fui um grande amante da música. Aos 13 anos, tive meu primeiro contato com o Rock! Desde então, não importa onde moro — seja no interior ou na capital —, sempre me envolvi ativamente com a cena musical. Estou presente em shows e festivais sempre que possível, em uma busca constante por novas experiências sonoras que ampliem meu repertório e minha paixão pela música.