Paul McCartney relembra rumor ocorrido em 1969, época em que a mídia americana divulgava sua possível morte. Os boatos ganharam forças três anos antes, não havia provas concretas, apenas especulações tiradas de obras e capas de discos.
As especulações obviamente foram desmentidas tanto pelo músico, mas também pelos Beatles, além do assessor de imprensa, Derek Taylor.
Refletindo sobre o episódio, McCartney fala ao The Guardian (via Ultimate Classic Rock):
“Em certo momento, me virei para minha esposa e perguntei:’ Linda, como é possível que eu esteja morto?'”, ele recordou. “Ela sorriu enquanto segurava nossa filha recém-nascida, Mary, tão consciente do poder da fofoca e do absurdo dessas manchetes ridículas de jornais quanto eu. Mas ela ressaltou que tínhamos fugido às pressas de Londres para nossa fazenda isolada na Escócia, justamente para escapar do tipo de conversa maldosa que estava destruindo os Beatles.”
Rumores e o fim dos Beatles
Apesar dos boatos, Paul estava lidando com o fim dos Beatles, e apesar de controverso, ele em partes concorda com sua morte.
“Mas agora, mais de meio século depois daqueles tempos verdadeiramente loucos, começo a achar que os rumores eram mais precisos do que se poderia imaginar na época”, disse ele. “De muitas maneiras, eu estava morto… Um jovem de 27 anos prestes a deixar os Beatles, afogado em um mar de disputas legais e pessoais que drenavam minha energia, precisando de uma transformação completa de vida. Será que algum dia conseguiria superar o que tinha sido uma década incrível?, eu me perguntava. Será que conseguiria vencer as crises que pareciam explodir diariamente?”
Em meio a toda essa agitação, o jovem músico, na época, se viu no controle da situação. Ele se dedicou a atividades em sua fazenda e passou mais tempo dedicado a família. Tudo isso resultou em uma melhora em sua saúde mental.
“Senti grande satisfação em aprender a fazer todas essas coisas, em fazer um bom trabalho, em ser autossuficiente”
“Quando penso nisso, o isolamento era exatamente o que precisávamos. Apesar das condições adversas, o ambiente escocês me deu o tempo necessário para criar. Estava ficando claro para o nosso círculo íntimo que algo empolgante estava acontecendo. O antigo Paul não era mais o novo Paul. Pela primeira vez em anos, me senti livre, de repente liderando e dirigindo minha própria vida.”
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