Phil X, o guitarrista do Bon Jovi, do The Drills e com brilhante passagem pelo Triumph, aproveitou sua viagem ao Brasil para os shows no Rock in Rio e em São Paulo e fez workshops de guitarra para fãs e apaixonados pelo instrumento.

Phil, natural de Toronto, é daqueles guitarristas que criam e gravam solos, riffs e melodias em aclamados discos do rock e do pop mundial, mas ficam na retaguarda. A lista de artistas com quem já tocou é imensa: Tommy Lee, Methods of Mayhen, Avril Lavigne, Kelly Clakson, Orianthi, Robustezes Zombie, Chris Daughtry, Alice Cooper, Thousand Foot Krutche, entre outros.

Com o Bon Jovi, Phil toca desde 2011, quando foi chamado às pressas para substituir Richie Sambora e continuar a extensa turnê da banda pelos Estados Unidos e Europa. Nome de respeito que é, o guitarrista chegou a participar de talk shows norte-americanos ao lado de Jon Bon Jovi, como os comandados por Ellen DeGeneres e Jay Leno.

No Brasil, Phil conversou com o Wikimetal sobre suas experiências musicais, o Bon Jovi e os workshops. Confira:

– WM: Você está no Brasil para a turnê com o Bom Jovi e para fazer seu workshop de guitarra. Qual dos eventos te deixa mais animado?

Phil X: Eu me sinto muito afortunado de poder tocar em shows gigantes com uma banda como o Bon Jovi. E como eu odeio dias de folga, é incrível ter a oportunidade de fazer workshops em duas cidades. É um jeito fantástico de me conectar com os fãs em um jeito mais íntimo. Eu amo compartilhar e trocar segredos com jovens e ambiciosos novos músicos.

– WM: Como é um workshop com Phil X?

É como tomar café com Phil X… e uma guitarra. Claro, eu discuto minha técnica, como e de onde eu tenho minhas ideias. Truques de estúdio, tons, etc. Mas, eu também toco e as perguntas e respostas são sempre informativas e divertidas.

– WM: Existe algum conselho que você dá para as pessoas que querem começar a tocar guitarra?

Todo mundo fiz, “treine, treine, treine”, e é verdade. Mas O QUE você treina é ainda mais importante. Desafie-se constantemente. Toque com outros o quanto mais puder. E, no topo da lista, encontre sua própria voz.

– WM: Você já tocou com diferentes artistas como Tommy Lee, Methods of Mayhen, Avril Lavigne e Kelly Clarkson. Qual a colaboração que você nunca esquecerá?

Na verdade, todas elas são inesquecíveis. Mas, Chris Cornell foi a melhor de todas. Assim que eu ouvi sua voz em 1990 eu fiquei, “O QUE???”. Trabalhar com ele sempre terá um lugar no meu coração, até porque ele não está mais entre a gente.

– WM: Como foi pra você ser o “cara novo” no Bon Jovi, substituindo Richie Sambora?

Foi tudo muito respeitoso. Para a banda, a música, os fãs, Richie. Eu sabia que, se eu mantivesse esse pensamento, tudo funcionaria bem. As pessoas ainda falam ocasionalmente, “sinto falto do Richie”, e, como fã da banda, eu também sinto.

– WM: Você ficou com medo de algo ao entrar na banda?

Eu não tive tempo para ficar com medo (risos). Eu só fui jogado no meio do fogo.

– WM: Qual é a diferença de tocar com o Bon Jovi e com o The Drills?

A mentalidade é diferente. Com o The Drills, eu dirijo. Eu estou vendendo minhas letras para a audiência, com a minha voz. E tocando guitarra 100% do meu jeito. Com o Jovi, Jon é quem dirige. Eu ainda me conecto com a plateia mas mais no fundo. Além disso, não posso ir total Phil X na guitarra, porque não combina muito (risos).

– WM: Como foi a experiência com o Triumph?

Como todas as experiências. Altos e baixos. Eu ainda mantenho contato com Gil Moore e Mike Levine. Foi ótimo porque eles são pessoas incríveis. Eu aprendi muito com ambos e, quando fizemos os shows, todo tivemos momentos fantásticos. O lado ruim é que estávamos com o tempo muito apertado, então que não consegui contribuir com o disco como eu queria. E quando o álbum foi lançado, a banda e a gravadora se desentenderam e ele foi retirado das lojas. Não teve nenhuma chance sem marketing ou publicidade.

– WM: Como é pra você viajar o mundo, conhecer novas pessoas e novos lugares?

Não tem nada melhor que isso. Eu agradeço por ainda não ser tão reconhecido como Jon, David ou Tico. Eu ainda posso andar pela cidade sem ser incomodado. Eu tomo um café, observo as pessoas, vou numa loja de guitarra. Consigo fazer coisas de turistas normal, como ir num museu se eu sentir vontade. Eu adoro conhecer as culturas de diferentes países.

– WM: Qual a melhor experiência que você teve na sua carreira musical? É sempre difícil responder isso, mas vou te contar uma das melhores.

Tocar na arena na minha cidade natal, Air Canada Center, em Toronto. Ver minha mãe, de 82 anos, na plateia com o maior sorriso no rosto. Desde minha juventude, ela sempre se preocupou que eu seguisse meus sonhos como músico. Eu não acho que ela se preocupe mais.

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