Um dos mais importantes festivais de metal extremo no país, o Setembro Negro, volta com uma edição especial entre os dias 02 e 04 de setembro no Carioca Club, em São Paulo.

O evento, que chega em sua 14ª edição, trará mais de 30 bandas de metal extremo para a capital paulista e o Wikimetal teve a oportunidade de entrevistar o grupo norueguês Helheim.

Formado em 1992 em Bergen, na Noruega, o Helheim ficou conhecido pela mistura de black metal e elementos da cultura viking. A temática de suas letras é voltada para a mitologia nórdica.

A formação do Helheim traz H’grimnir (vocal e guitarra), V’gandr (vocal e baixo), Reichborn (guitarra) e Hrymr (bateria).

Confira a entrevista com o fundador, vocalista e baixista V’gandr na íntegra!

Helheim se apresentará no sábado, dia 03, das 16:35 às 17:15. Os ingressos do Setembro Negro 2022 já estão à venda no site do Clube do Ingresso. Os valores vão de R$250 a R$1.400 – sendo o último um combo dos três dias no camarote.

Wikimetal: Olá, como vai? Primeiro, obrigado por dedicar seu tempo para a entrevista! Para começar, para quem está conhecendo a banda agora, você pode falar um pouco sobre a banda, seu som e como você chegou até aqui?

V’gandr: Tudo bem aqui. Relaxando com um pouco de vinho tinto e King Crimson. Helheim existe desde 1992. Lançamos 11 álbuns e 2 demos, fizemos alguns mini-álbuns e algumas coisas divididas. Como soamos? Bem, isso não é fácil de responder, pois variamos muito ao longo dos anos. Acho que as pessoas deveriam ouvir por si mesmas [nossa discografia] e formar sua própria opinião.

WM: Você pode falar um pouco sobre o conceito por trás do seu último álbum, WodridaR (2021), e como foi seu processo criativo?

V: WoduridaR consiste em 8 faixas que não possuem conexão entre si. É um álbum muito diversificado, em que tocamos muitos gêneros, mas principalmente o aspecto mais cru e a severidade do norte é o ponto focal musical e liricamente. O processo criativo foi como de costume, em que H’grimnir e eu representamos as músicas, e juntos como banda, juntamos tudo através de muitas tentativas e erros.

WM: Quando você olha para trás em sua carreira, como você vê o black metal e a cena da música extrema agora?

V: Com certeza é muito diferente dos anos 90, e isso é para melhor e para pior (principalmente o último). Pessoalmente eu não acompanho tanto a cena como antes, pois gosto muito das coisas dos anos 80/90 , mas certamente há algumas pérolas aqui e ali. A obscuridade e a aura clandestina do black metal não são a mesma coisa. É um gênero mais aceito do que costumava ser, e tudo bem, é claro. Embora também signifique que perde seu valor original. Posso soar muito nostálgico, mas é o que sinto.

WM: Como você vê o papel da música, e especialmente do black metal, nos temas políticos atuais? Como podemos usar a música para trazer luz a alguns desses tópicos?

V: Eu não acho que BM e política devam ser misturados.

WM: Quais são suas influências musical e liricamente hoje em dia?

V: Musicalmente? Bem, isso eu não posso responder, pois eu apenas crio o que eu sinto. Liricamente ainda é a veneração dos nórdicos e suas runas.

WM: Você está vindo para o Brasil em setembro. O que as pessoas podem esperar do seu show no festival?

V: Sim, e cara, estamos ansiosos por isso, de fato. Estive no Brasil algumas vezes com o Taake e adoro o seu país. Espero que aqueles que gostam de nós de antes tenham uma experiência incrível, e aqueles que são novos para nós da mesma forma. Eu gosto de nos considerar como um live act bom e interessante, então vamos esperar que os maníacos brasileiros pensem o mesmo. Nós definitivamente não somos sua banda média, isso é certo.

WM: Obrigado pela entrevista! Você tem alguma última palavra ou algo para acrescentar aos nossos leitores?

V: Obrigado pela entrevista e espero que aqueles que lerem isso escutem nossa música e venham ao Septembro Negro e leve a energia que tanto ansiamos. Até então…

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