Eu sei qual é o lugar do Exodus na história, tudo o que nós contribuímos, e isso é o suficiente para mim.”

Gary Holt: Olá?

Wikimetal (Nando Machado): Olá, o Gary Holt está, por favor?

GH: Sim, é ele.

W (NM): Oi Gary, aqui é o Nando do Wikimetal. Eu estou aqui com o Daniel, um dos nossos apresentadores. Como você está?

GH: Eu estou bem, e vocês?

W (NM): Nós estamos bem, estamos muito felizes de tê-lo em nosso programa. Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer que é uma grande honra recebê-lo no Wikimetal. Nós achamos que o Exodus é uma das bandas mais importantes da história do metal em geral, e eu acho que você é o grande responsável por das continuidade á banda por tantos anos, e sempre mantendo um padrão muito alto, desde seu primeiro álbum, pelo qual, em determinado momento da minha vida, eu era completamente obcecado. Então obrigado por tudo o que você fez e bem vindo ao Wikimetal.

GH: Não, eu que agradeço. É um prazer estar aqui.

W (Daniel Dystyler): Excelente, Gary, aqui é o Daniel. Nós nos conhecemos brevemente quando você substituiu o Jeff Hanneman em um show do Slayer aqui no Brasil. É uma honra falar com você. Eu gostaria de começar perguntando como você começou a tocar guitarra, e como você começou a escutar metal?

GH: Sabe, eu cresci ouvindo hard rock e coisas assim, como muitos outros rapazes, e depois comecei a conhecer Judas Priest, eu sempre escutei Black Sabbath e esse tipo de coisa. Eu sempre quis tocar guitarra, então quando eu tive a chance e comprei minha primeira guitarra, eu simplesmente comecei a praticar, sabe?

W (NM): E quais eram suas principais influências como guitarrista naquela época?

GH: Ah, Ritchie Blackmore, Michael Schenker, Angus Young, Ronnie Montrose, Eddie Van Halen… São demais para contar. Principalmente guitarristas clássicos e mais antigos.

W (DD): Qual a importância, na sua opinião, do “Bonded by Blood” para a criação do thrash metal? Na minha opinião é um álbum que mudou a música para sempre e influenciou milhares de bandas ao redor do mundo.

GH: Sim, é um álbum muito importante, sabe, do qual eu me orgulho muito. Sempre será um desses álbuns essências do metal.

W (NM): Na sua opinião, qual foi a importância do Big Four para promover o metal em geral?

GH: Bom, certamente fez muito pelo thrash metal, sabe, esse é o perfil do thrash metal, e eu acho que é bom para todo mundo.

W (DD): E já que estamos no assunto, você não acha que deveria ter sido “The Big Five”, com o Exodus também?

GH: Ah, sabe, eu não penso muito sobre isso… Essas foram as quarto bandas que se tornaram as maiores bandas de thrash metal entre todas. Eu sei qual é o lugar do Exodus na história, tudo o que nós contribuímos, e isso é o suficiente para mim.

W (DD): Bem, pode ser o suficiente para você, mas nós adoraríamos que isso acontecesse.

GH: É, bem… Quem sabe?

W (NM): Mudando de assunto, nós temos uma pergunta clássico no nosso programa, uma que fazemos a todas as pessoas que entrevistamos: imagine que você está dirigindo o seu carro, ou talvez ouvindo música em casa, e de repente uma música começa a tocar que faz com que você comece a headbangear onde quer que esteja. Que música seria essa, para que nós possamos ouvi-la no programa agora?

GH: “Damage Inc.”, do Metallica tem esse efeito sobre mim.

W (DD): Excelente. Você poderia anunciar a música?

GH: Sim, essa próxima música é a “Damage Inc.”, do Metallica.

W (DD): Você acabou de fazer uma turnê pela Europa com o Sepultura. Fale um pouquinho sobre a relação que vocês têm.

GH: Bom, eu conheço o Andreas há muito, muito tempo… E eu conheci o Paulo quando nós tocamos na Via Funchal, quando eu estava substituindo o Jeff. E, sabe, eu nunca havia me encontrado com o Derrick ou o Eloy, ele é o melhor baterista que eu vi nos últimos 20 anos, aquele garoto é insano. E foi muito divertido, sabe, antes do final da turnê nós tocamos “Refuse and Resist” com eles, o Andreas tocou “Piranha”com a gente, e nos últimos shows nós fizemos umas Jam sessions absolutamente ridículas… Nós tocamos Iron Maiden, “Wrathchild”… E depois nós começamos a torturar todas as músicas que nós queríamos, nós tocamos “Living After Midnight”, uma versão muito ruim de “Seek and Destroy”, sabe, todo esse tipo de coisa, e foi muito divertido.

W (NM): Você sabia que o Andreas é o “Rei das Jam Sessions”?

GH: Ah, sim, eu sei disso. Eu sabia disso há muito tempo. Ele é o indisputado “Rei das Jam Sessions”.

Eu estou perfeitamente feliz com onde eu estive, para onde eu vou e onde eu estou agora.”

W (NM): Falando um pouco sobre o passado, qual você acha que foi a importância do Paul Baloff para a criação do thrash?

GH: Ah, sabe, o Paul era… Ele era o rosto do thrash metal, sabe, o cara fez um álbum com o Exodus e depois um álbum ao vivo… E ele é uma lenda, quantas pessoas alcançam status lendário com um álbum? Ele era o principal líder do thrash metal, ele era… O líder definitivo do thrash metal.

W (DD):Gary, eu acho que pelo menos uma vez ao ano, eu pego um vídeo e chamo todos os meus grandes amigos para re-assistirem a esse vídeo, pelo menos uma vez ao ano. Então eu tenho que perguntar: o que você se lembra da turnê do “The Combat”?

GH: Ah, foi uma loucura. Nós estávamos com os nossos bons amigos do Slayer e com o nossos heróis, sabe, o Venom, então não tem como ficar muito melhor do que isso, tinha muita diversão, muito álcool, mas essa é uma das minhas lembranças preferidas, muitas delas são dessa turnê.

W (DD):Gary, você poderia escolher uma música do Exodus que você tem muito orgulho de ter escrito, para nós ouvirmos no nosso programa agora?

GH:Sim, deixe-me pensar… Teria que ser “Beyond the Pale”,do álbum “Exhibit B: The Human Condition”.

W (NM): Então quais são os planos para o futuro com o Slayer? Você tem alguma novidade sobre o estado de saúde do Jeff Henneman no momento?

GH: Eu não tenho a menor ideia, eu estive muito ocupado com as coisas do Exodus… Eu sei que o Kerry e o Dave estão escrevendo e dependendo do Jeff para escrever… Com sorte ele vai recuperar a saúde e voltar para o lugar onde ele pertence. Se o tempo coincidir e eles precisarem de mim, eles sabem que eu estou sempre lá para eles, porque eles são a minha segunda família, então vamos ver. Mas espero que o Jeff esteja de volta logo mais.

W (DD):Gary, é verdade que você gosta de filmes estrangeiros?

GH:Ah, sim, eu adoro filmes estrangeiros, sabe, Hollywood faz um monte de filmes péssimos.

W (NM):Gary, se você pudesse começar sua carreira de novo, o que você faria de diferente?

GH: Eu não faria nada diferente, sabe… Porque eu não acredito em arrependimento, eu acho que tudo acontece por um motivo, então… Eu estou perfeitamente feliz com onde eu estive, para onde eu vou e onde eu estou agora.

W (DD): Nós estamos muito empolgados com os shows do Exodus que vão acontecer aqui no Brasil. O que os fãs brasileiros podem esperar desses shows aqui em abril?

GH: Caos total. Vai ser uma loucura.

W (NM): Como o Exodus escolhe as músicas que serão tocadas nos shows depois de nove excelentes álbuns de estúdio?

GH: Não é fácil, sabe, nós tentamos misturar. Obviamente nós queremos tocar as coisas novas, e obviamente nós também temos que tocar nossos clássicos… Nós meio que trocamos as músicas sempre que possível.

W (DD): Você poderia dar um conselho para um garoto que vai começar a tocar guitarra, ou que está pensando em formar uma banda de heavy metal?

GH: Pratique muito, e fique fiel ao seu ofício, sabe, trilhe o seu próprio caminho criativo.

Eu acabei de voltar para casa e eu não vou mais tocar guitarra até o final do ano”

W (NM): Eu sei que você provavelmente vai estar em turnê durante algum tempo com o seu último álbum, mas quais são os planos do futuro para o Exodus?

GH: Depois do Ano Novo eu vou começar a tocar guitarra de novo e escrever, porque eu acabei de voltar para casa e eu não vou mais tocar guitarra até o final do ano… Vou descansar nos feriados e começar a escrever, e vou voltar para o estúdio na primavera.ing.

W (NM):Então vocês vão lançar um novo álbum de estúdio, certo?

GH:Sim, sim.

W (NM): Nós já vamos encerrar aqui. Você poderia deixar uma última mensagem convidando todos os metal heads e headbangers brasileiros para os shows do Exodus em abril?

GH: Sim, eu quero que todo mundo venha, e eles verão uma coisa que nunca viram antes.

W(NM):Eu não tenho dúvida, Gary. Eu realmente agradeço muito o seu tempo, foi um prazer falar com você, e espero que talvez nós possamos tomar uma cerveja da próxima vez que você vier para cá.

GH: Com certeza.

W (DD): Excelente. Muito obrigado pelo seu tempo, obrigado pela sua paciência com a gente, e nós vamos promover os shows do Exodus o máximo possível aqui.

GH:OK, bom, muito obrigado.

W (NM): Obrigado, Gary. A gente se vê.

GH:OK, tchau.

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