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Nando Machado e Ozzy Osbourne. Créditos: Acervo Pessoal

O adeus a Ozzy Osbourne, por Nando Machado

Príncipe das Trevas faleceu na manhã desta terça-feira, 22 de julho

Texto por: Nando Machado, fundador do Wikimetal

O dia da morte de Ozzy Osbourne chegou. O primeiro pensamento que me vem é que hoje é um dia triste para a música, mas começo a pensar na vida, na obra, no legado, no talento, na história, no carisma de Ozzy. Impressionante. Fico feliz em ter vivido na mesma época desse grande artista. 

O ciclo se fechou, Ozzy previu sua morte e realizou a maior despedida dos palcos que já se viu. Há apenas 17 dias, Ozzy fez a sua despedida em “enorme” estilo com o show Back to The Beggining para um estádio lotado em Birmingham, sua cidade natal, e transmitido para o mundo inteiro pela internet. Cantou 9 músicas, recebeu homenagens dos maiores nomes do rock pesado e emocionou fãs de todas as partes do planeta, de todas as idades.

Quando começo a pensar na minha relação, na presença de Ozzy e de sua música na minha vida, são muitas as lembranças. Desde que ficávamos assistindo aos seus clipes no repeat um milhão de vezes, no apê da Veiga Filho, com meu irmão Felipe, Pit [Passarell], Yves [Passarell],  Andre [Matos], Marquinhos, Daniel [Dystyler], e tantos outros amigos da nossa “gang” da época, a “Devil Rats”.

A primeira vez que eu subi num palco na vida foi no show de talentos do colégio, em 1984, com a minha banda Darkness. Tocamos “Paranoid” (além de “Breaking the Law” do Judas Priest). Lembro de assistir o video de “Speak of the Devil” no Carbono 14, e de assistir o show Never Say Die (do Black Sabbath), no Rock Show, cinemas de rock que existiam em SP nos anos 80. Também me lembro quando eu trabalhei como runner no show do Ozzy no Monsters of Rock e tive a oportunidade de encontrar o príncipe das trevas, e comprar hambúrgueres vegetarianos pra ele.

Nesse dia, vi o show do Ozzy da lateral do palco, inesquecível. Inesquecíveis e incontáveis também foram as outras oportunidades em que pude assistir Ozzy. Foram 2 vezes com o Black Sabbath e inúmeros shows solo, no Anhembi, em Porto Alegre, em Curitiba, no Parque Antártica, sempre com um repertório incrível, sempre com grande energia e uma presença única. Tive a oportunidade de fotografar o Ozzy, de ir à sua entrevista coletiva. A voz não era o principal, a mágica estava no personagem e nas excelentes músicas que Ozzy criou. Havia uma aura em volta de Ozzy, e ele, e principalmente sua companheira de vida e empresária Sharon [Osbourne], souberam empacotar e vender como ninguém, ao longo de uma carreira extremamente bem sucedida de mais de 55 anos.

De qualquer forma, Ozzy sempre esteve presente em minha vida, um exemplo de vida a não ser seguido, mas que mesmo assim cativou gerações e fãs de música de todas as idades, do mundo inteiro. Que personagem, que história, a infância pobre, os primeiros (e perfeitos) álbuns do BS, a superação depois de ser expulso da banda, os seus primeiros álbuns solo com o mestre Randy Rhoads, a perda precoce do parceiro, um dos maiores guitarristas de todos os tempos. A renovação da sua carreira com o Ozzfest, a sua reinvenção com a série Os Osbournes, e finalmente, The End, 13, A Volta para o Começo, a sua volta ao Black Sabbath, pela porta da frente, de forma triunfal. Um ciclo, incrível e único, que já deixou saudades.

Show de talentos tocando Paranoid – 1984

Hambúrguer vegetariano no Pacaembu – 1995

Campo de Marte com Black Sabbath – 2013

Ozzy em Porto Alegre – 2015

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