Canisso, baixista do Raimundos, escreveu um artigo sobre a história pessoal com o metal no Wikimetal em 2012. No texto, o músico contou como foram os primeiros contatos com o estilo, as bandas favoritas de cada época e comentou sobre bandas brasileiras. 

Em homenagem ao artista, que morreu na última segunda-feira, 13, aos 57 anos de idade, reproduzimos na íntegra o texto escrito por Canisso, publicado originalmente em 05 de junho de 2012.

“Minha história de amor com o Metal começa no final dos anos 1970. Eu ia passar férias no Rio de Janeiro, onde meus primos mais velhos já curtiam Deep Purple, Judas Priest, Black Sabbath, Rush, AC/DC, etc.

Nos anos oitenta, me distanciei um pouco [do estilo], ouvia mais Punk e Hardcore – Dead Kennedys, Ramones e Black Flag, mas sempre houve espaço no meu coração para um Motörhead e um Van Halen.

No final dos anos oitenta, aconteceu o Crossover, onde começaram a pintar os primeiros cruzamentos de Punk e Metal. Surgiu Speed Metal e isso culminou com o Thrash Metal, que trazia o melhor dos dois estilos.

E aí pintaram bandas que me despertaram de novo pro Metal, tipo Metallica, Sepultura, Anthrax, Slayer, Megadeath, Pantera, entre outras. E do lado Punk, tinha Suicidal Tendencies, Dirty Rotten Imbeciles e Ratos de Porão, foi uma época perfeita: Stormtroopers of Death tocando numa festa e depois tocava MINISTRY.

Na sequência veio o Grunge e algumas bandas conseguiam passar a agressividade do Punk com a técnica do Metal. A próxima “fusão” que chamou minha atenção foi o Red Hot Chili Peppers, que abriu outro caminho trilhado pelo Faith No More, Korn, etc.

Gosto de som pesado e rápido, Hardcore de NYC, Biohazzard, algo de Hardcore Californiano, como Nofx, No Use For a Name, Rollins Band e Bad Religion, algo de SKA, Specials, Madness, Rancid, Sublime…

Meu gosto musical é completamente eclético, claro que predominantemente dentro do universo do rock, mas é preciso isenção para reconhecer o valor de um Zé Ramalho, de um Raul Seixas, ou mesmo de um Zenilton.

Sempre gostei de Metal, sempre tive grande apreço pelo gênero e me orgulho de reconhecer que temos bandas de nível internacional no estilo. Não vou citar nomes pra não deixar ninguém de fora, mas algumas [bandas são] muito mais valorizadas lá fora do que aqui. Mas fazer o quê, essa é a vida de quem escolheu tocar o que gosta e não o que dá dinheiro, né ? Força nesse país do Tchu e do Tchá. Pelo menos temos o Wikimetal do nosso lado nessa luta… Canisso”. 

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