São Paulo e Curitiba recebem nesse mês de agosto os shows de retorno ao Brasil do supergrupo The Aristocrats, power trio instrumental heavy/prog formado em 2011, composto por três músicos renomados no cenário mundial: o britânico Guthrie Govan (guitarra, ex-Asia e Steven Wilson), o norte-americano Bryan Beller (baixo, tocou com Steve Vai e Joe Satriani) e o alemão Marco Minnemann (bateria, tocou com Steven Wilson, Joe Satriani e Kreator, entre outros).
O primeiro show acontece dia 20 em Curitiba, no Basement Cultural, a partir das 19h. Em seguida vem o show de São Paulo, dia 22, no Carioca Club, também a partir das 19h. Ingressos disponíveis no Clube do Ingresso.
Em entrevista ao Wikimetal, Bryan Beller falou sobre o novo álbum do trio, DUCK (2024) e o retorno ao Brasil. As perguntas são de Jéssica Marinho.
Já se passaram quase 10 anos desde a última vez que o The Aristocrats veio ao Brasil. Quais são suas expectativas para esse retorno?
Espero um show barulhento e insano, igualzinho à última vez que viemos! Mas nossa base de fãs cresceu desde então, então tenho a sensação de que vai superar minha lembrança daquele show. 🙂 Eu amo o Brasil e o povo brasileiro, e a paixão que têm pela música. É um lugar maravilhoso para tocar.
Você tem alguma lembrança ou história em particular da última vez que esteve no nosso país?
Lembro de pessoas incríveis, comidas maravilhosas e ótimos momentos depois do show. A energia do Brasil realmente afeta tudo!
Vocês são fãs ou conhecem alguma banda brasileira?
Acho que conheço mais músicos brasileiros do que bandas. Tenho contato com o Felipe Andreoli do Angra (que é uma ótima banda). Já toquei com os guitarristas Lari Basilio e Kiko Loureiro num acampamento de guitarra do Joe Satriani, e os dois foram incríveis. Mais recentemente, fui a um show aqui em Los Angeles do guitarrista brasileiro de blues Artur Menezes. No mesmo show, assisti à baixista (também brasileira) Poliana Magalhães, que às vezes usa o nome artístico Pops Magellan. Ela toca muito bem, com linhas de funk super suaves. Eu nem consigo acompanhar todos os músicos brasileiros incríveis!
Conte um pouco sobre os shows em São Paulo e Curitiba. O que os fãs podem esperar?
Vamos tocar várias músicas do nosso novo álbum DUCK, e já tivemos uma ótima recepção dele em outras partes do mundo. Mas também sabemos que não voltamos ao Brasil desde o lançamento do nosso álbum de 2019, YOU KNOW WHAT…?, então talvez rolem algumas músicas desse também, além das favoritas dos fãs dos álbuns mais antigos.
Quando vocês tocam ao vivo, preferem uma abordagem mais planejada e ensaiada, ou gostam de deixar espaço para a improvisação?
Estamos sempre buscando formas de improvisar, e sinto que cada show é diferente nesse sentido, mesmo que tenhamos um setlist definido para essa parte da turnê. Mas também sabemos que a música em si é importante, então é bom saber quando é o momento certo de expandir e quando é hora de tocar exatamente como está escrito. Acho que vai ter bastante improviso para o pessoal curtir. 🙂
A música do The Aristocrats mistura diferentes ritmos e elementos, mas também mostra muita habilidade técnica. Como funciona o processo criativo e de composição da banda?
Cada um de nós compõe suas músicas e faz as demos individualmente, geralmente em casa. Sempre foi assim, já que moramos longe uns dos outros, mas já nos conhecemos tão bem que conseguimos escrever pensando nos outros, e sabemos onde colocar uma parte de improviso, onde ser mais técnico e onde deixar mais espaço — basicamente, sabemos como sermos nós mesmos. Acho que é isso que aparece nas músicas mais do que a técnica ou os detalhes. As músicas são “músicas dos Aristocrats”, esperamos.
Você já tocou com artistas como Steve Vai e Joe Satriani. Esse trabalho influencia a música que você faz com o The Aristocrats?
Steve e Joe são incríveis, e é maravilhoso fazer música com eles. E acho que tudo o que fazemos musicalmente nos influencia de alguma forma, então é impossível dizer “não” nesse sentido. Mas acredito que todos nós já somos artistas bem desenvolvidos de forma independente neste ponto da vida, então as influências na nossa música vêm de “tudo” — tudo o que os três ouvimos ao longo da vida, o que, claro, continua mudando até hoje.
O último álbum de vocês, Duck, foi muito elogiado pela crítica. Teve algo no processo criativo desse disco que se destacou em relação aos anteriores?
A gente é grato sempre que alguém fala algo legal sobre o nosso trabalho, mas, no geral, usamos o mesmo processo de sempre. Talvez o longo intervalo entre os álbuns, e o isolamento da pandemia entre o YOU KNOW WHAT…? e o DUCK, tenham trazido uma energia nova para a nossa escrita. Mas, no fim das contas, quem julga mesmo são os fãs — e se eles gostarem, a gente fica feliz.
Vocês já estão trabalhando em músicas novas? Se sim, o que podem nos contar sobre isso até agora?
A gente não pode revelar segredos assim… ainda. 😉

