O coletivo punk Pussy Riot foi declarado “organização extremista” pela Justiça russa, em uma decisão que amplia ainda mais a perseguição do governo contra vozes críticas ao Kremlin.
A medida, confirmada por tribunais e anunciada pelo tribunal de Moscovo no Telegram nesta segunda-feira, 15, insere o grupo em uma lista restrita da legislação russa, com implicações legais severas para seus integrantes e apoiadores dentro do país.
Com a designação de extremismo, atividades associadas ao Pussy Riot, incluindo shows, publicações, campanhas e financiamentos, passam a ser tratadas como crimes sob a lei russa, sujeitando envolvidos a prisões, multas e sanções. A classificação segue um padrão de repressão a artistas e ativistas que desafiam políticas e discursos oficiais, e chega em um momento de endurecimento das liberdades civis na Rússia.
Nadya Tolokonnikova , integrante do coletivo, postou na sua conta do no X:
“Na Rússia, o Pussy Riot foi considerado uma organização extremista. O objetivo era apagar a própria existência do Pussy Riot da consciência dos russos. Uma balaclava debaixo do travesseiro, nossa música no computador ou uma curtida em nossa publicação — tudo isso pode levar a uma sentença de prisão. O Pussy Riot se tornou, efetivamente, pessoas que não devem ser nomeadas na Rússia. Quando fomos julgados pelo culto punk, dissemos ao juiz e aos promotores que, mesmo estando numa cela, ainda éramos mais livres do que eles. Uma década e meia depois, isso continua sendo verdade. Posso dizer o que penso sobre Putin: que ele é um sociopata envelhecido, espalhando sua podridão não só dentro do seu país, mas pelo mundo todo. Se recusar-se a enfiar a língua no próprio cu é extremismo, então o que podemos fazer? Vamos ser extremistas”.
Organizações de direitos humanos e entidades internacionais já criticaram a decisão, afirmando que a rotulagem de grupos artísticos ou dissidentes como “extremistas” tende a silenciar a oposição e restringir a liberdade de expressão. Para o Pussy Riot, conhecido mundialmente por suas performances provocativas contra o poder político e por defender direitos civis, essa medida representa mais um obstáculo em sua trajetória de confrontar o autoritarismo.
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