Apesar dos rumores sobre negociações para a presença dos irmãos Max e Iggor Cavalera nos shows de despedida do Sepultura, Andreas Kisser voltou a afirmar que os irmãos “aparentemente” não querem participar.
Porém, em entrevista ao canal 100 Segredo Andreas Kisser descartou totalmente qualquer possibilidade de reunião com Max e Igor Cavalera, afirmando que “já foi” e que não vê sentido em retomar uma formação antiga. O guitarrista destacou que não tem “a mínima vontade” de tocar novamente com os irmãos, citando problemas práticos e de convivência que tornariam inviável qualquer reencontro.
“Por que que tem que voltar? Não tem sentido isso. Para você trazer alguém, para você ver qual música que vai tocar… O camarim, que hora que vai chegar? Vai ter ensaio ou não vai? Quer tocar essa? Não quer, vai tocar ou não vai? Primeiro que eu não tenho a mínima vontade de tocar com eles de novo, entendeu? E o Sepultura está em outro momento”, afimou Andreas [transcrição via Mundo Metal].
Andreas acha “lamentável” o desempenho atual de Max
Segundo ele, o Sepultura vive hoje um momento “mais verdadeiro e confiável”, trabalhando com pessoas que “olham no olho, sem segundas intenções”. Kisser também criticou a pressão pública por uma reunião, reforçando que cada banda tem sua própria história. “Não entendo essa pressão de ‘porque os outros fazem a gente tem que fazer também’. Nosso momento passou. Foi o que foi”. Ele relembrou que Max saiu em 1996 e Igor apenas em 2006, período em que o grupo ainda produziu discos importantes como Against, Nation e Dante XXI. Para ele, o Sepultura atual é fruto de renovação constante: “criamos um novo Sepultura todos os dias”.
O músico ressaltou o clima positivo da formação atual, que divide camarim, jantares e conversas, sem conflitos. Para ele, a banda não é “refém de personagens”, mas da identidade genuína de cada integrante. Kisser afirmou que o grupo fará seu último show no ano que vem com quem realmente deseja estar ali, e afirmou que os Cavaleras não demonstraram interesse: “Parece que eles não querem participar e tudo bem, ok”.
Por fim, Andreas Kisser disse que não subiria ao palco com Max sem saber se ele estaria disposto a tocar, chegando a classificar o desempenho atual do ex-vocalista como “lamentável”. “O que é que tem que as outras bandas voltaram? Para que eu vou lá subir num palco [com Max] sem saber o que que vai acontecer? ‘Ah, o Max hoje está cansado, não quer fazer essa’, sabe? ‘Ô, não consigo cantar, não consigo fazer isso’. Ver ele tocando é lamentável, na verdade. Parou no tempo. Não tem evolução musical, técnica. Tanto é que está fazendo coisas que a gente escreveu 30 anos atrás”, concluiu Andreas.
Sepultura estaria negociando show final com presença dos irmãos Cavalera
Apesar da relação conturbada entre os irmãos Max e Iggor Cavalera e os membros remanescente da banda, em entrevista ao canal Benja Me Mucho, o guitarrista revelou que os empresários dos irmãos Cavalera e Sepultura estão conversando para a reunião aconteça [transcrição via Whiplash]:
“Não é muita surpresa né? A gente já falou que quer fazer uma grande festa, com bandas amigas e convidadas, um grande ‘Sepulfest’. E convidar os músicos que fizeram parte dessa banda, incluindo os irmãos Cavalera, né? Já falei isso em várias entrevistas, os nossos empresários até já ‘tão’ se comunicando. E espero que aconteça. Vamos ver, a gente tem um tempo aí pra organizar.”
Além disso, na conversa com canal 100 Segredo , Andreas admitiu vontade de reunião com ex-membros: “Eu gostaria muito que eles participassem desse último show. Não só eles, como todos os integrantes, o Jairo [Guedz], o Eloy [Casagrande], até o Roy Mayorga que entrou depois que o Igor saiu. O Silvio Golfetti, que quando eu quebrei o braço, ele foi lá e fez a turnê com a gente. O Jean Patton, que quando a Patrícia [Kisser] faleceu, ele me substituiu na Europa. O Amilcar Cristófaro, que também participou quando o Jean se machucou, o Eloy, enfim, Bruno Valverde, cara, uma galera super importante que fez parte dessa história de manter o Sepultura vivo e relevante até hoje, com 42 anos.”
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