Hank Shermann é um dos guitarristas e fundadores do Mercyful Fate. A banda foi formada em 1981, junto à King Diamond, tornando-se uma das maiores potências do metal dinamarquês.

Confirmados para a segunda edição do Summer Breeze Brasil, o grupo se apresenta no terceiro dia de festival, 28 de abril — que também acontece nos dias 26 e 27 — no Memorial da América Latina, em São Paulo. Além de Shermann e Diamond, Michael Denner (guitarra), Becky Baldwin (baixo) e Kim Ruzz (bateria) completam o grupo.

Em entrevista exclusiva com o Wikimetal, Hank Shermann falou sobre a nova baixista, as influências que o metal britânico exerceu no início e mais.

O início

A Dinamarca não é um país que produziu muitos nomes gigantescos do rock ou do metal. O Mercyful Fate é, com certeza, o maior deles e, quando perguntado sobre a cena do país quando iniciaram, Shermann relembrou de quando “não havia muitas bandas de heavy metal por aí”.

Próximo a eles, está a Inglaterra, responsável por um dos movimentos mais marcantes da história do heavy metal. O New Wave Of British Heavy Metal foi descrito como uma “invasão”, levando o guitarrista a ter diversas influências de bandas que vinham da terra da rainha, como Uriah Heep e Judas Priest.

“Hoje em dia pode haver duzentas bandas na Dinamarca. Não sei, algo assim. Então naquela época havia talvez cinco ou dez pelo que eu soubesse. Então foi interessante porque tudo para nós era novo.”

“O estilo de música que acabamos tocando foi algo que nós mesmos criamos. Estávamos com 20 e poucos anos nos divertindo, crescendo como adultos no processo. Então tivemos muitas experiências primárias boas em basicamente tudo o que fizemos.”

O guitarrista explica que ele e King Diamond sempre foram “cem por cento dedicados à música”, então nunca tiveram “uma pausa”. Já se passaram mais de quarenta anos desde que começou a tocar, e Shermann se considera um especialista na “categoria de metal característico do Mercyful Fate”.

Trabalho solo e novo álbum do Mercyful Fate

O mais recente single do Mercyful Fate, que deve chegar ao público por volta da época em que a banda vier ao Brasil, é “The Jackal Of Salzburg”, performado pela primeira vez em 2022, após vinte e três anos sem a banda se apresentar. “Sacrifice” é o nome da próxima música que será lançada.

Com relação a sua carreira solo, o músico diz: “Meu álbum solo tem sido um projeto contínuo por qualquer coisa [que] você pode dizer, vinte anos, quarenta anos ou cinco anos. Estou sempre compondo, mas nos últimos dez ou sete anos tenho estado um pouco mais focado especificamente no material que eventualmente fará parte do meu álbum solo. E para mim, isso é o teste final como músico.”

Mas quando será lançado? Ele não deu uma data, explicando, “não pode interferir com um álbum ou turnê do Mercyful Fate”, e que “provavelmente quando King Diamond estiver fazendo seus álbuns e coisas assim” mas “é algo que” ele precisa fazer em sua vida. 

“Já tenho coisas gravadas. Não está tão longe de poder ser lançado em algum momento, mas o foco agora está apenas no Mercyful Fate.”

Nova baixista

No início de 2024, o então baixista Joey Vera deixou o grupo, sendo substituído pela britânica Becky Baldwin. Hank Shermann afirma que sua adaptação foi “incrivelmente suave” e que ela “simplesmente se misturou imediatamente desde o início. Realmente incrível. E o estilo de tocar dela é realmente parecido com o que ouvíamos quando ensaiávamos antigamente.”

Ele fala sobre a importância em se ter uma figura feminina como ela na banda, já que a baixista pode influenciar outras meninas a quererem formar bandas ou tocar instrumentos. 

“E agora ela faz parte do legado, fará parte do novo álbum, e isso também fará parte da história dela no futuro. Quando estivermos velhos demais para tocar, ela talvez possa continuar com algumas partes disso. Isso deve ser interessante.”

Passagem pelo Brasil

O show único do Mercyful Fate no Brasil acontece no Summer Breeze, e o guitarrista relembrou que sempre que a banda veio ao país, receberam muito apoio, além da paixão dos fãs daqui.

Com relação à setlist, algo que deve agradar aos fãs dos clássicos: “estamos focados apenas nos primeiros álbuns. Então, damos à jovem nova geração que nunca viu o Mercyful Fate uma oportunidade de ouvir todas as músicas originais que as pessoas mais gostam, eu acho. Então tocaremos todas as músicas de todos os álbuns dos anos 1980.”

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