Texto por: Marcelo Gomes

Após 8 anos sem se apresentar no Brasil, no último dia 06 de junho, a lenda do metal industrial,  Fear Factory, voltou a São Paulo com sua The Machine Will Rise Again 2023 para um show exclusivo Fabrique Club. Apesar de ter sido marcado para uma terça-feira, o público paulistano não decepcionou e compareceu em peso ao evento, que contou ainda com a participação do lendário Korzus e Skin Culture.

Com 19 anos de carreira, o Skin Culture, formado por Shuck Miranda (vocal), Fred Barros (guitarra) e Diego Santiago (baixo), contou com a participação de Chris Oliveira na bateria, filho do baterista Rodrigo Oliveira (Korzus). Pontualmente às 19h30, o quarteto inicia com “Fall On Knees” e logo se percebe a influência do groove metal, industrial e thrash na composição da banda. Em 40 minutos, o quarteto tocou músicas como “Set Me Free” que teve a participação do Sergio Ogres fazendo backing vocals, “Bring Me Back To Life” a qual foi dedicada ao ex-baixista, Gabriel Morata e ao ex-empresário, Silvio Palmeira, que faleceram em decorrência da Covid-19, “Devil 19” com destaque aos belos arpejos do guitarrista Fred,  entre outras que fizeram com que o público que ainda estava chegando, pudesse sentir a fúria da banda que faz um som moderno e  muito  bem tocado. 

Com a casa bem mais cheia, os veteranos do Korzus mostraram porque ainda são uma das grandes referências do estilo no nosso país. Quando Marcello Pompeu (vocal), Dick Siebert (baixo), Rodrigo Oliveira (bateria), Heros Trench (guitarra) e Antônio Araújo (guitarra) subiram ao palco do Fabrique Club, não sobrou pedra sobre pedra. A sequência devastadora de “Guilty Silence”, “Raise Your Soul” e You Can´t Stop Me” fez da pista um verdadeiro pandemônio.  Foi o que bastou para que o quinteto tivesse o nome da banda gritado por todos. “Enquanto houver um headbanger feliz no show, o metal estará vivo”, diz o vocalista antes de anunciar “Never Die”. 

O massacre continuou com “Beware”, “Namesake” e “What Are You Looking For” e mais uma vez o grupo é ovacionado. Então, Pompeu interrompe o momento e pede para os fãs cantarem “ole,ole,ole Korzus”, que foi atendido de imediato por todos. O bloco final do show com “Discipline Of Hate”, “Truth” e “Correria”, além de agitar muito, fez com que nessa última, boa parte dos presentes cantassem os versos em português. Pouca conversa e muito som foi o que marcou a apresentação do Korzus, que no auge dos seus 40 anos de estrada se mostra mais forte do que nunca. 

Com 25 minutos de atraso, às 21h55, o Fear Factory subiu ao palco do Fabrique Club praticamente lotado para apresentar seu novo vocalista. Atualmente formado por Dino Cazares (guitarra), Tony Campos (baixo), Pete Webber (bateria) e o novato Milo Silvestro nos vocais, apresentaram um repertório que abrangeu toda a carreira e no entanto, a grande dúvida que pairava no ar, era como o vocalista Milo soaria a frente da banda. 

Abriram com “Shock” e não demorou muito para o carismático Milo ganhar a redenção até dos fãs mais radicais. Com uma performance arrebatadora, a banda desfilou clássicos da carreira como “Powershifter”, “Linchpin”, “Archetype” que deixaram os fãs sedentos pela banda sem fôlego. Executaram também a faixa “Disruptor” do álbum mais recente, Agression Continuum (2022), que foi muito bem recebida. 

A banda parecia um rolo compressor e o público respondia de forma ensandecida  com circle pits insanos na pista e cantando cada frase proferida por Milo. O vocalista muitas vezes colocava o microfone para os fãs que se amontoavam na frente do palco ajudá-lo com as vozes. 

O show segue com os clássicos “Demanufacture” e “Zero Signal”. Uma pausa para apresentar a banda que recebeu calorosos aplausos. O show não pode parar e Dino cita os versos de “Replica” que é cantado por todos. O guitarrista se mostra insatisfeito e avista um senhor de barbas brancas no fundo casa. “Só vamos continuar se ele cantar também”, brinca Cazares. 

O clima estava tão bom entre banda e público que nem saíram do palco para o bis. Voltam à 1992 com a faixa “Martyr” e o guitarrista Dino Cazares dedica o som ao Sepultura e aos irmãos Cavalera que deram a primeira grande oportunidade da banda excursionar pelos Estados Unidos. A apresentação  vai chegando ao fim com “Scapegoat” e “Ressurection”, que incendeia os fãs pela última vez. Se despedem e fica claro que a escolha dos novos integrantes, Milo Silvestro e Pete Webber, caíram como uma luva para a banda que fez um show explosivo e repleto de clássicos empolgando até os saudosos fãs do ex-vocalista Burn C Bell

Confira as fotos tiradas pelo nosso colaborador Wellington Penilha. Arraste para o lado para ver a galeria completa (se não conseguir acessar clique aqui):

Com um time formado por mais de 20 repórteres e fotógrafos, a redação do Wikimetal traz todos os dias notícias, coberturas, entrevistas e outros conteúdos relevantes no mundo do rock e do metal.