O ex-baixista do Megadeth, David Ellefson, falou novamente sobre sua conturbada relação com Dave Mustaine. Durante o episódio “Remembering Ace Frehley” do seu programa, The David Ellefson Show, o músico foi questionado por seu co-apresentador, Joshua Toomey, se as recentes (e hipotéticas) mortes de Ozzy Osbourne e Ace Frehley o faziam querer ligar para Mustaine, com quem não fala há quase quatro anos e meio. (Conforme transcrito pelo blabbermouth.net).

Ellefson explicou que a relação deles sempre foi profissional: “O problema é que eu e Dave sempre estivemos juntos como uma banda. Nós nunca saímos apenas como amigos fora da banda.”

Ele continuou: “Olha, ele tem sua própria (encarnação do Megadeth), ele tem seu próprio disco, ele tem sua nova música. Eu não faço parte disso. Acho que ele deixou bem claro em seu comunicado à imprensa, ele não quer tocar música comigo novamente. E se isso foi apenas uma declaração raivosa ou se era verdade, eu não sei. Mas, olha, eu aceitaria a ligação dele.”

David Ellefson e a turnê de despedida do Megadeth

Voltando à pergunta original sobre fazer as pazes, Ellefson foi receptivo à ideia, especialmente considerando a anunciada turnê de despedida do Megadeth.

“Com certeza seria legal se as coisas entre mim e Dave e eu e o Megadeth, como uma entidade, não terminassem em uma nota amarga”, acrescentou. “Acho que é isso que o comunicado de despedida (do Megadeth) levantou… Eu estaria aberto a fazer parte, nem que fosse apenas para fechar o círculo, fechar a lacuna. E tudo termina conosco, se não sendo melhores amigos, porque não precisamos ir até lá. Mas pelo menos fechando a lacuna e fechando o círculo.”

Ele comparou a situação a reuniões de família e à formação clássica do KISS não se reunindo para o fim da banda:

“Quero dizer, vamos encarar, quando você vai à reunião de família, você não vai porque gosta de todo mundo. […] Você vai porque, em algum momento, essas serão as últimas memórias que você terá. E é uma linhagem de sangue.”

“Olha o que aconteceu. O KISS tocou seus shows finais, e, olha, teria sido apropriado o Ace (Frehley) sair e tocar com eles? Quer dizer, por que não? […] Mas eles certamente poderiam ter feito isso, se quisessem.”

Ellefson também mencionou o desgaste público da relação, incluindo o processo judicial de 2004: “Nós não queremos ver nossos heróis discutindo. […] Eu odeio essas manchetes com o Dave. Essas não são as manchetes das quais eu me orgulho na minha vida.”

A possibilidade de um retorno

Quando questionado no mês passado pelo podcast Today’s Boondoggle se ele retornaria ao Megadeth se Mustaine o chamasse para a turnê final, Ellefson foi direto:

“Sim, claro que sim. […] Quero dizer, tem alguma merda que teríamos que resolver, mas olha, foi como da última vez (em 2010). […] Nós não nos falamos por — eu não sei — quatro ou cinco anos… e então Shawn Drover nos colocou no telefone. Foi tipo, uma conversa de dois minutos. Eu joguei um baixo no meu carro, dirigi pelo deserto até San Diego, nós plugamos, tocamos “Symphony Of Destruction”. Foi como se tivéssemos tocado ontem. […] Foi meio que olhamos um para o outro e pensamos: ‘Por que não nos falamos nos últimos cinco anos?'”

Ellefson afirmou que “são sempre algumas forças externas que nos separam. Nunca somos realmente eu e ele.”

“Mas se ele fizesse a ligação, dado que fosse um ambiente amigável, o que tenho certeza que seria, por que eu não iria? O Megadeth era minha banda também. É o trabalho da minha vida também.”

Jeff Scott Soto, colega de banda de Ellefson no Ellefson-Soto, que também participava da entrevista, interveio: “Me desculpe, eu tenho que intervir aqui. […] Megadeth, vocês (Ellefson e Mustaine) são o Joe Perry e o Steven Tyler desta banda. E terminar todo esse legado sem um ou outro, para mim, está errado. […] Dave Mustaine, você precisa ligar para David Ellefson e precisa colocá-lo como parte do fim.”

A polêmica sobre a formação da banda é um ponto antigo de discórdia. Mustaine já afirmou ser o “único fundador” do Megadeth, após sua saída do Metallica. Ellefson, por sua vez, explicou em entrevistas passadas que, embora Mustaine tenha começado a formar ideias, ele (Ellefson) e Greg Handevidt estavam “na sala” no dia em que o nome Megadeth foi escolhido, substituindo o título provisório Fallen Angel. “Tecnicamente, quem estava na sala naquele dia era um membro fundador do Megadeth”, disse Ellefson em 2016.

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