Texto por: Maíra Watanabe

David Sanchez teve um papo exclusivo, bem legal e aberto com o Wikimetal sobre o novo álbum do Havok, V, que será lançado no dia 01 de maio.

A banda formada por David Sanchez nos vocais e guitarra, Reece Scruggs na guitarra, Pete Webber na bateria e o novo integrante da banda Brandon Bruce no baixo, pretende rodar o mundo para mostrar seu novo trabalho. Leia, na integra, a entrevista abaixo.

WIKIMETAL: Quais as novidades do novo álbum V?

DAVID SANCHEZ: Esse álbum é o mais dançante, musicalmente, que já fizemos. Eu estou muito feliz com o resultado do trabalho e com os assuntos que abordamos nas letras das músicas. O baixo está super melódico, o vocal e a harmonia trabalham ao mesmo tempo, a guitarra arrasando e a bateria também está demais. É o álbum mais legal, e, também, é o melhor som que já produzimos. A gente experimentou variações de sons e trabalhamos muito para fazer esse projeto rolar.

WM: Além do novo álbum, vocês convidaram um novo baixista para compor a banda. Como está sendo a experiência?

DS: Convidamos oBrandon Bruce para tocar com a gente em fevereiro passado. No começo, sempre é uma fase de adaptação para todos nós. Somos todos amigos, só precisamos de um pouco de tempo para ajustar e aprender como trabalhar e se comunicar com ele.

WM: Como foi o processo de gravação do álbum?

DS: A gente gravava uma música por dia, com versões diferentes de cada instrumento. Deixávamos algumas partes para escutar no dia seguinte com a cabeça fresca e era quando tomávamos as decisões de qual rumo cada música iria tomar. As letras iam rolando ao mesmo tempo e, confesso, que algumas delas vão ser terrivelmente surpreendentes. Nesse álbum tem muita liberdade de expressão contra o sistema e tem outras coisas mais pessoais que nunca falamos antes.

WM: Quais são as experiências pessoais do grupo nesse trabalho?

DS: A arte da capa do álbum já pode dizer muita coisa, é bem óbvia! (risos) Você pode perceber nela a pintura dos cogumelos – que é o meu favorito! (risos) Mas, nossa relação com as drogas psicodélicas e como elas influenciaram o nosso trabalho, é algo que nunca fizemos antes e algumas músicas estão relacionadas com esta experiência. São ideias que estavam na minha cabeça, mas nunca pude colocar para fora. Estou satisfeito com o resultado.

WM: Vocês trazem uma nova consciência para seus fãs através das letras fortes e diretas…

DS: As nossas letras fazem as pessoas acordarem para a realidade e se conscientizarem, é verdade. Se as pessoas prestarem atenção no que cantamos, elas podem ver o mundo de um jeito um pouco diferente. E essa experiência psicodélica provocou pensamentos que nunca havia tido antes e, pude olhar o mundo de uma forma diferente. Eu sei que isso é extremamente ilegal em alguns lugares do mundo, mas eu realmente acredito que se as pessoas têm vontade de experimentar, elas poderiam, sem serem presas. Mas é claro que nem tudo é para todo mundo e nem todo mundo tem que fazer tudo. Mas aqueles que gostariam de experimentar os cogumelos, poderiam ter essa permissão sem terem o perigo de ir para a cadeia, com um suporte legal, num ambiente seguro e com pessoas boas ao seu redor.

WM: Realmente, essa experiência mudou a sua vida.

DS: A experiência com os cogumelos foi como um grande mestre na minha vida. Ajudou a aumentar os meus sentidos e também minha empatia pela vida. O melhor é que depois dessa viagem, você não tem a ressaca, mas uma maior claridade mental. Você percebe no que precisa trabalhar, nas belezas das simples coisas, as cores ficam mais definidas, e como temos sorte na vida. Meus sentidos ficaram muito mais aguçados e a gente se transforma num telescópio humano e ao mesmo tempo num microscópio, porque a gente vê coisas em dimensões muito grandes e muito pequenas e sua relação entre elas. Os pensamentos ficam mais claros sem o stress do dia a dia e da realidade.

WM: Foi assim que as letras foram escritas?

DS: Sim, algumas letras forma feitas a partir dessa experiência e inspiração, e outras no estúdio, onde eu escrevia enquanto a bateria e baixo eram gravados. Eu tirava as minhas anotações guardadas, eram uma pilha enorme de frases e ideias e concebia as músicas. Eu também tinha um amontoado de palavras que soavam bem juntas e ficava imerso nas minhas anotações para escolher quais eu queria trabalhar. Algumas músicas demoraram uma hora para serem feitas. Outras, vários dias até chegar onde eu queria. Eu acho que as pessoas vão poder entender muitas das mensagens quando pararem para escutar as letras.

WM: Não é uma contradição ter uma experiência de ver beleza na vida e ter letras tão duras?

DS: Não é uma contradição, mas é um movimento de empatia, de participar e de fazer acordar. É um convite para ver o mundo de forma diferente e mais positivo. Nossas letras discutem assuntos bem negativos como a corrupção, guerras, medos, etc. São tópicos pesados, mas as letras dizem para você rejeitar a negatividade, lutar contra isso e não fazer parte desse sistema. Estou tentando colocar um jeito positivo em temas negativos e essas musicas é sobre como acordar as pessoas e mudar essas situações.

WM: Vocês têm planos de visitar o Brasil?

DS: A gente adoraria ir para o Brasil! Estivemos pela segunda vez no Brasil em 2018, os shows foram ótimos e a comida maravilhosa. Eu amo a América do Sul. Quem sabe ainda este ano.

Ouça abaixo a mensagem que David Sanchez deixou para a galera no Brasil, e, em seguida, a capa do disco V.

Capa do disco V, previsto para maio