Bring Me The Horizon e Fever 333 fizeram shows cheios de energia em São Paulo

O Lollapalooza 2019 começa apenas nesta sexta-feira (5 de abril) no Autódromo de Interlagos. Porém, os fãs paulistas têm a chance de ver as bandas preferidas nas chamadas Lolla Parties. Na quarta-feira, 3 de abril, o Bring Me The Horizon trouxe a Audio Club a First Love World Tour, em decorrência do álbum amo. De abertura, vieram os americanos do Fever 333 pela primeira vez no Brasil.

Jason Aalon Butler e companhia, do Fever 333, botaram o público pra pular desde a primeira música, “Burn It”. O vocalista entra no palco com um capuz de prisioneiro, como se estivesse prestes a ser enforcado. Do momento em que tira o capuz, até o final do show, é uma estripulia atrás da outra. Ele pula, escala as coisas, joga água pra cima, grita e anima a plateia o show inteiro.

Já na terceira música, “Made an America”, Jason subiu para os camarotes e, de lá, pulou para a pista. Os muitos que estavam no show e não conheciam o Fever 333 ficaram encantados com a disposição da banda e com a mistura precisa de rapcore, punk e metal.

As letras, carregadas de mensagens políticas, vinham entremeadas com discursos. “Essa noite vocês não precisam cantar, não precisam pular. Mas, prometam que farão de tudo para criar um mundo melhor. É por isso que estamos aqui”, disse Jason em uma pausa do show.

A faixa “One Of Us” foi dedicada às mulheres. “Toda mulher que está aqui tem que se sentir segura. Esse espaço não é para os homens tirarem a camisa e ficarem sendo babacas. É para as mulheres dançarem, pularem, gritarem e fazerem o que quiserem”. Logo depois, a pedido de Jason, um mosh pit se formou tomando quase metade da pista da Audio. Quem não conhecia o Fever 333 com certeza foi procurar mais sobre a banda quando chegou em casa.

Às 22h30 veio a hora do Bring Me The Horizon. Dois “policiais” entraram no palco, com armas na mão, enquanto uma mensagem motivacional, quase esotérica, passava nos telões. O show começou com “Mantra” o maior single do novo álbum amo. Das armas dos “policiais” saiam rajadas de fumaça que combinavam perfeitamente com os telões atrás, do lado e no meio do palco.

Mesmo que o esquema de luz da apresentação mantenha a banda na contraluz, o carisma de Oli Sykes se sobressai à escuridão. O vocalista, cuja namorada é brasileira, falou em português durante todo o show. De vez em quando perguntava para a plateia “Estão me entendendo?”, no que ele mesmo respondia “Mais ou menos, né”. Sykes também soltava um palavrão por minuto, dando risada e claramente feliz por estar no Brasil.

O setlist misturou bem as distintas fases da banda. “Avalanche” foi a segunda faixa, seguida por “The House of Wolves”, agradando os fãs do metal mais pesado. Todas as músicas eram cantadas a plenos pulmões pelos presentes, da balada “Mother Tongue” ao hino “Shadow Moses”. As imagens projetadas iam guiando o público pela sensação de sonho meio distópico que a apresentação passa.

A banda inteira segura o nível lá no alto e Oli Sykes, já muito criticado como cantor, não decepciona em nenhum momento. Os berros do vocalista são impressionantes e os guturais saem com facilidade e arrancam aplausos da plateia.

Oli, que já parece bastante familiarizado com a cultura brasileira, surpreendeu os presentes com uma pergunta. “Vocês gostam do Bolsonaro?”. Com a negativa dos fãs, ele respondeu “Eu odeio o Bolsonaro. Vai tomar no c*, Bolsonaro”. E dedicou a pesadíssima “Antivist” para o presidente, incentivando o público a mostrar o dedo do meio o tempo todo. Os risos e aplausos foram gerais.

A pedido dos fãs, a banda voltou do encore tocando, de improviso, o medley black metal da banda. “The Comedown / (I Used to Make Out With) Medusa / Diamonds Aren’t Forever / Re: They Have No Reflections”, dos primeiros discos, fizeram o show ficar ainda mais pesado e especial.

Encerrando com “Medicine” e “Throne”, o Bring Me The Horizon mostrou porque tem crescido tanto nos últimos anos. Um show cheio de energia, carisma, peso e músicas antêmicas. De um comentário de alguém na plateia: “Eu achei que ia ser um showzinho só para ver os caras. Mas foi um baita show!”. De fato. Que venha o Lollapalooza.

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