O Dia da Consciência Negra acontece no Brasil, nesta quinta-feira, 20 de novembro. Pensando na data, o Wikimetal selecionou sete artistas negros de rock e metal que fizeram história dentro do estilo, quebrando padrões e tornando-se vozes ativas dentro de suas comunidades.
Punho de Mahin
Banda brasileira de punk rock formada em 2018 por quatro integrantes negros: Natália Matos (vocal), Paulo Tertuliano (bateria), Camila Araújo (guitarra) e Du Costa (baixo), originários de periferias de São Paulo. Seu nome homenageia Luíza Mahin, figura histórica da resistência negra no Brasil, e sua música é carregada de crítica social, abordando racismo estrutural, feminismo, violência policial e a ancestralidade negra. Em 2022, lançaram seu primeiro álbum, Embate e Ancestralidade, fruto de uma profunda pesquisa histórica e musical. Assinaram com a gravadora Deck Discos em 2025, além de se apresentaram no festival The Town 2025 no palco Quebrada.
Zeal & Ardor
Projeto criado por Manuel Gagneux, mistura única de black metal com espiritualidade afro-americanos e blues. A banda nasceu de um experimento em fóruns online, onde Gagneux pedia fusões improváveis de gêneros, e alguém sugeriu combinar black metal com cantos de escravizados. O resultado rendeu aclamação crítica mundial, com destaque para o álbum Stranger Fruit (2018), considerado um dos trabalhos mais originais do metal moderno.
Black Death
Conhecidos como “a primeira banda de heavy metal formada apenas por músicos negros”, surgida em Cleveland no final dos anos 70. Com influências de Black Sabbath e Judas Priest, o grupo ganhou status lendário no underground. Apesar de poucas gravações oficiais, é referência histórica para o metal negro e inspira pesquisas acadêmicas sobre diversidade na cena heavy.
Nova Twins
Dupla britânica formada por Amy Love (vocal e guitarra) e Georgia South (baixo), conhecida por misturar rock, punk, hip-hop e música eletrônica em uma sonoridade pesada e altamente contemporânea. Filhas da diáspora negra e atuando de forma totalmente independente no início da carreira, elas rapidamente ganharam destaque pela estética futurista e pela atitude combativa, abordando temas como raça, gênero e autonomia feminina dentro do rock. O segundo álbum, Supernova (2022), recebeu aclamação internacional e foi indicado ao Mercury Prize, consolidando a dupla como uma das forças mais inovadoras da nova geração do rock alternativo.
Devotos
Uma da bandas mais importantes do punk/hardcore brasileiro, formada em 1988 na comunidade de Alto José do Pinho, em Recife, por Cannibal (baixo e vocal), Neilton (guitarra) e Celo Brown (bateria). Conhecidos inicialmente como Devotos do Ódio, tornaram-se referência por unir punk, música nordestina e letras politizadas que retratam a realidade das periferias. Ao longo da carreira, lançaram discos emblemáticos como Agora Tá Valendo (1997) e Devotos (2000). Também ganharam destaque pelo trabalho social contínuo dentro da comunidade de onde surgiu, tornando-se símbolo de resistência cultural e renovação no rock pesado brasileiro.
Arka’n Asrafokor
Banda de metal do Togo formada por Kodzo “Rock” Ahavi, que mistura groove, thrash e metal moderno com percussões e cantos tradicionais africanos, criando o estilo próprio que chamam de asrafocore. Com formação consolidada a partir de 2015, o grupo ganhou projeção internacional ao assinar com a Atomic Fire Records e, depois, com a Reigning Phoenix Music, lançando o álbum Dzikkuh e conquistando destaque na imprensa especializada, incluindo menção da Metal Hammer entre as melhores novas músicas de metal. Suas letras, voltadas à ancestralidade, justiça social e espiritualidade, consolidam a banda como um dos nomes africanos mais originais e relevantes do metal contemporâneo.
Unlocking the Truth
Banda de heavy metal norte-americana formada no Brooklyn por três jovens garotos: Malcolm Brickhouse (guitarra e vocal), Jarad Dawkins (bateria) e Alec Atkins (baixo). Eles começaram a tocar ainda crianças, se conheceram quando tinham cerca de 4 anos e viralizaram com vídeos tocando nas ruas, especialmente na Times Square. Em 2016, lançaram seu primeiro álbum, Chaos, de forma independente via TuneCore. Há também um documentário sobre sua trajetória, chamado Breaking a Monster, dirigido por Luke Meyer.
