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Se existe uma banda que nos ensina a nunca desistir e continuar lutando firme, é o Exodus”

Por Lucas Gabriel

Poucas coisas na vida são mais violentamente intensas do que ouvir em alto volume Exodus. Seja ele nos álbuns ou nos inesquecíveis shows do grupo. Garantia de muitos moshes e pescoços moídos.

Banda que foi injustamente deixada de lado por muito tempo pela grande mídia e os ditos fãs da música pesada, aqueles que se contentam com o ABC. Ou sendo ofuscado por outros medalhões do gênero. Felizmente durante esses anos tem conquistado seu espaço e angariando novos fãs que se renderam aos maníacos da Bay Area (região de São Francisco famosa pela cena Thrash Metal dos anos 80 e de onde a banda faz parte). E mesmo que não tenha a visibilidade e nem situação financeira de um Metallica da vida, possuem tanta importância quanto. E quem manja sabe muito bem disso

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Podemos dizer que hoje em dia a banda vive seus melhores momentos, porém nem sempre foi assim. Se existe uma banda que nos ensina a nunca desistir e continuar lutando firme, é o Exodus. E olha que eles já passaram por cada coisa feia.

Lembrando que é sempre bom exaltar a importância do guitarrista Gary Holt. Dono de uma técnica e felling incríveis, ele é um verdadeiro arquiteto na arte de criar música pesada. Único membro presente em todas as formações do grupo, ele manteve firme a banda durante todos os anos e finalmente esta recebendo o merecido reconhecimento de ser um dos melhores guitarristas do Metal, o que inclusive garantiu nele uma vaga no Slayer, substituindo o falecido Jeff Hanneman.

Vamos aos álbuns, comentarei os registros oficiais de estúdio. Não contando os ao vivos ou regravações, isso comentarei no fim do texto.

“Bonded By Blood” – 1985

Algumas bandas precisam de uma carreira inteira para se firmar na cena, criarem um clássico ou conquistarem uma legião de fãs. Algumas bandas precisam apenas de um álbum, mas precisamente um álbum de estreia. E esse é o caso aqui.

Com músicas que exaltam o Metal como estilo de vida, como a faixa titulo e Metal Command. E a mais pura violência e agressividade, algo que pode parecer ingênuo hoje em dia, mas que possui seu charme, afinal, para época o lema “Kill the posers”, gritando em alto som nos shows do grupo, fazia muito sentido.

E não é só na parte lírica que esse disco é extremo, musicalmente ele é um verdadeiro soco na cara, onde o único momento leve é a abertura acústica da faixa No Love. Sabe aqueles álbuns que você coloca no aparelho de som e tem vontade de sair num mosh e tudo mais? Então…

Talvez o disco mais conhecido da banda, foi tocado na integra muitas vezes e é celebrado por fãs e músicos em geral como um dos melhores do estilo. Eu mesmo tenho uma relação especial com ele, já que foi o primeiro da banda que eu ouvi e um dos primeiros álbuns de Thrash Metal que tive em mãos, me levando para esse caminho sem volta.

Para ter uma noção boa da qualidade assustadora desse registro, darei um exemplo de uma situação que pode acontecer: Se uma pessoa não conhece nada, ou muito pouco desse estilo chamado Thrash Metal e quer começar por algum lugar, mostre esse álbum, vai na minha que a pessoa na certa vai começar a ver o estilo com outros olhos.

Vale lembrar que ele foi regravado e lançado em 2008, com o nome “Let There Be Blood”, contendo a formação da época. O resultado ficou muito bom, mas longe de ser algo memorável e original como o clássico.

Esse foi o único álbum de estúdio com o lendário e hoje já falecido vocalista Paul Baloff, que no seguinte seria substituto pelo Ex-Legacy (antigo nome da banda que depois ficou conhecida Testament) Steve “Zetro” Souza. Paul Baloff saiu devido aos seus problemas com bebidas e outras substâncias.

“Pleasures Of The Flesh” – 1887

E por falar em Zetro Souza, esse foi o primeiro registro lançado por ele nos vocais. Algo que desagradou (e infelizmente continua desagradando) muitos fãs, principalmente aqueles que seguiam Paul Baloff, que era realmente um monstro ao vivo.

Porém, Zetro é um cara legal, sua voz combina com o estilo, o repertório aqui é condizente com a qualidade do grupo, com músicas mostrando que a banda estava afiada. Então, como esse registro é tão esquecido? Ou melhor, é tão subestimado?

Qualidade não falta aqui, inclusive com músicas que podem facilmente entrar no setlist da banda a qualquer momento, sendo verdadeiras porradas e uma resposta na forma de chutes na bunda para as pessoas que pensavam que a banda iria amaciar o som.

Músicas como a faixa titulo, Brain Dead e Seeds Of Hate são destaque, todas elas com ótimos riffs e andamentos, mostrando inclusive um apuro técnico maior que do álbum de estreia.

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Talvez não tenha o mesmo impacto do registro de estreia, inclusive para a crítica e para o público, que na época de lançamento deixou ele um pouco de lado, sem contar a péssima distribuição que recebeu da gravadora , fazendo que ele vendesse muito abaixo do esperado.

Mas no geral, ele está com o tempo recebendo o valor que merece. Se você costuma deixar ele de lado, considerando como um álbum menor da fase clássica do grupo, dê uma segunda chance a ele, garanto que pode se surpreender.

“Fabulous Disaster” – 1989

Nessa época o Thrash Metal estava vivendo uma mudança drástica. Suas bandas ou migravam para um som mais cadenciado, puxado para o Heavy tradicional, ou se tornavam mais extremas. Podemos dizer que o Exodus ficou no meio termo.

As melodias fáceis e pegajosas, seja nos instrumentais ou nas linhas vocais estão mais presentes do que nunca aqui. Achou estranho eu dizer isso num álbum de Thrash Metal? Pois é, mas não pense que a pancadaria sonora foi deixada de lado, a banda continua mais nervosa do que nunca.

Só que dessa vez a técnica apurada pelos anos tocando foi usado em prol de boas coisas: criar música extrema e bem feita, técnica e ao mesmo tempo de fácil assimilação. Mesmo as faixas mais longas como Like Father, Like Son, possuem essas características, e eu te digo uma coisa meu amigo, isso não é pra qualquer um.

A verdade é que a banda estava deixado seu lado mais ingênuo (e às vezes dito “tosco”) de lado. Incluindo nas letras, se focando mais em política e problemas sociais e saindo do “olha como a gente é malvado”.

Talvez pelo excesso de melodia muitas pessoas desgostem desse álbum, tachando que a banda estava começando a mudar para atrair o mercado. Bobagem, a verdade é que o Exodus estava amadurecendo.

Além de clássicos como a faixa título, Corruption e The Last Act of Defiance, o disco tem um dos maiores hits da historia da banda, sendo tocado em praticamente todos os shows. Estou falando é claro de The Toxic Waltz.

“Impact is Imminent” – 1990

E eles entram na década de 90 tirando o pé do acelerador, algo que estava já sendo anunciado no álbum anterior. É isso que podemos ver nesse registro: músicas mais cadenciadas, porem com um peso incrível e aquela velha agressividade de sempre, dessa vez de certa forma mais condensada.

Contando com uma produção ótima pra época, que deixou os riffs bem encorpados e pesados, temos aqui como no registro anterior músicas longas e complexas, talvez até longas e complexas demais. Um verdadeiro tiro no pé pra época, pois aqui temos um registro totalmente não comercial, indo de contramão ao que estava começando a se instalar no meio musical do Heavy e Thrash Metal.

Porém, mesmo com tudo, ainda tenho problemas com esse registro, vou tentar explicar:

Apesar de sua qualidade e de possuir seus destaques, falta algo que o álbum anterior fazia com maestria, que era juntar a técnica e a complexidade das músicas com a melodia e a dinâmica, fazendo com que elas sejam pegajosas e não enjoem. É louvável que a banda tenha tido coragem de continuar tocando o som pesado e agressivo, porem, antes esse som tinha um lado que fazia entrar fácil na cabeça, mesmo dentro de toda violência sonora.

Ainda é um bom álbum e bastante extremo, talvez contendo algumas das passagens mais violentas e pesadas do Exodus até o momento, porem, só isso não é suficiente para que ele esteja acima do nível, como foram os anteriores a ele.

Sei que muita gente o adora e isso é compreensível, eu mesmo gosto bastante de algumas faixas dele. Porem, não se pode negar que a banda estava entrando em um momento bem estranho da sua carreira.

“Force Of Habit” – 1992

Algo aconteceu para o mundo da música pesada, e por que não, da música mundial em 1991. E isso é o auto-intitulado quinto álbum do Metallica, o popular álbum negro. Além de ser um sucesso comercial incrível até hoje, podemos dizer que esse registro mudou a carreira não só do Metallica, que foram dos reis do undeground Thrash para encherem arenas e irem deixando o som cada vez mais “Pop”, mas de todas as bandas da leva que tentaram emular não apenas o som tirado nesse álbum, mas o seu sucesso de vendas.

É claro que muitas bandas não ligaram pra isso e continuaram até mais extremas do que antes, caso do Slayer que mantém uma integridade musical ímpar. O Exodos parecia que iria seguir o mesmo caminho, mas não foi exatamente isso que aconteceu.

Porém, das bandas que tentaram repetir o sucesso do Metallica, dentro os registros que tivemos na época, podemos separar em dois grupos: aqueles que falharam ao amaciar o som e aqueles que mesmo com as mudanças, conseguiram fazer algo digno no quesito musical.

Onde o Exodus estava nesse momento? Bem, infelizmente podemos dizer que eles entraram na onda de gravar algo que a gravadora propunha ser mais acessível as rádios, MTV e ao público em geral. Como disse certa vez Gary Holt: “foi o primeiro álbum que não fiz o que eu exatamente queria”.

Felizmente, a banda entrou no grupo que conseguiu fazer algo digno, ou pelo menos chegou perto.

Mesmo que seja diferente, e que de certa forma falte um pouco da personalidade da banda, não podemos dizer que esse álbum seja totalmente ruim. Os riffs e peso ainda estão lá, só que dessa vez de uma forma diferente.

Conheço muita gente que detesta esse álbum mesmo sem ter ouvido ele antes, apenas pela sua má fama. Meu amigo dê mais uma chance para ele, você pode até não gostar, mas é bem melhor não gostar de algo sabendo o porquê e conhecendo ele, do que não gostar apenas porque ouviu na internet meia dúzia de pessoas falando mal.

“Tempo Of The Damned” – 2004

Como podemos ver os anos 90 não foram dos mais favoráveis a banda, o que podemos destacar nessa época foi o retorno do vocalista original que registrou um ótimo álbum ao vivo, o “Another Lesson In Violence”. Fora isso, o grupo estava praticamente morto.

Após um bom tempo sem lançar nada de estúdio, o Exodus volta com tudo, com aquele que pra mim é seu registro mais forte dos últimos anos, um álbum tão incrível que consegue bater de frente fácil com qualquer disco gravado por eles nos anos 80 e por qualquer outra banda.

Não é errado dizer que esse é um verdadeiro clássico do começo dos anos 2000. Mostrando que a banda ainda estava viva, e que principalmente, o verdadeiro Thrash Metal estava vivo. Vale lembrar que estávamos num momento que o revival do estilo estava começando, com bandas novas e antigas lançando trabalhos dignos de nota.

Estamos falando do incrível “Tempo Of The Damned”, de onde saíram clássicos e que espero que nunca saiam do setlist da banda como Blacklist e War Is My Shepherd. Essas duas costumam ser as mais lembradas, porém o registro todo é acima da média, com músicas como Throwing Down, Scar Spangled Banner e Forward March.

Podemos ver aqui que a banda voltou a fórmula que deu certo em “Fabulous Disaster”. Porém, com uma abordagem atual para época e que continua atual até hoje (não foi tanto tempo assim, mas 2004 às vezes parecem que foram a milhões de anos atrás).

Parece que finalmente depois de dois registros regulares, e de muitos anos depois, eles perceberam o som que agradava tanto a critica quando o publico cativo, além de ainda se manterem fiéis ao que eles realmente eram. Não era difícil pegar uma publicação da época, e ver muitos elogios a Tempo, elogios merecidos, além de continuar sendo até hoje um álbum bem aceito e amado pelos fãs novos e de longa data.

“Shovel Headed Kill Machine” – 2005

Aqui temos o primeiro registro com um novo vocalista: Rob Dukes, um cara que dividiu e continua dividindo opiniões sobre seu trabalho na banda. Principalmente entre os fãs mais antigos, que não curtiram muito o estilo mais hardcore/Phil Anselmo que ele tinha. Isso foi mudando com os anos, com ele se adaptando melhor ao som da banda e sendo mais aceito pelos fãs.

Vi dois shows com Dukes a frente da banda, e posso dizer que apesar dos vocais serem discutíveis, ele sabia como fazer o público ficar doido, dando uma agressividade muito bem vinda as músicas e incentivando o mosh a todo momento, um verdadeiro frontman para uma verdadeira banda do estilo.

O que podemos ver nesse disco é uma continuação natural do anterior, porém sem o mesmo charme, ainda que mantenha uma qualidade boa. Mas isso deve ser porque considero o Tempo um registro acima de média para qualquer banda, ou seja, tenho um caso especial com ele.

As músicas continuam longas, técnicas e bem construídas, porém, a favor das canções. Algo que eu sempre volto a dizer: Exodus é uma das bandas que melhor consegue fazer isso. Junto com Testament, Megadeth, Kreator e Artillery.

Podemos dizer que com a entrada do novo vocalista, e do seu estilo vocal, temos um álbum até mais extremo que o anterior. Com passagens de pura porrada, que aliadas a técnica da banda, formam aquela massa sonora que todos adoramos no Exodus.

No geral, temos um bom álbum, amado por alguns e injustamente esquecido por muitos. Parece que a banda ainda podia mostrar algo melhor, mesmo que esse registro tenha seus ótimos momentos, não é dos que grudam na primeira ouvida, mas vale a conferida.

“The Atrocity Exhibition: Exhibit A” – 2007

Se o disco anterior dividiu opiniões, nesse o saldo positivo de critica e público foi bem maior. Com as pessoas aceitando melhor o trabalho do vocalista Rob Dukes que aqui ainda estava com seus berros, mas dessa vez melhor encaixados nas músicas. Além de que estava bem mais entrosado com a banda nos shows, inclusive nas músicas não gravadas originalmente por ele.

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Podemos ver aqui uma banda mais segura de si, mostrando composições fortes, e sinceramente, melhores que do registro anterior. Novamente acertam a mão ao apostar numa volta ao passado, mas com uma pegada atual no meio.

Com isso, podemos perceber que eles pegaram o que deu certo no álbum anterior e focaram nisso. Ou seja, músicas pesadas, técnicas, agressivas, com uma abordagem nova, mas que você escuta e pensa logo de cara: isso é Exodus dos anos 2000.

Podemos ver aqui faixas com um tom épico e grandioso, como na faixa-título e no maior sucesso do álbum, a música Children Of A Worthless God. Uma música tão boa que merece fincar no hall de clássicos do grupo e que é sempre muito bem vinda nas apresentações ao vivo. Podemos notar também que aqui temos as músicas mais longas da banda.

“Exhibit B: The Human Condition” – 2010

Deixando de lado o tom mais épico do álbum anterior, e partindo para algo mais direto, como um retorno às origens que o álbum Tempo já propunha, Exhibit B talvez seja o álbum com Dukes com mais cara do Exodus antigo. Isso se deve às músicas que estão com uma pegada de Thrash 80’s extrema. Só que com uma produção ótima. Aliás, elogiar a produção dos álbuns do Exodus do Tempo pra cá é chover no molhado, contando geralmente com o ótimo Andy Sneap encarregado desse trabalho.

Saudosismos baratos de lado, para uma banda como essa, isso não é algo negativo. Claro, é sempre preciso olhar para frente, mas manter um pé na atualidade, e outro pé respeitando o que fez no passado, pode ser algo muito favorável para certas bandas.

A segurança que a banda tinha ganhado no registro anterior continuou aqui, ainda maior para falar a verdade. Pois aqui, mesmo que o grupo esteja com o jogo ganho, eles ainda se preocuparam em lançar músicas de alta qualidade. Não é difícil considerar esse o meu registro favorito com o Rob Dukes.

O resultado no geral é uma banda que estava crescendo de qualidade a cada novo registro, essa formação do Exodus parecia que iria durar até o fim da banda, não foi bem isso que aconteceu…

“Blood In, Blood Out” – 2014

E chegamos a o ultimo álbum de estúdio do Exodus, ele marca o retorno (muito bem vindo) do antigo vocalista Steve “Zetro” Souza, que estava indo bem na sua banda Hatriot, mas para felicidade dos fãs da sua fase no Exodus, finalmente assumiu novamente os vocais. Todo respeito a Rob Dukes, é claro, o trabalho dele no Exodus, principalmente sua insanidade no palco será sempre lembrado.

Agora voltando ao álbum, nota-se durante várias passagens uma banda mais descompromissada, apenas tocando o que gostam, não pensando se algumas faixas podem virar clássicos no futuro, mas na qualidade que elas tem sendo ouvidas hoje em dia.

Isso significa que as músicas são ruins? Não mesmo, deixe eu explicar: Bandas como Exodus atualmente não precisam se esforçar para ficar na média alta ou positiva, eles simplesmente lançam seu material e já esperamos a qualidade sonora de sempre. Aqui não temos uma banda desesperada em mostrar o que sabem fazer, eles apenas fazem naturalmente, e visto as circunstâncias do lançamento do álbum, temos uma banda novamente bem firme em sua proposta.

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Talvez inspirados pela volta do Zetro, esse álbum lembra o “Tempo Of The Damned”. Ou seja, já deu pra reparar que eu adorei ele né?

Um fator que pode ter decepcionado muita gente são os vocais, e isso é fácil de entender. Muita gente que prefere o Dukes vai estranhar de começo o vocal mais “Pato Donald” do Zetro, porém, eu mesmo demorei a me acostumar com o vocal do Dukes quando comecei a ouvir a banda com ele, então…

Como podem ver é uma discografia bastante respeitável e consistente, além desses álbuns de estúdio o Exodus tem alguns ao vivo, vale a pena destacar um: “Another Lesson In Violence”, marcando o retorno de Paul Baloff aos vocais por um curto período de tempo e tocando todos os clássicos da sua fase.

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